O SR. ADEMIR ANDRADE (PSB-PA. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero dizer da minha satisfação de vê-lo na Presidência desta Casa, ainda que momentaneamente.

Gostaria de comunicar a presença, em Brasília, do Prefeito de Marabá, do Estado do Pará, juntamente com toda a Câmara de Vereadores daquele Município. Ontem tivemos uma audiência com o Ministro das Minas e Energia, Dr. Raimundo de Mendes Brito.

Acompanharam-nos nessa audiência cinco Deputados Federais do Pará, de partidos completamente diferentes mas todos voltados a um mesmo objetivo. Participaram conosco a Deputada Elcione Barbalho, do PMDB; o Deputado Nicias Ribeiro, do PMDB, Deputada Socorro Gomes, do PC do B, Deputado Paulo Rocha, do PT, e Deputada Júlia Carepa, do PT. Ontem, tivemos a satisfação de conversar com o Ministro e levar até S. Exª um pleito do povo do Estado do Pará, mais especialmente do Município de Marabá.

A Vale do Rio Doce é detentora do direito de exploração do cobre de Carajás. Carajás é uma das grandes províncias minerais deste País e, entre os muitos minerais que possui, o minério de cobre é um deles. O Pará pleiteia que a siderúrgica para beneficiamento e transformação final desse minério de cobre, que se encontra no território do Município de Marabá, seja implantada no centro industrial dessa cidade.

Essa siderúrgica de transformação metalúrgica requer um investimento de US$1,5 bilhão e tornará o Brasil auto-suficiente na produção de cobre, podendo até exportar excedentes.

Há uma discussão para que essa usina não seja implantada no Pará, que seja retirado o minério em pasta e que a siderúrgica seja implantada em outro Estado da Federação.

Esses prefeitos e vereadores vieram a Brasília e, juntos, estivemos em audiência com o Ministro das Minas e Energia, que demonstrou simpatia por nossa solicitação. S. Exª prometeu-nos ter uma conversa pessoal com o Presidente da Companhia Vale do Rio Doce e, também, que nenhuma decisão seria tomada sem a anuência, sem um profundo diálogo com toda a população interessada na implantação desse grandioso projeto.

Queremos que esse projeto fique em Marabá, justamente para expandir os grandes projetos que se encontram em nosso Estado. Não queremos que fique dentro da Serra de Carajás, porque a Companhia Vale do Rio Doce, na Serra dos Carajás, é uma entidade fechada, é como se fosse um estado dentro do próprio Estado, e a população não tem acesso, nem goza de benefícios da produção de tamanha riqueza.

Por isso, queremos que esse minério seja transportado e beneficiado em Marabá, e que a indústria, ao transformar o minério em cobre, possa incentivar outras indústrias de beneficiamento e transformação desse mesmo cobre.

Ficamos otimistas com a nossa audiência, porque percebemos que, pelo menos, há a possibilidade de se respeitar a vontade do povo do Pará e de se ouvir as suas Lideranças. O Ministro, inclusive, comprometeu-se conosco em ouvir a manifestação do Governador do nosso Estado.

Desejamos que o povo do Pará possa ter mais um grande projeto implantado naquela região, com o cuidado de não ser mais um projeto fechado ou que não se integre aos interesses da população, que ajuda a construí-lo, mas que, infelizmente, não tem participado de tantos que foram feitos até hoje.

Queremos o projeto e queremos dele participar, bem como o desenvolvimento integrado, o desenvolvimento que traga benefício a todo o povo da região. É dessa forma que estamos lutando pela implantação da usina do Projeto Salobo Metais no Município de Marabá e da refinaria da PETROBRÁS em Barcarena, no Estado do Pará.

Esse o registro que gostaria de fazer nesta oportunidade, Sr. Presidente.