Discurso no Senado Federal

CONSIDERAÇÕES SOBRE EDIÇÃO ESPECIAL DO DIARIO DA MANHÃ, COMEMORATIVA DA VISITA DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO AOS ESTADOS UNIDOS E DAS PERSPECTIVAS DO MERCOSUL.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA. MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).:
  • CONSIDERAÇÕES SOBRE EDIÇÃO ESPECIAL DO DIARIO DA MANHÃ, COMEMORATIVA DA VISITA DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO AOS ESTADOS UNIDOS E DAS PERSPECTIVAS DO MERCOSUL.
Publicação
Publicação no DCN2 de 27/04/1995 - Página 6312
Assunto
Outros > IMPRENSA. MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).
Indexação
  • TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, EDIÇÃO, JORNAL, DIARIO DA MANHÃ, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), RELAÇÃO, VISITA, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), INFORMAÇÃO, VIABILIDADE, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, IMPLANTAÇÃO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), REPRESENTAÇÃO, AMPLIAÇÃO, CONSUMO, FAVORECIMENTO, REGIÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).

O SR. CASILDO MALDANER (PMDB-SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, venho a esta tribuna requerer o registro, nos Anais da Casa, da edição especial que o Diário da Manhã publicou nos dias 16 e 17 do corrente mês, em comemoração à visita do Presidente Fernando Henrique Cardoso aos Estados Unidos.

A Empresa Jornalística Diário da Manhã - que publica jornais com o mesmo título em quatro municípios gaúchos e em Chapecó, no meu Estado - realizou notável esforço editorial para produzir a volumosa edição especial, que foi entregue pessoalmente a autoridades norte-americanas e do NAFTA por diretores da empresa que acompanharam o Excelentíssimo Senhor Presidente da República em sua visita aos Estados Unidos.

A publicação, que será também distribuída nos países do Mercosul, vem repleta de informações variadas. Além de artigos que retratam o promissor momento político e econômico vivido hoje pelo Brasil, o jornal dedica várias páginas para traçar os perfis biográficos dos dois Presidentes - Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton. Mais do que isso, porém, a edição traz retrato de corpo inteiro da pujante economia das cidades onde circula o jornal.

Para Chapecó - grande pólo agroindustrial do Sul do Brasil, cidade de maior crescimento da Região Sul, principal centro econômico, político e cultural de uma vasta região formada por oitenta municípios do oeste de Santa Catarina, Sudoeste do Paraná e Noroeste do Rio Grande do Sul -, essa oportunidade de divulgar seu potencial econômico junto a nossos sócios do Mercosul e a possíveis parceiros comerciais no Hemisfério Norte tem uma importância inestimável.

Afinal, Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, os fenômenos de formação de blocos de países, visando um maior desenvolvimento econômico pela via da integração e da globalização de mercados, são, sem dúvida, uma das características mais marcantes desta quadra da História.

O exemplo dado pelo Velho Continente, que caminha célere para a concretização de uma unidade de caráter muito ampla, extrapolando a mera integração econômica, foi rapidamente imitado pelos chamados Tigres do Sudeste Asiático e também pela América do Norte, que formalizou o Acordo de NAFTA.

Felizmente, as lideranças do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai tiveram a clarividência de não perder o bonde da História e partiram decididamente para a concretização de nosso Mercosul - Mercado Comum do Cone Sul.

Essa iniciativa, que até pouco tempo muitos apostavam estar destinada ao fracasso, é hoje uma realidade palpável, a qual, já em 1994, viabilizou um volume de comércio entre os quatro países da ordem de dez bilhões de dólares.

Mas os benefícios do Mercosul para as economias de seus quatro sócios vão muito além da enorme intensificação do comércio que, entre eles, já se verifica.

O potencial desse mercado de duzentos e vinte milhões de habitantes, detentor de um Produto Interno Bruto conjunto de quinhentos bilhões de dólares, já desperta interesse no mundo todo. Muitas são as provas de credibilidade internacional de nosso Mercado Comum: a União Européia já manifestou interesse na negociação de um acordo de livre comércio; o Chile deve chegar, ainda este ano, a um acordo com os quatro sócios para incorporar-se à entidade; com os demais países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) ocorrerá, também no transcurso do corrente ano, a negociação de novos acordos comerciais visando o estabelecimento de uma zona de livre comércio em dez anos; as negociações com os Estados Unidos terão prioridade, a fim de avançar para a ansiada zona de livre comércio hemisférica, a qual, na avaliação de Henry Kissinger, poderá ser realidade até o ano dois mil; também com o Japão buscar-se-á uma aproximação, ainda este ano, estando já marcado para setembro, em Tóquio, um seminário com essa finalidade; o reingresso da China no Acordo Geral de Tarifas e Comércio, bem como sua participação na Aladi, com status de membro observador, redundará, com certeza, no estreitamento de suas relações com Mercosul; a primeira aproximação com a Austrália e a Nova Zelândia ocorreu no final do ano passado, aqui em Brasília. Quer dizer, a principal vantagem que o Mercosul traz para seus sócios é a possibilidade de uma inserção mais privilegiada numa economia mundial em franco processo de globalização.

De resto, não poderíamos deixar de ressaltar que o processo de integração representa o ingresso de cada um dos países em um ambiente de maior competitividade, o que, como se sabe, provoca, fatalmente, ganhos de produtividade e eficiência.

Por todos esse motivos, o oeste catarinense e toda a Região Sul vêem com grande otimismo a implantação do Mercosul, que representará enorme ampliação do mercado consumidor para uma região que trabalha e produz em abundância. No contexto desse esforço de integração, a edição especial do Diário da Manhã representa contribuição de vulto. Esse é o motivo pelo qual requeiro sua transcrição nos Anais da Casa.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 27/04/1995 - Página 6312