Discurso no Senado Federal

PREOCUPAÇÃO COM A POLITICA AGRICOLA DO GOVERNO.

Autor
Lúdio Coelho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Lúdio Martins Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • PREOCUPAÇÃO COM A POLITICA AGRICOLA DO GOVERNO.
Publicação
Publicação no DCN2 de 04/05/1995 - Página 7262
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • APREENSÃO, ORADOR, POSIÇÃO, GOVERNO, FALTA, ATENÇÃO, GRAVIDADE, CRISE, AGRICULTURA, PAIS.
  • CRITICA, TENTATIVA, GOVERNO, UTILIZAÇÃO, AGRICULTURA, MANUTENÇÃO, REDUÇÃO, INFLAÇÃO, ISENÇÃO, IMPOSTOS, MERCADORIA ESTRANGEIRA, INFERIORIDADE, PREÇO, ENTRADA, BRASIL, PREJUIZO, PRODUTO NACIONAL.

O SR. LÚDIO COELHO (PSDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou ocupar o tempo aqui, hoje, para chamar a atenção do Senado Federal sobre a política agrícola do Governo.

Estamos participando de reuniões permanentes com o Ministro da Agricultura e com os Ministros da área econômica para tratar dos problemas da Agricultura brasileira. Ontem, começamos às 5h da tarde e fomos até às 9h da noite. Não conseguimos nada, pois não está havendo, por parte do Executivo brasileiro, a compreensão necessária da gravidade do estado da Agricultura do nosso País. Estão tentando segurar a inflação à custa da nossa Agricultura. Como os preços internacionais estão mais baixos, porque a agricultura é subsidiada em todas as nações do mundo em cerca de 40%, estão tentando isentar de impostos produtos estrangeiros, para que entrem no Brasil a preços internacionais.

Ontem soubemos, pela imprensa, que os juros para a safra de trigo haviam baixado. Os juros corrigidos pela TR passaram a ser corrigidos por um novo fator, implicando 23% de juros para a safra de trigo, quando, no mundo inteiro, os financiamentos são feitos à base de 6%.

No período do Presidente Collor, a política da Ministra Zélia quase acabou com os plantadores de trigo no País. Estávamos para atingir a auto-suficiência na produção desse grão, e agora parece que vão conseguir acabar com a agricultura de trigo no Brasil. Ninguém tem condições de plantar trigo nas atuais circunstâncias.

Estou falando aqui no Senado para pedir a atenção dos Srs. Senadores para a nossa Agricultura, que é muito importante para a Nação, pois ela gera empregos em cadeia: no campo, no transporte, no empacotamento, no beneficiamento, no comércio. Mas, da maneira como vai indo, não há condições de nossos agricultores continuarem na atividade.

Ontem ouvimos relatos trágicos da situação em Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Uma vez que nós, da Bancada ruralista, não estamos conseguindo da área econômica do Governo a atenção devida para essa situação, apelo aos meus Pares no Senado para que examinem o assunto em profundidade, a fim de nos auxiliarem a encontrar um caminho para essa questão.

A responsabilidade pela política agrícola não é só do Executivo: a responsabilidade é de todos que estão no Governo, quer no Executivo, quer no Legislativo.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 04/05/1995 - Página 7262