Discurso no Senado Federal

CRITICAS AO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE, PELA REPORTAGEM QUE CITA O ROUBO DE SUA CARTEIRA NAS DEPENDENCIAS DO SENADO FEDERAL.

Autor
Osmar Dias (PP - Partido Progressista/PR)
Nome completo: Osmar Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • CRITICAS AO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE, PELA REPORTAGEM QUE CITA O ROUBO DE SUA CARTEIRA NAS DEPENDENCIAS DO SENADO FEDERAL.
Publicação
Publicação no DCN2 de 29/04/1995 - Página 6969
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, MESA DIRETORA, ENCAMINHAMENTO, OFICIO, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), DESTINAÇÃO, DIVULGAÇÃO, ROUBO, OBJETO DE USO PESSOAL, PROPRIEDADE, ORADOR, LOCAL, SENADO.

O SR. OSMAR DIAS (PP-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, estabeleci como regra para mim mesmo que quando chegasse a este Senado só utilizaria da palavra para falar de assuntos que importassem à Nação brasileira e ao meu Estado. No entanto, terei de quebrar essa regra hoje, porque estou sendo vítima de uma injustiça inexplicável.

Nesta Casa, tenho me conduzido sempre, seguindo o exemplo dos mais experientes - e cito o meu Líder Bernardo Cabral -, dentro das regras mais formais de conduta. E, desde o início, tenho assomado à tribuna para falar sobre assuntos de extrema importância para o País. Falei sobre os problemas da agricultura, como o fez hoje o nosso Presidente da Mesa diversas vezes; mencionei a questão dos anabolizantes, que me parece serão autorizados a partir do mês que vem; falei, enfim, de problemas nacionais. Em nenhuma vez, o jornal Correio Braziliense preocupou-se em publicar esses assuntos, que são de interesse nacional.

No entanto, ontem, o referido jornal - não sei de onde tirou a notícia - publicou que a minha carteira havia sido roubada no "cafezinho" do Senado; e, hoje, foi ainda mais longe. Não liguei, porque nunca disse que ela havia sido roubada - está aqui inclusive - e nunca conversei com um repórter do Correio Braziliense porque nunca fui procurado por eles.

Eu pensava que um jornal do conceito, da tradição do Correio Braziliense, antes de publicar tal absurdo, tivesse a preocupação de confirmar a veracidade da notícia com a pessoa citada na matéria. Pois bem, ninguém me procurou e eu nunca disse, a quem quer que seja, que a minha carteira havia sumido.

Bem, hoje, parece-me que o Correio Braziliense foi mais longe; diz o seguinte:

      Suspeita. O sumiço da carteira do Senador Osmar Dias, do PP, no reservado do café do Senado, lança uma grande dúvida: o culpado é garçom ou Senador?

Isso é um absurdo, uma barbaridade e não pode ficar assim!

Quero solicitar à Mesa que faça um ofício ao jornal Correio Braziliense, dizendo que nunca afirmei que a minha carteira havia sumido, que isso é brincadeira de mau gosto. E quero avisar que não gosto de brincadeira. Prefiro sempre conversar muito sério para não ter de explicar brincadeiras depois.

Portanto, se é uma brincadeira o que alguém está fazendo comigo, que pare; se é uma brincadeira do jornal, que ele também pare. Se o jornal quiser publicar notícias sérias, convido um dos repórteres a comparecer ao meu gabinete para que eu possa falar sobre assuntos sérios, que realmente importam ao Senado, ao Congresso Nacional e ao País. Mas brincar como estão fazendo, não, principalmente quando tentam colocar os Senadores contra a minha pessoa, já que, pela primeira vez, integro um Parlamento. Jamais V. Exªs me verão nesta Casa tomando qualquer atitude que não esteja dentro das minhas convicções ou que seja desrespeitosa a alguém. Posso ser sincero, rude, às vezes, mas não sou mal-educado; não sou destemperado e jamais faria uma acusação desse naipe.

Peço ao jornal que tome mais cuidado ao publicar notícias a meu respeito. Não gosto definitivamente de brincadeiras.

Solicito à Mesa que faça um ofício ao jornal e espero que esta seja a última vez que essa notícia seja publicada, porque já está me incomodando, e incomodará o jornal se ele continuar.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 29/04/1995 - Página 6969