Discurso no Senado Federal

CRITICAS AO FECHAMENTO DE AGENCIAS DO BANCO DO BRASIL EM TODO O PAIS, PRIMORDIALMENTE DE 18 NO ESTADO DO MARANHÃO.

Autor
Epitácio Cafeteira (PPR - Partido Progressista Reformador/MA)
Nome completo: Epitácio Cafeteira Afonso Pereira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS.:
  • CRITICAS AO FECHAMENTO DE AGENCIAS DO BANCO DO BRASIL EM TODO O PAIS, PRIMORDIALMENTE DE 18 NO ESTADO DO MARANHÃO.
Publicação
Publicação no DCN2 de 03/05/1995 - Página 7146
Assunto
Outros > BANCOS.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO, MOTIVO, DIVULGAÇÃO, VONTADE, FECHAMENTO, AGENCIA, BANCO DO BRASIL, MUNICIPIOS, PAIS, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO MARANHÃO (MA).
  • COMENTARIO, VONTADE, ORADOR, ENCAMINHAMENTO, PEDIDO, INFORMAÇÕES, ASSUNTO, DIVIDA, GOVERNO FEDERAL, BANCO DO BRASIL, OBJETIVO, COMPROVAÇÃO, FALTA, FUNDAMENTAÇÃO, ALEGAÇÕES, GOVERNO, JUSTIFICAÇÃO, FECHAMENTO, AGENCIA, MUNICIPIOS, PAIS, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO MARANHÃO (MA).

O SR. EPITACIO CAFETEIRA (PPR-MA. Como Líder.) - Sr. Presidente, Senador Esperidião Amin, estava V. Exª presente à reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado a que compareceu o Ministro Pedro Malan, e ali assistiu aos questionamentos que fiz.

Dizia eu, naquela oportunidade, que ainda não tinha sido aprovado sequer o nome do presidente do Banco Central, Sr. Pérsio Arida, não havia presidente no Banco do Brasil - falava-se no nome do Dr. Paulo César Ximenes - e já havia a determinação de fechar agências do Banco do Brasil. Ou seja, tudo indicava ter sido do Ministro da Fazenda a escolha do caminho do fechamento de agências do Banco do Brasil.

Na ocasião, Sr. Presidente, falamos que as lentes usadas pelo Governo não atingiam o interior deste País, não viam os bóias-frias ou os aposentados andando em caminhões para receberem uma miséria de aposentadoria. E o Ministro Pedro Malan negou, fez como São Pedro, negou três vezes que essas agências seriam fechadas.

Hoje, o jornal Folha de S. Paulo diz: "Relatório sugere fechar 255 agências no país". E diz mais, que são somente 255 - e eram 617 - porque houve pressões políticas, que impediram que fossem mais.

Outro dia ouvi a voz do nobre Senador Edison Lobão se juntar à minha e defender o Estado do Maranhão contra o fechamento de agências, que eram 20 naquela época e são as mesmas 20 que constam do jornal Folha de S. Paulo de hoje. Quer dizer, nem a minha Liderança, nem a Liderança do meu Partido, nem a Liderança do nobre Senador Edison Lobão valeram coisa alguma, porque, no Maranhão, não se reduziu o número de agências a serem fechadas. Se um total de 617 agências foi reduzido para 255, no Maranhão as 20 continuam as mesmas 20, donde se vê que o meu Estado não está sendo olhado pelo Governo ou, pelo menos, que o Governo, embora olhe, não dá a devida atenção.

Sr. Presidente, quero enumerar as agências do meu Estado que o Governo vai fechar: Aldeias Altas, Bacuri, Barão de Grajaú, Barreirinhas, Buriti Bravo, Buriti, Governador Archer, Governador Eugênio Barros, Lima Campos, Loreto, Olho D água das Cunhãs, Paulo Ramos, Poção de Pedras, Santo Antônio dos Lopes, São Bento, São Bernardo, São Francisco do Maranhão, São Luiz Gonzaga do Maranhão, Timbiras e Tutóia.

O Governo diz - pelo menos é o que foi veiculado em vários órgãos de imprensa - que o Banco do Brasil tem que dar lucro. O jornal informa que todas essas agências vão ser fechadas se não derem lucro até o final de maio.

Mas os empréstimos que o Governo mandou fazer nas cidades do interior do Estado, atendendo a pedidos políticos, e que por isso representam prejuízo, disso não se fala.

Vou fazer, Sr. Presidente, um pedido de informação ao Banco do Brasil. Quero saber quanto é que o Governo Federal está devendo à instituição. Se for para fechar agências que dão prejuízo ou suspender negócios que dão prejuízo, o Banco do Brasil tem que, imediatamente, suspender qualquer negócio com o Governo Federal, porque o Governo Federal é o maior inadimplente do Banco do Brasil.

O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste são bancos de desenvolvimento.

O legislador sempre procurou encontrar uma maneira de viabilizar o desenvolvimento deste País. Quantos territórios já passaram a Estados? Aumentamos de 21 para 27, e esses Estados representam o lucro de desenvolver o País. As agências do Banco do Brasil funcionam como sementes plantadas para o desenvolvimento.

Esta é uma realidade. O jornal distorce a informação e chega a dizer que "o fechamento das agências prevê o esgotamento das negociações políticas, pois este processo sempre provocou resistência dentro do Congresso. Os parlamentares costumam indicar gerentes e empregar eleitores nas agências." Isso não é verdade.

Vou concluir, Sr. Presidente, dizendo que o ex-Presidente Itamar Franco, certa feita, pediu-me o currículo de um parente meu. Eu mandei o currículo, sem nenhum pedido, e esse parente foi nomeado Diretor do Banco do Brasil. Eu desafio todos os governos e o próprio Presidente Paulo César Ximenes a apresentar um pedido sequer feito por mim ao Banco do Brasil, um só pedido, de nomeação, de transferência ou de empréstimo, para quem quer que seja.

O que eu quero, Sr. Presidente, é o desenvolvimento do meu Estado, é o desenvolvimento do Brasil. Com medidas desta natureza, o Banco do Brasil vai ser, nada mais nada menos, um banco comercial, como esses que estão aí, no momento em que a presença do Governo é necessária para financiar a agricultura, a pecuária, o desenvolvimento do Brasil. Temos que pensar mais no Brasil e menos no lucro que está levando as nossas autoridades monetárias a um caminho que não serve ao Brasil, ao contrário, desserve a nossa Pátria. (Muito bem!)


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 03/05/1995 - Página 7146