Discurso no Senado Federal

COMENTARIOS AO ASSUNTO ABORDADO PELO SENADOR EDUARDO SUPLICY SOBRE O MOVIMENTO REIVINDICATORIO DOS PETROLEIROS.

Autor
José Roberto Arruda (PP - Partido Progressista/DF)
Nome completo: José Roberto Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO TRABALHISTA.:
  • COMENTARIOS AO ASSUNTO ABORDADO PELO SENADOR EDUARDO SUPLICY SOBRE O MOVIMENTO REIVINDICATORIO DOS PETROLEIROS.
Publicação
Publicação no DCN2 de 13/05/1995 - Página 8188
Assunto
Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA.
Indexação
  • CONGRATULAÇÕES, EDUARDO SUPLICY, SENADOR, MOTIVO, DEBATE, DIREITO DE GREVE, PETROLEIRO, AMBITO, POLITICA.
  • COMENTARIO, FALTA, CONVENIENCIA, DISCUSSÃO, DIREITO DE GREVE, PETROLEIRO, POSTERIORIDADE, DECISÃO JUDICIAL, DECRETAÇÃO, ILEGALIDADE, PARALISAÇÃO, EMPREGADO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
  • ANALISE, DIFICULDADE, EXISTENCIA, SISTEMA, MONOPOLIO, SIMULTANEIDADE, DIREITO DE GREVE, TRABALHADOR, PREJUIZO, INTERESSE, SOCIEDADE.
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, IMPORTANCIA, AVALIAÇÃO, EMPRESA ESTATAL, RELAÇÃO, CRITERIOS, QUALIDADE, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, SOCIEDADE.

O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PP-DF. Como Líder, pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Pedindo desculpas ao nobre Senador Nabor Júnior, eu farei uma observação bastante rápida.

Sr. Presidente e Srs. Senadores, em nome da Liderança do Governo, em primeiro lugar, eu gostaria de cumprimentar o nobre Senador Eduardo Suplicy pela maneira tranqüila, coerente e sensata com que trouxe ao Senado, nesta manhã, debate extremamente importante para o País, como salientou o nobre Senador José Eduardo Dutra. Gostaria, no entanto, de lamentar que esse debate não tenha sido trazido a esta Casa antes da eclosão do movimento grevista ou, pelo menos, antes da decretação da sua ilegalidade, quando, aí sim, o Senado poderia ter uma interferência positiva nos rumos desse entendimento, sem contrariar uma decisão de outro Poder, que deve ser respeitada.

Gostaria de dizer, também, que fiquei muito feliz com as colocações do nobre Senador Eduardo Suplicy, porque me preocuparam declarações, que tive a oportunidade de assistir pela televisão e depois ver transcritas na imprensa, de que lideranças sindicais levavam o movimento, que o Senador Eduardo Suplicy colocou no âmbito das reivindicações econômicas, para o campo das reivindicações políticas e, de forma muito clara, em desobediência a uma decisão judicial. Penso que o Senador Eduardo Suplicy, com a sua experiência política, trouxe o debate para a esfera em que ele efetivamente deve ser inserido, ainda que tardiamente, porque depois da decisão da Justiça.

Gostaria também de acrescentar, Sr. Presidente, que há um pensamento muito claro que domina e permeia hoje a sociedade brasileira. É a dificuldade - e me lembrava isso, há pouco, o Senador José Fogaça - da convivência, ao mesmo tempo, no País, do monopólio e do direito absoluto de greve, porque esses dois instrumentos juntos estão fazendo com que direitos individuais ou direitos de grupos, ainda que justos, contrariem os interesses maiores da sociedade.

Quanto à questão dos salários de funcionários das estatais - eu também fui funcionário de estatal -, levantada pelo Senador José Eduardo Dutra, eu gostaria de fazer a seguinte colocação: é chegado o momento de se discutir, neste País, os problemas das estatais não mais pelo valor do contracheque - no caso de V. Exª, Senador José Eduardo Dutra, quero testemunhar que justo, qualquer que seja ele -, mas pelo serviço que prestam à sociedade. A análise corporativa, ainda que justa e razoável, não serve mais para mensurar a importância desta ou daquela empresa, deste ou daquele órgão, perante o interesse maior da sociedade.

O que é importante registrar, neste momento, é que falta gás de cozinha nas casas dos brasileiros e que há uma decisão judicial que deve ser cumprida.

Por último, quero cumprimentar, mais uma vez, o Senador Eduardo Suplicy, esperando que S. Exª, com esse seu espírito conciliador, ponderado, possa trazer ao Senado o debate no momento adequado, antes que uma decisão judicial se sobreponha ao interesse de todos nós na negociação política de qualquer conflito, que envolva, principalmente, o interesse maior da sociedade brasileira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 13/05/1995 - Página 8188