Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM A MEMORIA DO JORNALISTA JOÃO EMILIO FALCÃO.

Autor
Nabor Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Nabor Teles da Rocha Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A MEMORIA DO JORNALISTA JOÃO EMILIO FALCÃO.
Publicação
Publicação no DCN2 de 17/05/1995 - Página 8343
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOÃO EMILIO FALCÃO, JORNALISTA, ESCRITOR, ESTADO DO PIAUI (PI).
  • TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), AUTORIA, HUMBERTO LUCENA, SENADOR, ELOGIO, IMPORTANCIA, TRABALHO, JOÃO EMILIO FALCÃO, INTELECTUAL, ESCRITOR, JORNALISTA, ESTADO DO PIAUI (PI).

O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB-AC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.. Senadores, o Senado Federal está mais pobre desde 29 de março, dia em que faleceu o jornalista João Emílio Falcão. E, se particularizo sobre esta Casa os reflexos da perda, é porque aqui ele viveu e trabalhou a maior parte de sua fecunda existência, como repórter diligente e honesto, como assessor parlamentar e de imprensa digno do mais alto conceito.

Desde os meus tempos de Deputado Federal até os primeiros passos no desempenho do mandato de Senador, sempre tive a meu lado a companhia atenciosa e serena de Falcão, colhendo informações, procurando esclarecer pontos das pautas, empenhando-se invariavelmente na busca da notícia correta, lisa, transparente, irretocável. Nele, o escrúpulo do bom caráter estava sempre aliado à ansiedade característica do bom repórter - e essa dupla qualidade o tornou ímpar, entre os melhores jornalistas credenciados no Congresso Nacional.

Ao longo dos dias que se sucederam à sua morte, chegaram detalhes sobre o infausto acontecimento, todos apontando para falhas cometidas por ele mesmo, quanto à preservação da própria saúde e à falta de cautelas para o generoso coração que todos conhecíamos.

Estou retornando hoje de uma viagem ao Estado do Acre e encontro artigo assinado pelo nosso estimado Companheiro e Amigo, Senador Humberto Lucena, onde, mais uma vez o representante da Paraíba mostra porque sempre foi o líder natural da legião de amigos consolidada na Casa e em todo o País.

E cito Humberto Lucena como meu Líder, porque suas palavras também são minhas e sigo integralmente os conceitos emitidos no citado artigo, publicado na edição de terça-feira do Correio Braziliense, o qual ressalta o "grande vazio no Senado e, sobretudo, no meio dos colegas, amigos e admiradores", decorrente do falecimento de João Emílio Falcão.

Permitam-me V. Exªs, mas é indispensável citar aquela que, para Humberto Lucena, era a grande característica de João Emílio Falcão: "tudo o que escrevia tinha a marca da coragem, mas também da responsabilidade - talvez por conhecer mais de perto os políticos, criticava-os quando mereciam, mas tinha sempre o cuidado de preservar o Congresso, naquela linha de que os homens e as mulheres passam e as instituições ficam".

O artigo de Humberto Lucena no Correio Braziliense também enfatiza a importância de João Emílio Falcão como intelectual, escritor respeitado por livros como Aleluia e O Andarilho - e aí temos de lamentar que as exigências do trabalho diário, como jornalista, tenham deixado tão pouco tempo para a sua produção literária.

Outro traço essencial na personalidade de Falcão, colhido com a habitual acuidade do Senador Humberto Lucena, era o seu acendrado amor pela terra natal, o Piauí, destino constante em seus ocasionais e raros momentos de lazer e de descontração.

Confesso-me enternecido, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pelas palavras do nosso Companheiro Humberto Lucena, ao descrever cenas que também se repetiram em meu Gabinete: "ainda bem que tive a sorte de passar pelo rigoroso crivo de João Emílio Falcão. Quantas e quantas vezes ele adentrou, com aquele seu ar suave e amigo, o meu Gabinete de Líder ou de Presidente do Senado, para me levar o seu apoio e a sua solidariedade, nas horas mais difíceis." E, também eu, sempre ficava com a sensação descrita pelo Senador Humberto Lucena: "quando Falcão saía, despedindo-se, a minha alma ficava mais leve e o coração menos angustiado."

O artigo do Senador Humberto Lucena engrandece, ainda mais, o Correio Braziliense - que aliás foi um dos órgãos da imprensa onde João Emílio Falcão exerceu, por mais longo tempo, sua talentosa missão de jornalista.

Os Anais do Senado Federal também são dignos desse retrato e, por isso, solicito que o texto elaborado pelo nosso Companheiro, orgulho e força da Paraíba, seja publicado na íntegra, como parte do presente discurso.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 17/05/1995 - Página 8343