Discurso no Senado Federal

SOLIDARIZANDO-SE COM O PROTESTO DOS BANCARIOS DO ESTADO DO PARA PELO DESCASO DOS BANQUEIROS COM A SEGURANÇA DAS AGENCIAS. POSIÇÃO DA BANCADA PARLAMENTAR DA AMAZONIA QUANTO A PRIVATIZAÇÃO DO COMPLEXO ELETROBRAS.

Autor
Ademir Andrade (PSB - Partido Socialista Brasileiro/PA)
Nome completo: Ademir Galvão Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS. PRIVATIZAÇÃO.:
  • SOLIDARIZANDO-SE COM O PROTESTO DOS BANCARIOS DO ESTADO DO PARA PELO DESCASO DOS BANQUEIROS COM A SEGURANÇA DAS AGENCIAS. POSIÇÃO DA BANCADA PARLAMENTAR DA AMAZONIA QUANTO A PRIVATIZAÇÃO DO COMPLEXO ELETROBRAS.
Publicação
Publicação no DCN2 de 25/05/1995 - Página 8691
Assunto
Outros > BANCOS. PRIVATIZAÇÃO.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, BANCARIO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO PARA (PA), PARALISAÇÃO, FUNCIONAMENTO, BANCOS, PROTESTO, FALTA, SEGURANÇA, TRABALHO.
  • CRITICA, BANQUEIRO, AUSENCIA, INVESTIMENTO, SEGURANÇA, BANCOS.
  • COMENTARIO, VETO (VET), EXECUTIVO, PROJETO DE LEI, APROVAÇÃO, CAMARA MUNICIPAL, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, ESTADO DO PARA (PA), FIXAÇÃO, OBRIGATORIEDADE, BANCOS, MONTAGEM, SEGURANÇA, DIFICULDADE, ASSALTO.
  • COMENTARIO, POSIÇÃO, BLOCO PARLAMENTAR, REGIÃO AMAZONICA, CRITICA, TRATAMENTO, FALTA, ATENÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REGIÃO NORTE, REGIÃO NORDESTE, MOTIVO, DELIBERAÇÃO, APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, SOLICITAÇÃO, ADIANTAMENTO, VOTAÇÃO, EMENDA, RELAÇÃO, PRIVATIZAÇÃO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS).

O SR. ADEMIR ANDRADE (PSB-PA. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, desejo fazer dois registros nesta sessão do Senado. Primeiro, gostaria de comunicar que todos os bancos da capital do meu Estado desde ontem fecharam suas portas.

A decisão dos bancários do Estado do Pará, mais especificamente da nossa capital, Belém, ocorreu em função de um assalto, ontem, na agência do Banco do Brasil da Rua Padre Eutíquio, quando os assaltantes, de maneira extremamente violenta e contumaz, assassinaram a bancária Sílvia Maria Lopes e feriram outro gerente da agência. E o fizeram apenas por maldade, porque não houve nenhuma reação por parte dessas pessoas. Os assaltantes ficaram contrariados porque havia pouco dinheiro na agência e atiraram na face da gerente. Em virtude disso, os bancários de Belém fecharam as portas de todos os bancos, privados e governamentais, e realizaram um grande movimento de protesto.

Isso nos faz buscar o apoio do Poder Legislativo, porque, no meu Estado, tanto a Câmara de Vereadores de Belém, quanto a Assembléia Legislativa do Estado do Pará, aprovaram projetos de lei que obrigavam os bancos a montarem um certo esquema de segurança, como, por exemplo, a utilização de portas "borboletas", dificultando a ação dos assaltantes. Evidentemente, isso tem um custo. Os banqueiros, que são, de uma maneira geral, as pessoas que mais ganham dinheiro neste País, não querem aplicar na segurança, no bem-estar do seu funcionário, fazem pressão para que essa lei não venha a se efetivar. Essa tem sido uma luta dos Sindicatos dos Bancários em todo o Brasil. Infelizmente, os banqueiros não querem gastar esses recursos investindo na segurança daqueles que de, certa forma, contribuem para que eles se tornem cada vez mais ricos e mais poderosos, econômica e politicamente, neste nosso País.

Sr. Presidente, fica registrada esta manifestação, em nome do Partido Socialista Brasileiro, em relação ao veto do Executivo do meu Estado a esses projetos de lei que foram aprovados, repito, tanto na Câmara de Vereadores quanto na Assembléia Legislativa. O Executivo achou por bem vetar o projeto por acreditar estar interferindo no Poder Público, numa entidade privada como, no caso, os bancos.

Se não me engano, também há projetos nesse sentido tramitando aqui no Congresso Nacional. É importante que possamos perceber o valor de um trabalho como esse, porque os funcionários não podem ficar à mercê da violência e da inconseqüência de determinados assaltantes que, às vezes, matam pelo simples prazer de matar, como aconteceu ontem pela manhã na agência do Banco do Brasil, na Rua Padre Eutíquio.

Esse era o comunicado que gostaria de fazer, chamando a atenção dos Srs. Senadores.

Sr. Presidente, um outro assunto me traz a esta tribuna.

Ontem, aqui no Congresso Nacional, houve uma reunião da Bancada Parlamentar da Amazônia, que considera não estar sendo ouvida nem considerada no processo das políticas para a nossa Região. Estamos indignados com as diferenças dos resultados entre as visitas do Presidente da República às Regiões Norte e Nordeste. Enquanto, no Norte, Sua Excelência lançou apenas a proposta de início de hidrovia que, no ano de 1995, tem apenas R$4,5 milhões para iniciar seus trabalhos, no Nordeste, anunciou um pacote de R$2,5 bilhões. Gostaríamos que fossem anunciados R$10 bilhões de reais para o Nordeste, porque reconhecemos ser uma Região que necessita de atenção, mas o tratamento dado ao Norte é de total desconsideração.

Em vista disso, a Bancada da Amazônia deliberou, ontem, que vai apresentar um requerimento, na sessão da Câmara, de adiamento da votação da emenda que trata do monopólio da ELETROBRÁS. Ontem, isso ficou decidido. Todos os Parlamentares da Amazônia assinaram esse documento. E, se esse requerimento não fosse aprovado, usariam do recurso parlamentar, a falta de quorum para a votação dessa matéria, que, hoje, o Governo tanto quer que seja aprovada.

Sr. Presidente, parece que o Governo só ouve essa linguagem. Como o Governo ouviu a linguagem da Bancada Ruralista, também terá que ouvir a linguagem da Bancada Parlamentar da Amazônia no Congresso Nacional. Não permitiremos a continuidade do atual desprezo que tem sido dado ao Norte deste País, especialmente à Amazônia.

Por isso, estamos solidários com a posição adotada pela Bancada na Câmara dos Deputados. Esperamos que o Senhor Presidente da República se sensibilize e procure negociar, dando-nos a devida atenção e atendendo aos nossos interesses. O Governo, pelo menos, poderia dizer o motivo pelo qual não pode atender a esses interesses.

A Bancada Parlamentar da Amazônia solicitou uma audiência com o Senhor Presidente da República e, até o momento, não houve sequer uma resposta dizendo se há ou não possibilidade de haver tal audiência.

Espero que, com essa ação tomada pelos Deputados Federais na Câmara Federal, o Governo perceba que, acima das questões partidárias e das posições pessoais de cada um, estamos na defesa do interesse da nossa Região. Com essa atitude, esperamos ser, pelo menos, chamados para sermos ouvidos.

Era o que tinha a dizer, em nome do PSB.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 25/05/1995 - Página 8691