Discurso no Senado Federal

APELO PARA A CONCLUSÃO DAS OBRAS DA SEGUNDA PONTE DE COLATINA-ES, A FIM DE EVITAR O ESTRANGULAMENTO DA RODOVIA-259, RESPONSAVEL PELO ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO LOCAL.

Autor
José Ignácio Ferreira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
Nome completo: José Ignácio Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • APELO PARA A CONCLUSÃO DAS OBRAS DA SEGUNDA PONTE DE COLATINA-ES, A FIM DE EVITAR O ESTRANGULAMENTO DA RODOVIA-259, RESPONSAVEL PELO ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO LOCAL.
Publicação
Publicação no DCN2 de 25/05/1995 - Página 8658
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, CONCLUSÃO, PONTE, RIO DOCE (MG), MUNICIPIO, COLATINA (ES), ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), IMPEDIMENTO, AMEAÇA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, SOLUÇÃO, PROBLEMA, RODOVIA, VIABILIDADE, ATENDIMENTO, DEMANDA, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO AGROPECUARIA.

O SR. JOSÉ IGNÁCIO FERREIRA (PSDB-ES. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a região Norte do Espírito Santo tem se destacado nos últimos decênios por uma robusta economia baseada na agropecuária, com destaque especial para a sua produção cafeeira, que tem gerado riquezas para o Estado e divisas para a Nação. Grande parte dessa produção tem como escoadouro natural a cidade de Colatina, principalmente a partir do instante em que o Governo Federal concluiu a Rodovia BR-259, de excepcional significado sócio-econômico, não apenas para o Espírito Santo, como também para Minas Gerais, já que, atravessando o Norte capixaba, ela corta todo o Vale do Rio Doce, terminando em Governador Valadares.

Ao agilizar e concluir as obras da BR-259, o governo federal não somente atendeu às reivindicações da economia capixaba, como também permitiu o desenvolvimento de diversas regiões mineiras integrantes do Vale do Rio Doce, uma terra fértil com alta produção de carne, leite, café, laticínio, hortigranjeiros, além de jazidas minerais em plena produção industrial de mármores e granitos. Nesse aspecto, as previsões dos técnicos que planejaram e executaram a importante obra confirmaram-se plenamente, de vez que a BR-259 tornou-se o maior escoadouro da grande produção pecuária do interland mineiro, delimitado pela região que vai de Felixlândia até Governador Valadares, para onde, nesse entroncamento, converge toda a produção do Vale do Rio Doce, abrangendo Minas Gerais e Norte do Espírito Santo. É indispensável ressaltar que, nesse contexto, toda a produção escoada pela BR-259 teria que obrigatoriamente passar por Colatina.

Lamentavelmente, no entanto, esse vigoroso processo de desenvolvimento econômico está ameaçado pela inexistência de uma ponte sobre o Rio Doce que dê vazão ao intenso tráfego ora vigente na Região. A atual ponte Florentino Avidos, que atende ao tráfego da BR-259 nos dois sentidos, não consegue mais atender à demanda, constituindo-se num ponto de estrangulamento na movimentação rodoviária. Inicialmente concebida para fins ferroviários, a velha ponte de Colatina foi posteriormente adaptada às necessidades da Região, mas hoje, setenta anos depois, está definitivamente ultrapassada. Ela não permite a passagem simultânea de dois veículos comerciais de três eixos, além de apresentar graves problemas estruturais, necessitando de urgentes reformas para recuperação de sua estrutura. Existe, no futuro próximo, o risco de ser interrompido o tráfego em toda a região acima do Rio Doce e Norte de Minas, causando transtornos e prejuízos que fogem a qualquer avaliação mais realista.

A única solução para evitar-se o estabelecimento do caos no Vale do Rio Doce, com danosas conseqüências para o florescente comércio praticado entre Minas e Espírito Santo, seria a conclusão das obras da segunda ponte de Colatina, iniciadas em outubro de l986 e paralisadas três meses após por ausência de dotações orçamentárias. A exemplo do que ocorre em várias partes do País, o pouco que se fez na segunda ponte de Colatina está entregue à inclemência da natureza, e se o projeto não for imediatamente retomado tudo o que foi feito estará irremediavelmente perdido, um desperdício incompatível com as graves dificuldades sócio-econômicas que a Nação enfrenta.

De acordo com a avaliação dos técnicos que se debruçaram na análise do projeto, serão necessários investimentos da ordem de 15 milhões de reais para a retomada e conclusão das obras da segunda ponte de Colatina, números que poderiam até ser considerados insignificantes se levarmos em conta que se encontra em jogo a continuidade do alentado processo de desenvolvimento econômico experimentado por Minas e Espírito Santo, com resultados benéficos e altamente compensadores para o Brasil, como um todo.

A classe política do Espírito Santo, sem defecções ou dissensões de qualquer natureza, está toda ela voltada para a realização desse objetivo comum, realizando gestões junto ao Governo Federal, através do Ministério dos Transportes, para que as obras da segunda ponte sejam reiniciadas brevemente. 


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 25/05/1995 - Página 8658