Discurso no Senado Federal

DEFESA DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, NO EPISODIO DA GREVE DOS PETROLEIROS.

Autor
Bernardo Cabral (PP - Partido Progressista/AM)
Nome completo: José Bernardo Cabral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO TRABALHISTA.:
  • DEFESA DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, NO EPISODIO DA GREVE DOS PETROLEIROS.
Publicação
Publicação no DCN2 de 25/05/1995 - Página 8656
Assunto
Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA.
Indexação
  • DEFESA, POSIÇÃO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RELAÇÃO, ACUSAÇÃO, AUTORITARISMO, AUSENCIA, CUMPRIMENTO, ACORDO, DESRESPEITO, TRABALHADOR, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
  • DEFESA, RESPEITO, TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST), RELAÇÃO, ACUSAÇÃO, FALTA, RESPONSABILIDADE, MINISTRO, DEMORA, JULGAMENTO, RECURSO JUDICIAL, GREVE, PETROLEIRO.

O SR. BERNARDO CABRAL (PP-AM. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, a minha idéia era a de ficar calado, porque a finalidade desta sessão é outra. Mesmo com todas as comunicações urgentes, falando de uma provável missão desta Casa, - que receio acabe terminando em intromissão - ainda assim, eu pensava em não usar da palavra.

Acontece, Sr. Presidente, que ouvi aqui chamarem o Tribunal Superior do Trabalho e os seus Ministros de irresponsáveis e inconseqüentes. Advogo há 40 anos, Sr. Presidente. Se há um Tribunal que merece o respeito desta Casa e da população é o Tribunal Superior do Trabalho. Ainda assim, eu poderia ficar calado, mas logo a seguir chama-se o Presidente da República de prepotente e autoritário - a prepotência levaria à arbitrariedade.

Convivi com o Senador Fernando Henrique Cardoso quando fui Relator da Constituinte. Conheço muito poucas pessoas, no campo do Legislativo, que exercite a função de conciliador como Sua Excelência.

O Líder do Governo já fez a defesa no sentido da chamada invasão, e não seria eu que viria aqui complementá-la, aditá-la ou acoplar argumentos. Mas, Sr. Presidente, dizer que o Exército invade uma refinaria... quando as Forças Armadas são sempre convocadas. Alguém as convoca - no caso, o Exército - para dar seqüência a um trabalho que o Ministro das Minas e Energia vinha realizando, com entrevistas diárias, a fim de se chegar a um acordo.

Será que é possível que o Senado Federal, que é a fonte do equilíbrio, tente pôr mais fogo nesse incêndio que se alastra pela Nação e que sabemos como começou, mas não temos idéia de como pode terminar?

A minha preocupação, Sr. Presidente, é dirigir à Mesa a minha palavra, porque houve um requerimento inicial, feito pelo Senador Pedro Simon, de designação das Lideranças para ajudarem na conciliação - e esta é uma palavra sábia: conciliação.

Mas a um homem que saiu desta Casa, deste Senado Federal, para a Presidência da República, portanto o melhor agente que o Senado Federal poderia ter para um diálogo, atiram-se pedras verbais, além daquelas que ele já recebeu em praça pública? Não seria com o meu silêncio, Sr. Presidente, de forma alguma, que eu deixaria de registrar a minha palavra em defesa do Presidente Fernando Henrique Cardoso.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 25/05/1995 - Página 8656