Discurso no Senado Federal

PRESENÇA, HOJE, DO PRESIDENTE DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL NA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, SR. SERGIO CUTOLO. CRITICAS A NOVA ADMINISTRAÇÃO DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL, NA REORDENAÇÃO DAS COORDENADORIAS REGIONAIS, SUBMETENDO A AREA DE MARABA (PA) A DE SÃO LUIS (MA).

Autor
Ademir Andrade (PSB - Partido Socialista Brasileiro/PA)
Nome completo: Ademir Galvão Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS.:
  • PRESENÇA, HOJE, DO PRESIDENTE DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL NA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, SR. SERGIO CUTOLO. CRITICAS A NOVA ADMINISTRAÇÃO DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL, NA REORDENAÇÃO DAS COORDENADORIAS REGIONAIS, SUBMETENDO A AREA DE MARABA (PA) A DE SÃO LUIS (MA).
Aparteantes
Carlos Bezerra.
Publicação
Publicação no DCN2 de 31/05/1995 - Página 9199
Assunto
Outros > BANCOS.
Indexação
  • COMENTARIO, PRESENÇA, SERGIO CUTOLO, PRESIDENTE, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, SENADO.
  • CRITICA, FORMA, ADMINISTRAÇÃO, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), REORGANIZAÇÃO, COORDENADORIA REGIONAL, INJUSTIÇA, REGIÃO NORTE, PAIS.

O SR. ADEMIR ANDRADE (PSB-PA. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Srs. Representantes da Região Norte do Brasil, hoje tivemos, na Comissão de Assuntos Econômicos, a presença do Presidente da Caixa Econômica Federal, Dr. Sérgio Cutolo. Todos sabemos que a Caixa Econômica Federal está passando por um enorme processo de reestruturação, que está sendo feita de maneira técnica, mas tem cometido algumas injustiças com a Região Norte do Brasil.

Gostaria de chamar a atenção dos Srs. Senadores da Região Norte que, inicialmente, a Caixa Econômica criou seis coordenadorias. A coordenadoria de número seis engloba os Estados do Ceará, Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas, Roraima e Amapá. Cada uma dessas coordenadorias foi subdividida em quatro subcoordenadorias. Para surpresa nossa colocaram à frente da coordenadoria-geral o Sr. José Wilson Oliveira, que exercia a superintendência da Bahia, como subcoordenadores o Sr. Valdir Santos Lima Filho, adjunto da diretoria comercial em Brasília; o Sr. Raul Santos Filho, superintendente do Ceará; o Sr. Rogério de Jesus Freire, superintendente do Piauí; o Srs. Juscelino Campelo de Siqueira, Chefe de divisão da Bahia. Portanto, nenhum homem da Região Norte do nosso País. Gostaria, inclusive, de chamar a atenção do Líder do nosso Partido, Senador Jader Barbalho, para o seguinte fato: essas pessoas que estão montando a reestruturação sem a presença de nenhum cidadão do Norte do Brasil chegaram ao absurdo de cometer o seguinte erro: criaram 83 escritórios de chefias para serem ocupados por técnicos - até aí, tudo bem, concordo - sem interferência política.

Senador Jader Barbalho, dividiram o Estado do Pará em duas partes. Colocaram um único escritório em Belém e um outro escritório em São Luís do Maranhão. E, imagine V. Exª, a região de Marabá ficou ligada a São Luís, ou seja, atrelaram o Sul do Pará ao Maranhão. O Sul do Pará inteiro vai ficar coordenado pelo chefe de escritório, como eles chamam, de São Luís do Maranhão.

O Sr. Carlos Bezerra - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. ADEMIR ANDRADE - Ouço V. Exª.

O Sr. Carlos Bezerra - Muito pior do que isso, Senador, é o critério que o Ministério da Fazenda está adotando para a distribuição de recursos da Caixa Econômica. São 30% para São Paulo e o meu Estado, que é o último colocado, está com 0,25%. Mais do que nunca, se faz necessário uma união nesta Casa dos pobres da República - o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste, para acabar com essa política que só beneficia o Sul do Brasil. Um Estado como o nosso ficou com uma migalha. O Pará de V. Exª deve ter ficado com uma migalha bem próxima da que nós ficamos.

O SR. ADEMIR ANDRADE - Ao Pará foram destinados 1,7%. Para o Norte inteiro, os recursos destinados à habitação representam 6,65% e para o Pará 1,7% de todos os recursos destinados à habitação no País.

O nosso Estado representa 4,8% da população brasileira, 15% do território nacional e é responsável por 15% de toda a exportação brasileira. O Pará exportou, em 1994, R$1,8 bilhão em mercadorias.

Chamo a atenção dos Srs. Senadores da Região Norte, porque a sociedade paraense e a sociedade do Norte está nos chamando de ausentes, de políticos fracos, que não conseguem resolver os problemas das suas regiões.

O que a Caixa Econômica está fazendo é um verdadeiro absurdo, colocando cinco técnicos que jamais pisaram na Região Norte e decidindo pela criação de 83 escritórios de negócios, cujos chefes serão escolhidos por critérios de competência - e com isso eu concordo e acho até que pode deixar de haver interferência política -, mas esse resultado absurdo como colocar o sul do Pará submisso a São Luís do Maranhão...meu Deus do céu! Já basta a ferrovia Itaqui, que leva todo o minério de ferro de Carajás para o Maranhão.

Os políticos do Pará, com certeza, não haverão de aceitar essa decisão e para isso gostaríamos de convocar todos os Senadores do bloco da Região Norte para um empenho, junto ao Governo, em relação a essa questão a fim de não permitirmos tamanho absurdo no nosso País.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 31/05/1995 - Página 9199