O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PP-DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta manhã farei três registros que considero bastante importantes.

O primeiro deles é que ontem comemorou-se o Dia Nacional do Comissário de Bordo, que pertence a uma categoria profissional, à qual, além de prestar serviços relevantes à economia do País, tem uma interface com todos aqueles que, em função de suas vidas pessoais ou profissionais, viajam rotineiramente. Sabemos que essa categoria é composta por pessoas conhecidas pela lhaneza no trato e pela cordialidade. Portanto, nossos cumprimentos aos comissários de bordo.

O segundo registro que gostaria de fazer, Sr. Presidente, é que, na próxima segunda-feira, duas cidades, pertencentes ao Distrito Federal, comemorarão seus aniversários. A primeira delas é Brazlândia, que completará 62 anos, embora Brasília tenha apenas 35.

Brazlândia, uma pequena cidade do interior de Goiás, inscrita no Quadrilátero Cruls, já constava da Constituição de 1891 como área onde seria implantada a nova Capital do País. Quando foi feita a demarcação definitiva do Quadrilátero, onde hoje está o Distrito Federal, Brazlândia ficou circunscrita a ele.

Hoje, Brazlândia empresta ao Distrito Federal a tradição que recolhe da sua permanência na vida econômica, principalmente na agropecuária, e na vida política do Centro-Oeste brasileiro.

Esta pequena cidade, que faz divisa com o Estado de Goiás, nos faz lembrar de um fato interessante ocorrido ainda no Governo Juscelino Kubitschek. Além da construção de Brasília, iniciou-se também a construção da Rodovia Belém-Brasília - e esse foi um importante fato econômico na vida nacional. Com a morte de Bernardo Sayão, essa rodovia não foi concluída, faltando apenas 90km de asfalto entre as cidades de Padre Bernardo e Uruaçu - quando esses 90km de asfalto forem executados, o percurso Belém-Brasília será diminuído em 244km, porque, hoje, quem faz esse trajeto ao chegar em Uruaçu tem que desviar até Anápolis para, depois, chegar ao Distrito Federal. Então, na verdade, a Rodovia Belém-Brasília, que é um marco na história da construção de estradas no Brasil, depende ainda de 90km de asfalto para ser concluída.

Meus parabéns a Brazlândia pelo seu aniversário.

Sr. Presidente, o último registro que faço é sobre o aniversário de Taguatinga, que completa 37 anos.

Há algo muito interessante e que V. Exªs conhecem bem: é que, muitas vezes, Brasília é vista sob uma ótica até pejorativa por aqueles que não a conhecem. Muita gente imagina que Brasília se resume apenas no percurso Aeroporto/Esplanada dos Ministérios, quando, na verdade, o Plano Piloto, que é a cidade capital, tem pouco mais de 300 mil habitantes, e o Distrito Federal, com suas 21 cidades, tem quase 2 milhões de habitantes.

Sr. Presidente, Taguatinga, pelos dados do IBGE, é a 14ª cidade do Brasil em população e já se aproxima de 400 mil habitantes. Na verdade, sendo Brasília a Capital do Brasil, podemos traçar um parâmetro e dizer que Taguatinga é a capital de Brasília. Lá concentra-se a vida econômica do Distrito Federal; lá temos representado o comércio, as pequenas, médias e grandes indústrias. Taguatinga é uma espécie de centro de gravidade econômica entre toda a região do Entorno do Distrito Federal.

Meus cumprimentos a esta cidade satélite pelo seu aniversário e a todos os seus moradores e às suas lideranças políticas e econômicas.

Sr. Presidente, lembro que Brasília, para ser preservada, na sua concepção de cidade capital, inclusive para que daqui a 50, 100 anos o Plano Piloto esteja tal e qual foi concebido por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, para que não sofra as pressões urbanas que sofreram os grandes centros como o Rio e São Paulo, descaracterizando o uso do solo urbano, é fundamental que haja um projeto de desenvolvimento econômico para o Centro-Oeste brasileiro, resgatando a idéia de pólo indutor do desenvolvimento econômico do Centro-Oeste.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na próxima quarta-feira, dia 07, por iniciativa do Senador Carlos Bezerra e outros membros desta Casa, todos os Governadores de Estado do Centro-Oeste brasileiro: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, enfim, todos esses Governadores, juntamente com toda a bancada suprapartidária dos respectivos Estados estarão se reunindo aqui no Senado Federal, pela manhã, para discutir uma proposta concreta, desenhada a várias mãos pelas equipes técnicas desses governos, no sentido de que, na próxima quarta-feira, às 15h30min, numa audiência que já temos acordada com o Senhor Presidente da República, os Governadores e os Parlamentares do Centro-Oeste levarão ao Governo Federal, ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, uma proposta objetiva de um modelo de desenvolvimento regional que integre Brasília à Região Centro-Oeste, preservando-se, evidentemente, o seu Plano Piloto na concepção original de cidade capital, mas, dando às cidades satélites, à região do Entorno e a todas as grandes cidades que são pólos econômicos desta Região um modelo de desenvolvimento econômico próprio.

A Região Centro-Oeste tem solo fértil, água abundante, um clima extremamente propício à prática agrícola; sabe-se aqui exatamente quando chove ou deixa de chover, as estações são bem definidas, não há nenhum acidente climático importante; as mais importantes estradas estão todas construídas, inclusive parte dos leitos ferroviários, fundamentais para o escoamento da produção. Enfim, o Centro-Oeste é, talvez, a Região mais preparada para sediar um novo modelo de desenvolvimento que, estou certo, este País vai viver depois da reforma constitucional. E é fundamental que o Centro-Oeste brasileiro receba medidas input do desenvolvimento Por que isso? Porque nenhum modelo de desenvolvimento será razoável neste País se novamente for concentrador de riquezas, quer seja concentrador de riquezas nas camadas sociais já privilegiadas, quer seja nas regiões do País já extremamente condensadas economicamente e populacionalmente.

Penso que as diferenças regionais deste País sejam talvez um dos problemas mais graves para o desenvolvimento harmônico da vida brasileira. E a atenção que se der agora ao Centro-Oeste brasileiro será, num futuro próximo, a variável mais importante na diminuição das nossas desigualdades.

Com esses cumprimentos, Sr. Presidente, ao aniversário de Taguatinga e esta lembrança da reunião que se dará em Brasília para o próximo dia 07 entre os governadores, os parlamentares do Centro-Oeste e a audiência que teremos com o Presidente da República, faço este registro e agradeço a atenção do Sr. Presidente e dos Srs. Colegas Senadores.

Muito obrigado.