O SR. EDISON LOBÃO (PFL-MA. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, o Brasil não seria hoje a grande Nação econômica que é sem a existência das empresas estatais; estas tiveram seu tempo e contribuíram fortemente para a grandeza econômica e social deste País. Mas, como citou a Senadora Benedita da Silva, está na Bíblia, no capítulo do Eclesiastes, "tudo tem o seu tempo e a cada momento a sua agrura". A fase das estatais já se encerrou; este é um modelo superado, completamente esgotado.

Quando ouço o Senador Suplicy dizer que um rolo compressor se prepara para passar por cima da razão, observo que defende a razão de uma minoria. Ainda há pouco, S. Exª defendia, por exemplo, os 20 mil grevistas petroleiros, contra 150 milhões de brasileiros. S. Exª fazia uma defesa de 20 mil, ao tempo em que negligenciava o interesse de 150 milhões de brasileiros prejudicados por essa greve selvagem e irresponsável.

S. Exª também se queixa do fato de ter eu, como Relator, emitido parecer contrário às suas emendas e de outros Srs. Senadores no que diz respeito à questão do gás. Fi-lo no que diz respeito à emenda Suplicy porque a considerei uma emenda mal situada; creio que tem méritos e pode ser examinada e aproveitada na lei regulamentadora; porém, não no dispositivo constitucional.

E o que aconteceu com o parecer do Relator? Foi aprovado por larga maioria.

A democracia pressupõe, Sr. Presidente, o respeito às posições da maioria, e a minoria pode realmente reclamar, ter suas posições, mas não pode entender que o seu ponto de vista é o correto contra o ponto de vista da maioria.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.