Discurso no Senado Federal

DISCURSO DE ESTREIA DE S.EXA. NA CASA.

Autor
Lúdio Coelho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Lúdio Martins Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • DISCURSO DE ESTREIA DE S.EXA. NA CASA.
Aparteantes
Ney Suassuna.
Publicação
Publicação no DCN2 de 14/06/1995 - Página 10276
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, DEFESA, IMPORTANCIA, EXECUÇÃO, REFORMA CONSTITUCIONAL, REDUÇÃO, ATUAÇÃO, ESTADO, ECONOMIA, SOCIEDADE, APERFEIÇOAMENTO, MELHORIA, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, CONSCIENTIZAÇÃO, FAMILIA, NECESSIDADE, LONGO PRAZO, RECUPERAÇÃO, PAIS.

O SR. LÚDIO COELHO (PSDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta é a primeira vez que venho à tribuna do Senado.

Sou novo aqui nesta Casa. Nunca exerci nenhum cargo legislativo. Nunca tive a honra de ser Vereador, Deputado Estadual ou Deputado Federal.

A população do meu Estado mandou-me a Brasília, ao Senado Federal, onde estou convivendo com um grupo de homens públicos com grande experiência político-administrativa e altamente intelectualizados.

Desejo confessar aos Senadores e à família aqui presente que tenho um pouco de dificuldade para me dirigir a um ambiente tão seleto como este.

Assumi, com a população do meu Estado, o compromisso de, se eleito, procurar desempenhar o meu mandato com dignidade, com respeito e com trabalho. E é o que estou fazendo.

Nestes primeiros quatro meses, tenho prestado bastante atenção para aprender o funcionamento desta Casa. Confesso que, logo na primeira reunião que tivemos com a Bancada do meu Partido, o Partido da Social Democracia Brasileira, transmiti aos meus companheiros que, inicialmente, não queria ocupar nenhum cargo na Mesa. A propósito, o Senador Carlos Wilson Campos falou: "É bom mesmo, Lúdio, porque pato novo mergulha raso, senão afoga". É isso que estou fazendo, agindo com grande cautela.

Srs. Senadores, a Nação brasileira está passando por profundas modificações desde a eleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso, eleição essa que, há seis, oito meses, não era esperada.

A população brasileira mudou, e nós, do Congresso Nacional, estamos vivendo uma época de entendimento na área do Governo, de que não me recordo ter havido igual nos últimos anos - entendimento entre o Congresso Nacional, o Poder Executivo e o Poder Judiciário.

Parece-me que há a compreensão de que Governo é isso: não é só o Poder Executivo, é o Congresso Nacional, o Poder Executivo e o Poder Judiciário.

O que nós, aqui no Congresso Nacional, estamos fazendo, hoje, é possibilitar ao Presidente Fernando Henrique Cardoso dar cumprimento à procuração que recebeu do povo brasileiro em 3 de outubro passado.

A campanha de Fernando Henrique Cardoso foi alicerçada no compromisso de fazer as reformas capazes de colocar o nosso País no lugar devido no contexto mundial. Nós ficamos para trás. Assistimos ao desmoronamento do Império Russo, à queda do Muro de Berlim e ainda permanecemos com uma Constituição que estava inviabilizando o ingresso do Brasil no contexto das nações desenvolvidas do mundo.

Felizmente, agora, estamos fazendo essas reformas, que considero das mais importantes. E, depois da reforma da Constituição, depois de diminuirmos o tamanho do Estado, é preciso que procuremos aprimorar o desempenho da Administração Pública em nosso País. O dia-a-dia da Administração Pública, em seus atos comuns, em seus atos de rotinas, precisa ser aperfeiçoado para funcionar adequadamente. Esse é um esforço que teremos de fazer permanentemente.

Precisamos também dizer à Nação brasileira que a sua recuperação econômica, que seu equilíbrio não será atingido a curto prazo. Não se arruma a vida de um País, administrado há muito tempo, gastando-se mais que as suas receitas, com despesas às vezes alocadas em assuntos não-prioritários, a curto prazo. O nosso desenvolvimento, o nosso crescimento econômico precisa ser buscado persistentemente. O combate à inflação precisa ser um estado de espírito da família. Não basta ao Poder Público querer, é necessário que as famílias brasileiras entendam a importância do equilíbrio econômico, de não se gastar mais do que se recebe. É através dessa linha de trabalho que iremos persistir.

Quero chegar ao meu Estado e dizer que estou cumprindo bem o meu dever no Senado.

O Sr. Ney Suassuna - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. LÚDI0 COELHO - Concedo o aparte a V. Exª, nobre Senador Ney Suassuna.

O Sr. Ney Suassuna - Nobre Senador Lúdio Coelho, creio que está muito bem colocada a sentença de V. Exª quando fala sobre a família, porque um país nada mais é do que o somatório de famílias. Se todas as famílias se comportarem dessa forma, no final, o país também se comportará da mesma forma. Entendo que é por aí: se todos gastarem menos do que ganham, restará poupança, inclusive para investimentos em áreas de prioridade. Parabéns!

O SR. LÚDIO COELHO - Obrigado. O andamento da reforma constitucional está indo bastante rápido e creio que, apesar de as coisas estarem normais, o Presidente da República está com um apoio muito bom no Congresso. O Congresso Nacional poucas vezes respondeu tão bem como está fazendo no momento, atendendo aos anseios da população.

Mas, se for necessária a nossa permanência aqui durante o recesso, apesar de estarmos com nossos serviços absolutamente em dia, deveremos continuar, a fim de dar continuidade a todas essas reformas que estão sendo propostas à Nação.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 14/06/1995 - Página 10276