O SR. JONAS PINHEIRO (PFL-MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, assomo à tribuna do Senado Federal para prestar minha homenagem a um dos maiores colonizadores deste País, vítima de infarto do miocárdio na última sexta-feira, dia 16 de junho, em Bebedouro, no Estado de São Paulo, e enterrado em Maringá, Paraná: Ênio Pipino.

Ênio Pipino, paulista de nascimento, transferiu-se para Maringá, Estado do Paraná, onde, através da empresa que criou, em 1948, a Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná, fundou onze cidades e fomentou inúmeras concentrações humanas, que serão, no desafio dos tempos, o testemunho de seu elevado espírito empreendedor.

No início da década de setenta, deslocou o peso de sua empresa para o Estado de Mato Grosso, onde, na altura do Km 500 da Rodovia Cuiabá-Santarém, numa extensão de 645 mil hectares, adquirida de terceiros, iniciou o Projeto de Colonização da Gleba Celeste, implantando as cidades de Sinop, Vera, Santa Carmem e Cláudia, com obras de infra-estrutura, cooperativas, campos experimentais, escolas, igrejas e centros de lazer, congregando uma população de cerca de 180 mil habitantes, num contingente de perto de 4.800 propriedades agrícolas.

Ao lado de outros colonizadores, como Ariosto da Riva, Norberto Shwantes, José Pedro Dias, o conhecido "Zé Paraná", Ênio Pipino, pelo seu elevado espírito de empreendimento e pioneirismo, dedicou sua vida a promover o desenvolvimento da Amazônia brasileira, num empreendimento de sucesso, que viabilizou a ida para aquela Região brasileira de milhares de colonos, principalmente dos Estados do Sul, já que planejou a ocupação daquelas áreas através de pequenos produtores.

Ênio Pipino, Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores foi um colonizador com ampla visão do futuro e desempenhou um papel fundamental no processo de ocupação do norte de Mato Grosso. Muito do que existe atualmente naquela região deve-se, sem dúvida, à sua visão, à sua iniciativa e ao seu trabalho. Ênio Pipino não foi somente um colonizador, mas um verdadeiro bandeirante do século XX.

Nos últimos anos, Ênio Pipino dedicava-se à implantação do projeto da Agroquímica de Sinop, para a produção de álcool de mandioca e sorgo, sonho que o destino não lhe permitiu concretizar em vida.

O trabalho de Ênio Pipino teve reconhecimento nacional e internacional, pelo qual recebeu inúmeros títulos e agraciamentos e o levou a participar de inúmeras conferências, não somente no Brasil como no exterior.

Como Senador pelo Estado de Mato Grosso, conhecedor de seu trabalho, seu admirador e amigo, não poderia deixar de prestar, no Senado Federal, esta homenagem a Ênio Pipino, exemplo de trabalho e espírito empreendedor. E, ao prestar esta homenagem, estendo-a aos seus familiares, bem como aos seus fiéis colaboradores.

Mato Grosso está de luto pelo empresário-colonizador que perdeu.

Sinop e municípios vizinhos ficam desprotegidos sem o grande líder e incentivador. Por certo, o espírito de "Seu" Ênio Pipino abrandará o seu desaparecimento.

Que Deus o tenha!

Muito obrigado.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.