Discurso no Senado Federal

VISITA AO HOSPITAL UNIVERSITARIO CLEMENTINO FRAGA FILHO, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, ONDE S.EXA. OBSERVOU GRANDE NUMERO DE LEITOS DESATIVADOS.

Autor
Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • VISITA AO HOSPITAL UNIVERSITARIO CLEMENTINO FRAGA FILHO, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, ONDE S.EXA. OBSERVOU GRANDE NUMERO DE LEITOS DESATIVADOS.
Publicação
Publicação no DCN2 de 15/06/1995 - Página 10374
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • COMENTARIO, ATENDIMENTO, CONVITE, DIRETOR, VISITA, ORADOR, HOSPITAL ESCOLA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ), OBSERVAÇÃO, QUALIDADE, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, NECESSIDADE, ATIVAÇÃO, ESPAÇO, INSTITUIÇÃO HOSPITALAR, POSSIBILIDADE, MELHORIA, PROBLEMA, SAUDE PUBLICA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, LIBERAÇÃO, RECURSOS, VIABILIDADE, PROJETO, ATIVAÇÃO, HOSPITAL ESCOLA, AQUISIÇÃO, EQUIPAMENTOS, DESENVOLVIMENTO, PESQUISA, FORMAÇÃO, MEDICO, BENEFICIO, POPULAÇÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

A SRª BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de compartilhar com V.Exªs não apenas a preocupação com um relevante problema de saúde pública, envolvendo o Hospital Universitário da maior Universidade Federal do País, mas também as soluções de baixo custo financeiro e alta resposta social que proponho.

Convidada que fui pelo diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lá estive no dia 09/06/95 e pude constatar os bons serviços prestados por esta instituição. Este Hospital, inaugurado em 1978 com nome de Hospital Universitário do Fundão, tinha uma capacidade prevista de 1600 leitos. No entanto, metade de sua estrutura física nunca foi ativada e mesmo a metade que funciona tem três de seus quatorze andares completamente desativados. Neste momento, o Hospital funciona com 530 leitos abertos aos pacientes do SUS. Atende em seus ambulatórios 26.000 pacientes ao mês, realizando 500 cirurgias das mais variadas especialidades no mesmo período.

No tocante à cirurgia cardíaca - e este é um grave problema de saúde pública do Estado do Rio de Janeiro - naquele hospital se realizam vinte cirurgias cardíacas por mês, em um serviço que tem doze leitos de enfermaria, quatro de CTI e uma equipe médica altamente qualificada.

Quero alertar os senhores da realidade epidemiológica do meu Estado no referente às doenças cardiovasculares: não é necessário dizer que são elas as causadoras do maior índice de mortalidade em todos os países do mundo. No entanto, quero salientar que no Estado do Rio de Janeiro existe a necessidade de se realizar cerca de 700 cirurgias cardíacas por mês, contudo apenas 30% destes pacientes conseguem atendimento adequado e a maioria são aqueles que têm recursos para serem atendidos por empresas de medicina de grupo, seguros-saúde, cooperativas médicas etc. Os cerca de 500 pacientes/mês do SUS, que não têm acesso a este tratamento e nem perspectiva de resolução para seus problemas, têm um caminho trágico a percorrer: ou morrem enquanto aguardam nas filas intermináveis para cirurgia, ou entram em benefício para o INSS, quando conseguem, ou se aposentam pela previdência, se tiverem sorte.

O serviço de cirurgia cardiotoráxica, na pessoa de seu chefe, o Prof. João de Deus e Brito e a direção geral do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na pessoa do Prof. José Ananias Filho, na oportunidade de minha visita, apresentaram um projeto que me sensibilizou, capaz de dar resposta a esta demanda reprimida destes pacientes que aguardam cirurgia, para usufruírem de melhor qualidade de vida e retornarem aos seus trabalhos.

O projeto aponta para a ocupação de um daqueles andares desativados, com a criação de estrutura física e aquisição de equipamentos, instalando 60 novos leitos de enfermaria e 15 de Unidade de Terapia Intensiva. Este centro do coração terá capacidade para realizar 150 cirurgias cardíacas por mês.

Quero lembrar que, além dos serviços médicos prestados, o centro desenvolverá pesquisas nesta área e será responsável pela formação de novos profissionais especializados no atendimento a este tipo de paciente. O hospital já dispõe de centro cirúrgico com condições de atender esta demanda, além de serviços de apoio quer na área médica, quer na área administrativa.

Este projeto, com possibilidade de resposta em seis meses apenas, requer um montante de investimento realmente baixo. São necessários somente quatro milhões de reais, sendo que um milhão será a contrapartida do próprio hospital universitário.

Gostaria de contar com o apoio das diversas bancadas no sentido de sensibilizar o Governo Federal para a liberação deste recurso, que sem dúvida trará mais alegria para os lares de muitos Brasileiros.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. 


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 15/06/1995 - Página 10374