Pronunciamento de Roberto Requião em 28/06/1995
Discurso no Senado Federal
REFUTANDO NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE ACERCA DE APOIAMENTO AO SENADOR JULIO CAMPOS, QUE PROPÕE DOTAÇÃO DE RECURSOS PARA FUNCIONAMENTO DOS GABINETES DOS SENADORES.
- Autor
- Roberto Requião (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
- Nome completo: Roberto Requião de Mello e Silva
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
IMPRENSA.:
- REFUTANDO NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE ACERCA DE APOIAMENTO AO SENADOR JULIO CAMPOS, QUE PROPÕE DOTAÇÃO DE RECURSOS PARA FUNCIONAMENTO DOS GABINETES DOS SENADORES.
- Publicação
- Publicação no DCN2 de 29/06/1995 - Página 11208
- Assunto
- Outros > IMPRENSA.
- Indexação
-
- DESMENTIDO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), AUTORIA, ALEXANDRE BOTÃO, JORNALISTA, RELAÇÃO, APOIO, PROPOSTA, JULIO CAMPOS, SENADOR, ALTERAÇÃO, AUMENTO, VERBA, DESTINAÇÃO, CONGRESSISTA, PAGAMENTO, DESPESA, GABINETE.
O SR. ROBERTO REQUIÃO (PMDB-PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dias atrás, li, no Jornal de Brasília, que o Senador Júlio Campos estava apresentando uma proposta de modificação da distribuição de verbas no Senado e que essa proposta contava com o apoio do Senador Lúdio Coelho e com o meu apoio.
Estranhei a notícia, pois não conhecia a proposta do Senador Júlio Campos.
Ontem à tarde, em meu gabinete, recebi um telefonema de um jornalista chamado Botão - desta vez, do Correio Braziliense -, que perguntava a minha opinião sobre a proposta que eu ainda não conhecia, porque o Senador Júlio Campos apresentou-a mais tarde, aqui, no plenário do Senado.
Tentou o jornalista explicar-me, de forma rápida, o conteúdo da proposta do Senador Júlio Campos. Disse-lhe que me parecia uma tentativa de descentralização de recursos do Senado Federal; que me parecia que o Senador Júlio Campos pretendia criar unidades orçamentárias nos gabinetes.
Disse ao Sr. Botão, o jornalista do Correio Braziliense, que cabe ao Senado viabilizar o trabalho dos Senadores. Disse a ele que, por exemplo, naquele momento, eu estava sem fax em meu gabinete no Senado, e também não dispunha de envelopes para responder correspondências mandadas a mim pelos eleitores do Paraná.
Disse a ele que eu pensava que uma descentralização que viabilizasse, por exemplo, facilidade a um senador para organizar uma pesquisa de opinião, uma pesquisa de mercado, uma pesquisa bibliográfica, para realizar um trabalho, sem ter que passar pela difícil máquina burocrática da Casa, parecer-me-ia interessante.
Mais não disse, Sr. Presidente, e nem me foi perguntado.
Hoje, pela manhã, recebo, em minha casa, o Correio Braziliense, no qual esse jornalista gaiato, que se chama Alexandre Botão, escreveu o seguinte:
"O senador Júlio Campos (PFL-MT) já conseguiu voluntários para ajudá-lo a segurar o pires na campanha para o aumento da verba dos senadores.
A primeira mão amiga veio do Paraná."
E, como se fosse uma declaração minha:
"Precisamos desses R$50 mil por mês. O Senado tem a obrigação de dar condições para nós trabalharmos", cobrou o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
O senador sabe como vai usar o dinheiro, mesmo antes dele ser aprovado."
E, colocando na minha boca o que eu não disse:
"A verba seria para sustentar meu escritório no Paraná, que está ligado às minhas atividades no Senado. Hoje, essa despesa sai do meu bolso", indigna-se.
Requião acha que os R$50 mil por mês seriam apenas para gastos com pessoal e "poucas coisas da infra-estrutura".
Isso não é jornalismo, Sr. Presidente, ........
Sou jornalista. Abomino todas as idéias de se colocar controle na imprensa, mas fico aqui pensando, como pensam os americanos: O que é um liberal? É um conservador antes do assalto.
Fui agredido, fui insultado, fui profundamente ferido no meu comportamento ético e moral ao longo da minha carreira. Sou o único Deputado do Paraná que não participou do Instituto de Pensão e Aposentadoria. Quando Prefeito no meu Estado, extingui a aposentadoria dos ex-prefeitos, e extingui também o mecanismo que possibilitou ao Ministro da Previdência Social Reinhold Stephanes aposentar-se com o salário de Diretor da Prefeitura, com apenas 22 anos de trabalho.
Sr. Presidente, sou dos Governadores que aqui no Senado abriram mão da sua verba de representação como ex-Governadores de Estado. E esse pequeno jornalista, esse ..... de redação, tem a petulância de colocar uma matéria desse teor.
Peço a V. Exª que mande a transcrição desta minha intervenção no plenário para o editor do Correio Braziliense, porque quero entender que essa matéria baixa, mesquinha e absolutamente inverídica não tem o patrocínio do jornal.
E começo, Sr. Presidente, desde agora, a pensar no que nunca pensei: freio e bridão na boca e na pena de jornalistas absolutamente irresponsáveis. (Muito bem!)
O SR. GERALDO MELO - Permite-me um aparte, nobre Senador Requião?
O SR. ROBERTO REQUIÃO - Pois não!
O SR. PRESIDENTE (José Sarney) - Senador Geraldo Melo, o tempo do Senador Roberto Requião já se esgotou e não cabe aparte quando um Senador está dando explicações pessoais.
O SR. GERALDO MELO - Agradeço as explicações de V. Exª.