O SR. EDUARDO SUPLICY (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, pedi a palavra apenas para registrar que, na cidade de Americana, na manhã de hoje, está-se realizando uma manifestação. Americana é conhecida por ser um dos principais centros da indústria têxtil, de toda a sua cadeia, pois lá estão fábricas de fios, de tecelagem, de acabamento, como tinturarias, estamparias, engomagens, e de confecções, a exemplo de muitas das cidades de Santa Catarina, Estado onde V. Exª foi Governador.

E lá há uma manifestação em defesa da indústria têxtil. Praticamente três em cada quatro trabalhadores trabalham na indústria têxtil. E de 1990 para cá, houve nada mais nada menos do que trinta e cinco mil perdas de postos de trabalho, sendo que, em 1995, seis mil postos de trabalhos foram perdidos.

É extremamente grave a situação naquela cidade de cento e setenta e oito mil habitantes, com uma arrecadação mensal da ordem de R$5 milhões ao mês. Conforme explicou-me o Prefeito Frederico Pólo Müller, essa arrecadação é de um milhão de reais a menos do que seria o normal, não fosse a crise extremamente séria por que está passando.

Na verdade, a arrecadação de ICMS na cidade decresceu 25%, em virtude da severíssima crise que está ocorrendo, agravando-se nos últimos três anos.

Muito embora o Governo tenha anunciado que o Banco Central iria cancelar os financiamentos de importações, para que essas só pudessem ser realizadas a vista, isso efetivamente ainda não ocorreu. Havia mil indústrias relacionadas a essa cadeia têxtil na cidade; agora são apenas 762.

Na próxima quarta-feira, haverá uma reunião no Congresso, com a participação de pessoas não apenas de Americana mas também de diversas outras regiões do Brasil. Estarão todos os envolvidos - trabalhadores, empresários, prefeitos das regiões atingidas - reunidos para conversar com os membros do Congresso Nacional - alguns dos quais estão em Americana neste instante - e também procurando despertar a atenção do Presidente Fernando Henrique Cardoso para o tema.