Pronunciamento de Iris Rezende em 10/08/1995
Discurso no Senado Federal
EXALTAÇÃO AO PMDB. HISTORICO DAS LUTAS POLITICO-SOCIAIS DO PARTIDO.
- Autor
- Iris Rezende (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
- Nome completo: Iris Rezende Machado
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA PARTIDARIA.:
- EXALTAÇÃO AO PMDB. HISTORICO DAS LUTAS POLITICO-SOCIAIS DO PARTIDO.
- Aparteantes
- Gilberto Miranda, Jader Barbalho, Ney Suassuna, Pedro Simon.
- Publicação
- Publicação no DCN2 de 11/08/1995 - Página 13768
- Assunto
- Outros > POLITICA PARTIDARIA.
- Indexação
-
- ELOGIO, ATUAÇÃO, HISTORIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB).
O SR. IRIS REZENDE (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadoras, sou, orgulhosamente, um homem do povo, um lutador das lutas do povo. E é por isso que sou, orgulhosamente, um político do PMDB. E um guerreiro das lutas do PMDB.
Na história recente deste País, é incontestável que poucos Partidos souberam, tanto quanto soube o MDB e quanto soube depois o PMDB, incorporar ao seu discurso e à sua prática o sentimento, as aspirações e as ações do povo do Brasil.
O MDB foi sentimento e sentimento e voz de resistência popular ao se construir como Partido de Oposição em pleno regime militar. O PMDB foi sentimento e voz do povo nas eleições de resistência de 1974, quando a Nação levou às urnas, pela primeira vez, seu grito de "basta" à ditadura.
O PMDB foi sentimento e voz do povo da Nação, mais uma vez em 1984, ao iniciar, no passo firme e na palavra e no gesto firme do combatente Ulysses Guimarães, a marcha que em poucas semanas fez das ruas do Brasil - das ruas de todo o Brasil - o cenário da maior mobilização popular da sua história - a campanha pelas eleições diretas.
O PMDB foi sentimento e voz popular ao assumir com Tancredo Neves e José Sarney, ainda em 1984, a missão de dobrar o regime militar pelas regras do próprio regime, enfrentando os vícios do Colégio Eleitoral para dizer "não" à continuidade das sombras e, "sim" ao alvorecer da democracia.
O PMDB foi sentimento e voz do povo ao chorar Tancredo Neves e ao cumprir, com José Sarney o compromisso histórico do Partido de restabelecer no Brasil o Estado de Direito, as plenas liberdades públicas.
É difícil encontrar na história universal país que tenha atravessado a difícil transição do autoritarismo para a plena vigência das instituições democráticas, em meio a uma situação econômica adversa sem conflitos fratricidas, sem que ódios e ressentimentos aflorassem violentamente. Para que isso fosse possível no Brasil, dois elementos tiveram importância fundamental: o caráter e a fé de nosso povo e a presença de uma organização política de abrangência nacional capaz de expressar sem radicalismos os anseios dos diversos segmentos da sociedade brasileira.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje o País enfrenta o desafio de estabelecer as bases de um novo ciclo de desenvolvimento. É certo que o mundo passa por grandes transformações e que a interdependência das nações é uma realidade. Mas este fenômeno, denominado por muitos de "globalização", não pode ser a generalização da lei do mais forte e a submissão de nações e culturas a modelos circunstancialmente hegemônicos. Mais que nunca é preciso e possível unir esforços para que a humanidade ingresse no novo milênio tendo por objetivo a concretização dos ideais legados pelo Iluminismo e pelas grandes revoluções do século XVIII. Que estes tempos tão turbulentos assinalem a universalização pela liberdade e pelo progresso para todos.
Para que o País possa promover as transformações a que nos referimos no plano interno e tenha, no âmbito internacional, uma papel a sua altura, é preciso um sistema político vigoroso, com instituições partidárias capazes de interpretar os anseios nacionais.
O PMDB que, como todo grande Partido democrático, se transformou na autêntica fisionomia política brasileira, que absorveu os traços étnicos e sociais, que assumiu as virtudes e esperanças e - reconheçamos - as dúvidas e humanas fraquezas deste povo, não fez pouco nas três décadas recentes.
Sim, o povo brasileiro e o PMDB não fizeram pouco nas três recentes décadas. No mínimo, construíram juntos a democracia. No mínimo, venceram juntos a dor de perder as lideranças e a serena confiança representadas por Tancredo Neves e por Ulysses Guimarães. Nem por isso, contudo, povo e PMDB se deixaram abater. Continuam juntos a perseguir e a construir uma vida melhor para os brasileiros de hoje e de amanhã.
É nisto, na construção de um Brasil melhor para os brasileiros, que estão empenhados 1.497 Prefeitos, 8.262 Vereadores, 9 Governadores, 260 Deputados Estaduais, 107 Deputados Federais, 23 Senadores, 3 Ministros de Estado e 6 milhões de filiados em todo o País.
O PMDB, Sr. Presidente, é um Partido grande - o maior do Brasil. É maior do que cada um dos outros Partidos do Congresso, sem aliciar ninguém e apesar do assédio de uma ou outra agremiação a seus representantes. O PMDB é maior do que cada um dos outros Partidos em número de Estados que governa, é maior em número de Vereadores, de Deputados Estaduais, de Deputados Federais, de Senadores, de Prefeitos e de filiados.
Mas o PMDB não é apenas um Partido grande. É também um grande Partido político. Sua grandeza não se avalia somente por sua história ou pelo número de cargos eletivos conquistados. Ambos são importantíssimos e atestam a autenticidade e o vigor de um projeto de sociedade. Mas a grandeza só é real e duradoura, só adquire nobreza e sentido, quando este Partido é capaz de absorver e canalizar para a vida política a pluralidade das expectativas e das propostas que emanam de um povo.
Como todo Partido moderno, o PMDB cresceu. Cresceu em representação e em responsabilidade. Mas cresceu sobretudo na base, como expressão política dos brasileiros dos confins do País até as grandes cidades, porque foi, na oposição e no Governo, o Partido do povo. O PMDB foi o Partido das principais lutas do povo, das maiores esperanças do povo, e foi o instrumento da maior conquista popular da história recente do País: a democracia, o Estado de Direito.
Nada foi à toa na sua história. Nada foi à toa na história de seus líderes e de seus militantes.
O PMDB é hoje, como foi ontem, um partido inteiramente engajado na tarefa de construir uma Nação mobilizada sempre para a democracia e pela justiça social. O PMDB é hoje, como foi ontem, o Partido da construção da democracia. E quer ser o Partido da construção da justiça social.
O PMDB é, seguramente, um Partido unido em favor do Brasil e de sua gente. É também um Partido democrático - e assim capaz de conviver com divergências internas - e é, igualmente, um Partido organizado. Esses não são atributos apenas de hoje; são qualidades que o PMDB foi somando ao longo de sua história, da história deste e deste País. Com sacrifícios, sim, de toda ordem; com determinação, sim, em todo o tempo.
Não poderia, ao falar, por exemplo, da organização do PMDB, deixar de dizer o quanto orgulha ao Partido - como a este Senado e ao Brasil - a figura ímpar de Pedro Simon. Incansável, onipresente e com a coragem própria daqueles iluminados que fazem do servir às causas do povo a sua devoção, Simon construiu no Rio Grande do Sul um reduto peemedebista exemplar para o País. Fez isso na dura luta da oposição e também na dura luta do extraordinário governo que realizou para os gaúchos - e que o Governador Antônio Britto retoma agora, com audácia e brilho, fazendo renascer a confiança e a esperança da população rio-grandense em seu destino.
Como Pedro Simon, como Antônio Britto, governantes, parlamentares, militantes e dirigentes do PMDB estão dedicados, em todos os cantos da pátria, a contribuir para a construção de um Brasil melhor. É assim nas Alagoas do Governador Divaldo Suruagy; no Mato Grosso do Sul, sob a liderança do Governador Wilson Martins; na Paraíba, governada por Antonio Mariz; no Piauí, sob o comando do Governador Mão Santa; em Santa Catarina, com o Governo de Paulo Afonso; em Rondônia, com o Governo de Waldir Raupp; no Rio Grande do Norte, sob a liderança de Garibaldi Alves Filho; e em Goiás, no Governo Maguito Vilela. Também sabemos o quanto é importante para um partido político o trabalho de organização, de enraizamento junto à sociedade, como o que tem sido feito por todo o País e especificamente em São Paulo por Orestes Quércia.
Eficiente na construção de melhores dias para os povos dos Estados que governa, o PMDB começou a buscar, no início deste ano, a possibilidade de participar das decisões que, tomadas pelo Governo Federal, interessassem à maioria da sociedade brasileira. Com esse espírito e fiel aos compromissos assumidos com o povo em toda sua trajetória de Partido, o PMDB tem apoiado os projetos e as ações do Governo Fernando Henrique Cardoso que visem à melhoria das condições de vida dos brasileiros.
É essa - a do atendimento aos compromissos do Partido com a população - a direção que seguem as Bancadas do PMDB na Câmara e no Senado; os Líderes do Governo no Congresso e na Câmara - peemedebistas Germano Rigotto e Luiz Carlos Santos -, e os Ministros dos Transportes, Odacir Klein, da Justiça, Nelson Jobim, e da Integração Regional, Cícero Lucena. É essa a bússola que orienta o Presidente do nosso Partido, o bravo Deputado Luiz Henrique, e certamente também é essa a bússola que tem orientado o Presidente desta Casa e do Congresso, essa exemplar liderança popular e partidária, o Senador José Sarney. Na mesma linha, destacam-se os grandes Líderes da Bancada nesta Casa, o bravo companheiro Jader Barbalho, e na Câmara dos Deputados, o Deputado Michel Temer.
Com certeza, as grandes diretrizes nacionais não estão sendo emanadas por um governo do PMDB. O PMDB está integrado a um governo de parceria, uma gestão administrativa concebida em aliança e praticada em aliança ainda maior.
O PMDB, Sr. Presidente, disse e repete sim à liberdade e à democracia. O PMDB disse e diz sim à construção de um Brasil rico e justo. E haverá de participar e de apoiar todas as iniciativas de governo direcionadas para a consolidação da democracia e para o desenvolvimento econômico e social do Brasil e dos brasileiros. Quando o Governo, o atual ou qualquer futuro Governo, não seguir esse norte, não terá o apoio e muito menos a participação do PMDB. Não será um governo do PMDB e também não será um governo digno da presença e do respaldo do PMDB.
O Brasil vive ainda o início de um governo que nasceu legitimamente das urnas e que abriu, no primeiro semestre deste ano, um processo de reformas que anuncia longo.
O PMDB está neste Governo, acredita nele e fará parte dele enquanto atender aos interesses da maioria do povo. Estará fora desse - e de qualquer outro governo - no momento em que os interesses da maioria dos brasileiros forem contrariados ou sacrificados.
O PMDB tem coragem, unidade e votos para governar; tem coragem, unidades e votos para ajudar a governar; e ninguém se engane: o PMDB tem coragem, unidade e votos para se opor a governos.
O PMDB, estejam certos os brasileiros, não tem e não terá coragem, nem unidade, nem votos para se opor às aspirações da maioria do povo. Mas teve, tem e terá coragem, unidades e votos para todas as tarefas de construção do Brasil. Falta-nos inspiração e vocação para o talvez; falta-nos inspiração e vocação para trair, sob qualquer pretexto, os interesses populares. Mas ao PMDB sobre vontade, decidida vontade, para a construção do Brasil sem dúvida e sem tergiversações, arremedos ou imitações.
O PMDB não é porta de saída; é o porto de chegada. E é posto de guarida e trincheira de luta a quem já chegou e a quem, ainda não chegado, se dispuser a ser um servidor dos interesse do povo. É para servir ao povo que o PMDB quer aprofundar ainda outra vez a discussão sobre o País. O PMDB quer dar curso e levar a termo - e há de fazer, sob seguro comando - um amplo debate popular sobre o presente e o futuro do Brasil.
O PMDB há de levar às ruas, aos salões, às escolas, aos sindicatos e até aos botequins do País; o PMDB há de levar até onde puder levar; o PMDB há de levar até o mais remoto canto de terra do Brasil a possibilidade de que os brasileiros debatam a realidade e o destino de seu País. Porque sabe o PMDB, por sua história e por seu presente, que é dos brasileiros; e que é pela vontade e pela determinação dos brasileiros que há de identificar e resolver os grandes e dramáticos problemas do Brasil.
Está equivocado quem imagine que contribui ou contribuirá para a solução dos problemas nacionais ao tentar promover a desestruturação, a desorganização, o enfraquecimento de qualquer partido. A história dos países e dos povos evidencia, de forma irrefutável, que é na existência de partidos fortes que se consolida a organização política da sociedade.
O PMDB é grande e quer crescer. Vai crescer. Mas estão equivocados aqueles que falam de "inchamento" do partido. Não faz parte da prática do PMDB, nem de seu projeto político, a cooptação, a divisão e a subtração de detentores de mandatos, de cidadãos que integrem ou simpatizem com outras agremiações. O que o PMDB prega e busca, tanto entre seus militantes e afiliados, quanto junto à sociedade e aos demais partidos políticos, é o fortalecimento de todos os partidos, ampliação da participação popular na vida política da Nação, o enriquecimento do debate político.
Dirigentes que se prezem - partidos que se prezem - devem compreender que a missão política a ser cumprida é o fortalecimento dos partidos pela organização popular; é a consolidação dos partidos como instrumentos populares para a defesa dos grandes interesses e a conquista dos grandes objetivos da maioria do povo. Definitivamente, o caminho a seguir não é o da ilusão contábil do aliciamento partidário, nem o do suicida inchaço a qualquer custo.
Ou se faz dos partidos - como se fez e se há de continuar fazendo do PMDB - um instrumento útil ao povo, ou os brasileiros se distanciarão dos partidos, debilitando as próprias instituições democráticas.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não sou um homem dado a citações. No entanto, ao trazer-lhes estas modestas reflexões sobre a vida política do país e o trabalho do partido ao qual me sinto honrado de pertencer, não pude deixar de recordar a extraordinária figura de Afonso Arinos de Melo Franco, brasileiro que dignificou a vida pública tanto nas ruas quanto nesta tribuna. Para ele, o Partido Político era "o lar cívico que deve existir sempre, ao lado do lar doméstico". Por este motivo, considerava que "todo brasileiro consciente, homem ou mulher, tem hoje o dever de se integrar em um partido político como prova de aquisição verdadeira da sua cidadania".
Em minha vida de militante político e de administrador sempre acreditei mais na obra coletiva, no esforço coletivo e fraterno que nos lances individuais de audácia e nos projetos faraônicos. Foi assim que sempre estimulei e me engajei em mutirões.*
O Sr. Ney Suassuna - Permite-me V. Exª um aparte?
O SR. IRIS REZENDE - Ouço V. Exª com muito prazer.
O Sr. Ney Suassuna - Nobre Senador, peço este aparte apenas para solidarizar-me com V. Exª pelo bonito, ecumênico e pacifista discurso que está fazendo. Essa é a mensagem ao nosso Partido.
O SR. IRIS REZENDE - Muito obrigado. Sinto-me gratificado pelo aparte de V. Exª.
O Sr. Casildo Maldaner - Permite-me V. Exª um aparte?
O SR. IRIS REZENDE - Ouço com prazer V. Exª.
O Sr. Casildo Maldaner - Senador Iris Rezende, V. Exª retrata a história do nosso Partido ao longo de algumas dezenas de anos e como ele vem pautando sua vida - e V. Exª o faz com tanta dignidade - a sua formação, as caminhadas que o partido já desenvolveu no País inteiro. No primeiro instante, na época da repressão, eram dureza. Quem punha a cabeça para fora da janela tinha-a decepada pela repressão. Creio que essas conquistas democráticas o Partido conseguiu no Brasil. Implantou inclusive o pluripartidarismo, o direito de ir e vir, o direito de reunir, o direito de debater. Parece-me que hoje é um outro campo. Precisamos continuar com a cabeça fora da janela? Sim, mas não para usufruirmos das conquistas democráticas; devemos olhar para o problema da miséria, da habitação, da saúde, do desemprego. Creio que esta é a grande luta do nosso Partido de agora em diante. V. Exª disse muito bem que temos que fazer presente o que representamos hoje. Tenho dito que nesta Casa, muitas vezes, nós, que somos maioria nas votações, passamos para o Congresso e a Nação a ser a maioria minorizada. Acredito que essa dignidade precisamos restabelecer, para fazer com que a Nação entenda que este não é o momento de cooptar. O que o Governo precisa implantar as reformas. E nós estamos aqui para dar a sustentação. Temos também o respeito pelo que representamos perante a Nação. Senador Iris Rezende, os cumprimentos a V. Exª pelo grande pronunciamento que faz na tarde de hoje.
O SR. IRIS REZENDE - Senador Casildo Maldaner. Honra-me muito o aparte de V. Exª, principalmente por conhecê-lo e vê-lo sempre integrado nos grandes chamamentos, nas grandes causas em defesa deste País. Muito obrigado.
O Sr. Pedro Simon - Permite-me V. Exª um aparte?
O SR. IRIS REZENDE - Pois não, Senador Pedro Simon.
O SR. Pedro Simon - A Imprensa noticiava e estávamos esperando o pronunciamento de V. Exª hoje. Quero felicitar V. Exª, a Casa, e o nosso Partido pelo significado do seu pronunciamento. Em meu nome, em nome do Senador José Fogaça, em nome do Rio Grande, agradecemos as gentis referências que V. Exª faz à secção do Rio Grande do Sul. Eu poderia, com muita tranqüilidade, fazer um grande elogio a V. Exª e ao nosso Partido lá em Goiás. V. Exª é um símbolo de luta e de resistência. Foi Presidente da Câmara, Presidente da Assembléia, e governador por duas vezes. É o único nesta Casa que foi vitorioso permanentemente. Ganhou em 82, elegeu o governador que pretendeu em 86, ganhou em 90 e elegeu o governador em 1994. V. Exª foi cassado pelo arbítrio, porque, à época, na Prefeitura de Goiânia, representava uma das grandes lideranças que o nosso Partido, o PMDB, teve ao longo da História. V. Exª sofreu a cassação e a aceitou; readquiriu os direitos políticos e voltou, na crista da liderança, à posição que V. Exª representa. O seu discurso é muito importante. Temos que entender o seu discurso não pelo que V. Exª diz, mas pelo que V. Exª quer que reflitamos. V. Exa. está-se dirigindo ao PMDB, dizendo: "Meus amigos, parem para pensar!" V. Exª está mostrando o que o MDB e PMDB representaram, a nossa biografia, a nossa história. Tanta gente tem que ser citada! Muitas pessoas fazem falta e nos fazem sentir saudade, como o Dr. Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela e Tancredo Neves! Há tantos nomes que representaram o nosso Partido e outros que dele saíram, mas com os quais, na verdade, temos total identificação de idéias e de princípios. Por razões as mais variadas, algumas pessoas, com as quais temos uma íntima intimidade, saíram do nosso Partido, mas nunca deveriam tê-lo feito. V. Exª fala a respeito do papel dos Partidos políticos. V. Exª faz esse discurso, num momento em que a vida partidária passa por dificuldades nunca antes vividas na história deste País; V. Exª e eu sabemos disso. Observamos que o Brasil não tem uma tradição de vida partidária, lamentavelmente, desde o Império, desde a Primeira República. Na Primeira República, nós não tínhamos partidos nacionais; os partidos eram regionais, eram partidos dos governadores: o PRP de São Paulo, o PRP do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Tínhamos um curto espaço que intentou o Dr. Getúlio, em 1946, o PTB, o PSD, a UDN, que eram para ser os grandes partidos nacionais, quando começaram a dizer que o mal foi fazer os partidos em cima da figura do Dr. Getúlio. A UDN era contra o Getúlio Vargas; e o PSD a favor. Se era um homem mais conservador, era o PSD; um pouco mais progressista, era o PTB. E foi dramático aquilo, e levou muito tempo. E quando os partidos, na década de 60, começavam a se firmar, a UDN era o partido dos intelectuais, da cidade; o PSD era o partido rural; e o PTB era o partido dos trabalhadores. Quando começou a se dar uma certa orientação partidária, criou-se o tal de PDC, que era da social democracia; e aí vem o governo e termina com os partidos, criando em seguida dois partidos: MDB e ARENA. Ficamos um tempo enorme só com MDB e ARENA. No início, o MDB era contra o governo, e a ARENA a favor; a rigor, nem era isso, porque, para fundar o MDB, o Castelo Branco teve que pegar um General Senador e dizer para ele ir para lado de lá, caso contrário não se teriam os sete senadores necessários para formar um partido político. O MDB levou um tempo enorme. E V. Exª sabe que, modéstia à parte, nós do MDB do Rio Grande do Sul tivemos um papel muito importante. Com toda sinceridade eu reconheço isso. E nós fizemos uma resistência no Rio Grande do Sul; traçamos idéias naquele Estado. Certa vez, o Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, não podia, não tinha onde falar em São Paulo. Foi falar lá, no MDB do Rio Grande do Sul, na Assembléia Legislativa, uma das vezes cercada por tropas do Exército. Mas nós debatemos, discutimos, levantamos teses consideradas malucas no início. Falávamos em anistia, em constituinte, em teses que aos poucos passaram a ser ouvidas, foram se consolidando e tomando conta do MDB nacional. Com isso, de repente, o MDB era um grande partido; a ARENA passou de maior partido do ocidente, quando tinha o nosso querido senador por Minas Gerais como seu presidente, Senador Francelino Pereira, a um partido de menor expressão. A ARENA foi perdendo substância até que houveram por bem extinguir a ARENA e o MDB. Naquele momento, protestei da tribuna do Congresso Nacional em nome do MDB, fiz o último discurso do nosso Partido, o discurso de sétimo dia. Naquela oportunidade, disse que se estava cometendo um erro, porque a hora de extinguir os partidos era quando fosse convocada a constituinte. Na hora de convocar a Constituição dever-se-ia fazer uma eleição entre ARENA e MDB. Convocada a constituinte, deveriam ser extintos no primeiro dia os partidos políticos, fazendo-se a nova constituição e, a partir dela, criar-se-iam, num prazo de seis meses a partir da nova constituição, os partidos políticos. Isso não aconteceu, lamentavelmente. Foram criados então o PMDB, o PDT, PT, o PSDB e mais outros tantos partidos, formando esse leque de trinta partidos que hoje vemos. E nesse leque todos estão vivendo crises, à exceção do PFL do Dr. Antônio Carlos Magalhães. É um partido que respeito, porque tem estrutura de poder e está no poder. O próprio PSDB do Presidente da República está em crise. Agora vemos aí o PPR com o PTB e mais o PP reunindo-se. E qual vai ser a legenda? A crise partidária é difícil. Quero dizer que entendi o seu discurso. Na verdade, V. Exª chama a atenção neste momento para definir o papel do PMDB; chama a atenção do Pedro Simon, do José Fogaça, do Senador Jader Barbalho, do Presidente José Sarney para a nossa responsabilidade neste momento. Como V. Exª disse, não é o brilhantismo pessoal, não é uma maioria ocasional, não é uma solução que signifique uma vitória pessoal de grupo. É hora de tentarmos um grande entendimento. Realmente, isso é importante. A tentativa de V. Exª é da maior importância; esse esforço é o mínimo que podemos fazer. Não sei se vai resolver ou não, para onde estamos caminhando, o que vai acontecer. V. Exª tem autoridade para fazê-lo, porque não perdeu uma eleição no seu Estado. Saímos de uma eleição, é verdade, onde somos maioria na Câmara, no Senado; temos nove Governadores, mas, de certa forma, dizem de nós o que dizíamos na época da ARENA, que era um Partido que estava virando um Partido regional. Perdemos as eleições em São Paulo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em Pernambuco, no Paraná, no Ceará, enfim, nos grandes Estados, à exceção do Estado de V. Exª, do Rio Grande Sul. Terminamos tendo uma situação difícil. Temos que meditar, debater e tentar uma solução que busque o diálogo e o entendimento. As coisas que aconteceram são passado. Por exemplo, divergi do Sr. Quércia. Achei que ele não era o candidato, que não tinha chance de ganhar. Isso não significa que eu não respeite o Sr. Quércia. Se é para ele ser o representante do Partido em São Paulo, tudo bem. Não tenho autoridade para interferir; em uma situação como aquela temos de meditar. Dizia o Presidente José Sarney - não posso esquecer-me -, com profunda razão e seriedade, nas vésperas da convenção, que não conseguia entender por que o Partido não reunia a sua Liderança para discutir os números que estavam nas pesquisas de primeiro e segundo turno. O Partido não se reuniu, não discutiu, nem analisou. O que aconteceu? Fomos para a ocasionalidade, e o resultado foi o previsível. Era só perguntar ao Presidente Sarney, que S. Exª mostrava a previsibilidade dos números de uma centena de pesquisas da época, as mais variadas. Mas isso é passado. Este é o significado que apreendo do pronunciamento de V. Exª: olhando para frente, temos de nos dar as mãos e saber que ninguém tem autoridade para atirar a primeira pedra, ninguém é o dono da verdade, ninguém sozinho é grande coisa. Um pronunciamento como o de V. Exª nos chama a atenção para sentarmos à mesa, sem vetos ou sem determinação da obrigatoriedade, a fim de buscarmos o que é melhor para o Partido e para o Brasil. V. Exª mais uma vez presta um grande serviço a este Congresso e ao nosso Partido, mostra o seu gabarito. Essa é a biografia de V. Exª: o homem do entendimento, do diálogo, da discussão; o homem do chamamento, que não se impõe. Talvez, por isso, o seu Estado, que o conhece tão bem, tenha-lhe feito justiça ao longo da História por tanto tempo.
O SR. PRESIDENTE (José Sarney) - A Presidência comunica ao Plenário que a sessão extraordinária, anteriormente convocada para às 18h30min. de hoje, deixará de ser realizada.
Continua com a palavra o Sr. Iris Rezende.
O SR. IRIS REZENDE - Agradeço o nobre Senador Pedro Simon pelo seu honroso aparte, que veio enriquecer - estou certo disso - meu pronunciamento. Exceto as referências elogiosas, que partiram da amizade a minha pessoa, faço minhas as suas palavras.
Sr. Presidente, foi assim que sempre estimulei e me engajei em mutirões. É por isso que desejo encerrar este pronunciamento exortando todos os brasileiros a se unirem neste novo mutirão, o mutirão do fortalecimento da vida partidária.
O Sr. Gilberto Miranda - V. Exª me permite um aparte?
O SR. IRIS REZENDE - Com prazer, ouço V. Exª
O Sr. Gilberto Miranda - Eminente Senador Iris Rezende, todo o PMDB, tanto do Senado Federal quanto da Câmara dos Deputados, esperava o discurso de V. Exª, para não dizer dos filiados do PMDB que, hoje, leram em todos os jornais que V. Exª faria um pronunciamento. Quando os aparteantes dizem que é o momento de parar para pensar, é uma realidade, sem dúvida alguma. O Nobre Senador conhece como ninguém o PMDB. O PMDB dos seis milhões de filiados, dos mais de dois mil Prefeitos, dos nove Governadores, o PMDB que nas próximas eleições municipais estará repetindo o feito das eleições passadas, o PMDB, maior Partido na Câmara e no Senado, tem que parar para pensar, já parou para pensar. E esse PMDB, ao qual V. Exª está unido no trabalho de fortalecer e de lhe dar novas bandeiras, sabe qual é a solução. A solução é que em momentos difíceis temos que unir o Partido, temos que nos agregar, que nos juntar e discutir, mas jamais pensarmos em perder um filiado do Partido, menos ainda um Vereador, um Deputado, um Senador ou um Governador de Estado. É nas trincheiras do Partido que devemos discutir, que devemos lavar nossas roupas. É dentro das trincheiras do Partido que devemos falar sobre os problemas do PMDB e chegar a uma conclusão do futuro, porque o futuro é grande para o PMDB. O PMDB, maior Partido no Congresso Nacional, tem candidatos já declarados. Trata-se de dois candidatos que têm história no PMDB. E nós, que apoiamos Jader Barbalho, como V. Exª, que participa, que colabora, que ajuda e que faz parte desse time que quer ver o PMDB unido e vencendo as eleições...
O SR. IRIS REZENDE - E é com muita honra que o faço.
O Sr. Gilberto Miranda - ... sabemos que Jader Barbalho é autêntico desde o primeiro momento de MDB. Naqueles momentos difíceis da Revolução, naqueles momentos em que se esperava cassação todos os dias, Jader Barbalho estava lá no plenário, lutando e olhando para fora da janela - como disse Casildo Maldaner - , arriscando o pescoço. Quando existiam também os moderados, Jader não fazia essa figura. O PMDB precisa colaborar, como está colaborando com o Sr. Presidente do Senado, com o Presidente da República, apoiando o povo brasileiro nas reformas, votando em massa, como faz V. Exª no trabalho com todos os Senadores da Casa. Sabemos o caminho. A vida partidária, neste instante, é das mais ricas. Quando os partidos conversam, quando os partidos acham pontos em comum e se unem, quando os partidos se fundem, só o País ganha. Efetivamente, com esses blocos se transformando num só partido, este País terá dois, três, quatro grande partidos que fortalecerão o Governo, que participarão das discussões do Governo e que darão ao Governo um rumo e não simplesmente o "sim" nas votações. V. Exª que pensa assim, que dá o seu dia-a-dia a este Partido, bem colocou: partido que tem membros como o Presidente do Congresso José Sarney, como Iris Rezende, Jader Barbalho, Pedro Simon, José Fogaça, Antônio Britto, Garibaldi Alves Filho, Wilson Martins, Mão Santa, Valdir Raupp, Gerson Camata e todos os membros, é impossível acabar. Este Partido não acaba assim. Nas próximas eleições para prefeito, o País verá o que é o PMDB. E nas próximas eleições para Presidente da República e para Governador, temos em nossos quadros figuras eminentes para ganhar em 15 Estados da Federação, segundo levantamentos feitos. O PMDB é um Partido que só tende a crescer. V. Exª está de parabéns. V. Exª é um dos melhores quadros deste Partido, é um ganhador, e Deus sempre o iluminará. V. Exª, com a fé que tem, evangélico que é, sabe que o futuro deste País é grande, mas com partidos grandes como o nosso PMDB, que vem desde aquelas lutas e está renovando suas bandeiras. V. Exª está de parabéns pelo retrospecto, pela história que apresentou. Tenho a certeza de que V. Exª ajudará no fortalecimento crescente deste Partido e na eleição de Jader Barbalho para Presidente.
O SR. IRIS REZENDE - Obrigado, Senador Gilberto Miranda. O aparte de V. Exª vem reforçar o nosso pensamento, a nossa posição e sobretudo o nosso interesse no fortalecimento do PMDB, dos partidos políticos que integram a política nacional, no sentido de encaminharmos, realmente, este País à posição com a qual todos sonhamos. Muito obrigado.
O Sr. Jader Barbalho - V. Exª me permite um aparte?
O SR. IRIS REZENDE - Com muita honra, ouço V. Exª, Senador Jader Barbalho.
O Sr. Jader Barbalho - Meu caro companheiro Iris Rezende, desejo, em primeiro lugar, dizer que subscrevo o pronunciamento de V. Exª. E o faço porque, como o nobre Senador e tantos outros bravos companheiros do Rio Grande do Sul ao Acre, também lutamos pela redemocratização deste País. Recordo-me bem: foram em Goiânia e em Belém as duas primeiras concentrações pelas eleições diretas da nossa Nação, os dois primeiros comícios de Tancredo Neves para a Presidência da República. Na época, o Governador de Goiás era V. Exª e o do Pará, este companheiro que lhe aparteia neste momento. Somos companheiros de longa viagem, participantes e testemunhas dessa caminhada do PMDB, ontem na oposição contra o arbítrio, depois, num momento de rara felicidade, estabelecendo a ponte do arbítrio para a redemocratização do País, sem passarmos, como aconteceu em alguns países, algumas sociedade, por traumas, violências no processo Nós participamos, eu, o Senador Iris e tantos outros valorosos companheiros citados por V. Exª e seus aparteantes. Também tivemos a honra e o privilégio de participar, juntos, do Governo que sedimentou a redemocratização no Brasil, que era presidido pelo Senador e hoje Presidente do Congresso Nacional, José Sarney. Portanto, Senador Iris Rezende, entendo e subescrevo seu pronunciamento, porque acho que o PMDB não pode viver, apesar de honroso, apenas das lembranças do passado. Temos que ser contemporâneos dos anseios da sociedade brasileira, que estão a exigir um País que deve continuar crescendo, mas com justiça social, distribuindo renda em favor dos mais pobres, porque este é o grande drama nacional. Esta é uma das bandeiras que V. Exª levanta, com a qual comungamos, esta bandeira de estarmos ao lado das maiorias. O PMDB, que não elegeu o Presidente da República nas últimas eleições, não tem faltado com o Brasil, quando entende que aquilo que o Governo propõe é da conveniência do povo brasileiro. Não somos convenientes com o Governo, somos convenientes com os interesses do povo brasileiro. Não damos apoio incondicional ao Governo, incondicionais só devemos ser com a sociedade brasileira. Por isso, companheiro Iris Rezende, repito, subscrevo o pronunciamento de V. Exª. Também me preocupa essa dança partidária, a infidelidade partidária. Preocupa-me essa história de assédio, que me parece inadequada para os homens públicos deste País. Até o termo assédio não me parece que fica bem no dicionário político, pode ficar em outro tipo de dicionário, mas não no dicionário político. No meu caso, não levo e não tenho - se tenho que usar a expressão -, nenhum assédio, nem tenho dúvida nenhuma em relação ao futuro do nosso Partido. E é por não ter nenhuma dúvida que, como V. Exª, não dispenso a colaboração e a participação de nenhum companheiro, nem os de ontem, que, como eu, V. Exª e tantos outros, foram fundadores deste Partido no velho MDB, em 1966, nem alguns mais jovens, talvez com mais talento até, hoje engajados na nossa luta. Não desejamos que ninguém deixe o Partido. Muito pelo contrário, esse Partido não tem dono. O reflexo disso é que, apesar de ter perdido a eleição presidencial, o povo brasileiro deu-lhe o maior número de governadores por partido, bem como a maior Bancada - como se referiu V. Exª - no Congresso Nacional, seja na Câmara, seja no Senado da República. Foi por isso, companheiro Iris Rezende, que, atendendo a apelos de valorosos companheiros, entre os quais V. Exª, tenho o meu nome posto na próxima convenção nacional, dentro da linha do discurso de V. Exª. Muito obrigado pela referência bondosa que fez a este velho companheiro, que tem imensa admiração por V. Exª.
O SR. IRIS REZENDE - Muito obrigado, Senador Jader Barbalho. O aparte de V. Exª me sensibiliza muito. O valor do ilustre companheiro é decantado pelo País afora - e não é de hoje. V. Exª tem uma caminhada longa nesse Partido, nas lutas pela reconquista das liberdades, da democracia. V. Exª tem enobrecido o PMDB. Justamente pelo reconhecimento que tem o Partido ao trabalho, ao comportamento, às qualidades de V. Exª, hoje ocupa essa posição tão importante de Líder da nossa Bancada nesta Casa e com tanto brilhantismo vem desempenhando a sua tarefa. Fico feliz pelo aparte de V. Exª e dos demais Senadores, ao observar que todos realmente encontram-se preocupados - como eu - com o destino político deste País, com a consolidação da democracia, com o futuro de nosso povo.
Num País tão rico e de tantas potencialidades, de gente inteligente e de povo trabalhador, vivemos ainda instantes de angústia, sentindo que a fome campeia, atropela lares e mais lares país afora e não há outro caminho para banir a fome e a miséria desta Nação, para estabelecer respeito à criatura humana, para fazer com que todos cumpram com seus deveres para com a sua Pátria. Tudo isso tem que partir do mundo, do meio político.
Pensando assim, preocupamo-nos com os partidos políticos, porque, reafirmo nesta Casa, sem partidos fortes, consolidados, sem a participação efetiva do povo nesses partidos, jamais encontraremos o caminho perseguido por todos. A preocupação atualmente não é a de aliciar quem quer que seja, não é a de enfraquecer essa ou aquela sigla partidária, mas é fazer com que o povo se sensibilize e participe efetivamente da vida partidária deste País, seja do PMDB, PFL, PPR, PC do B, seja de qualquer partido, mas que participe efetivamente, pois é na política que se colocam à mesa os problemas que serão diuturnamente discutidos.
Acredito nesta Casa, acredito no mundo político. E é por acreditar no mundo político deste País que venho nesta hora, humildemente, procurar sacudir de maneira prioritária aqueles que conosco vêm movidos pelo ideal, pelo sentimento patriótico, pelo amor à pessoa humana, ao seu semelhante, enfim, sensibilizar todos os nossos companheiros de Norte a Sul, de Leste a Oeste, para a reflexão tão bem expressa pelo Senador Pedro Simon, a fim de que os desencontros e os arranhões de hoje fiquem bem longe de nós e que se torne patente em nossos corações e em nossas preocupações o interesse de servir melhor, com mais perfeição e com maior legitimidade, o povo que tem depositado a sua confiança no PMDB.
Muito obrigado. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Palmas)