O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB-AP. Para uma breve comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ocupo a tribuna para pedir à Mesa do Senado Federal que faça constar da Ata um voto de profundo pesar pelo falecimento do grande escritor católico e grande sacerdote Padre João Mohana. João Mohana deixa uma obra extraordinária: dezenas de livros, centenas de edições em quase todas as línguas e toda uma existência dedicada a melhorar a vida das pessoas.

Conheci o Padre João Mohana quando fomos contemporâneos no Colégio Marista; depois confrades na Academia Maranhense de Letras. Acompanhei a sua vida de escritor. Ele também viveu, como Claudel, a angústia da escolha do sacerdócio. Nesse sentido, escreveu um romance que se chama O Outro Caminho, no qual ele relata a sua opção pela vida religiosa.

Foi com grande comoção que o Maranhão inteiro teve de chorar a morte do Padre João Mohana, um sacerdote da família no sentido de que toda a sua obra, toda a sua vida foi dedicada a ajudar as pessoas e a família em seus problemas. João Mohana não foi um padre dogmático, um padre que tinha fundamentos doutrinários no sentido de ideologias, era foi um padre que tinha uma profunda fé, uma profunda crença em Deus e uma personalidade harmoniosa. O Padre João Mohana desejava que os homens conhecessem o Deus bondoso, e ele procurava ajudar as pessoas a solucionar os seus problemas na base da família como unidade fundamental de toda a sociedade. O seu Deus não era um Deus vingador, que atemorizava as pessoas na busca da vida eterna.

Saindo do colégio, João Mohana desejou ser médico. Foi um grande médico no Maranhão, por pouco anos. Em seguida, abandonou tudo para dedicar-se à vida religiosa, cumprindo-a com uma fidelidade extraordinária e se fechou como um exemplo de santidade. Foi um homem que passou pela Terra fazendo o bem e dedicando toda a sua vida às pessoas.

Portanto, nada mais justo que o Senado hoje consigne em sua Ata, para que fique na lembrança dos nossos Anais, que não passou em branco por esta Casa a morte de tão grande brasileiro.

Perde o Maranhão, sem dúvida, mais ainda o Brasil, o grande sacerdote. E perde a Igreja Católica um dos seus maiores pensadores, um dos seus melhores sacerdotes e um dos homens mais santos que tinha em seus quadros.

Peço, Sr. Presidente, que conste como parte das minhas palavras o que escrevi sobre o Padre João Mohana ontem, no jornal O Estado do Maranhão.