Discurso no Senado Federal

DEFESA DA MANUTENÇÃO DO PROGRAMA VOZ DO BRASIL.

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TELECOMUNICAÇÃO.:
  • DEFESA DA MANUTENÇÃO DO PROGRAMA VOZ DO BRASIL.
Publicação
Publicação no DCN2 de 15/08/1995 - Página 13899
Assunto
Outros > TELECOMUNICAÇÃO.
Indexação
  • DEFESA, MANUTENÇÃO, PROGRAMA, VOZ DO BRASIL, EMPRESA BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO S/A (RADIOBRAS), MOTIVO, IMPARCIALIDADE, DIVULGAÇÃO, TRABALHO, LEGISLATIVO, EXECUTIVO, JUDICIARIO.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB-MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero fazer um registro a favor do noticiário Voz do Brasil.

Tenho lido que, ultimamente, há uma campanha pertinaz para extinguir o horário que há muitos e muitos anos é denominado Voz do Brasil. Esse noticiário chega aos mais longínquos rincões da nossa Pátria e é, a meu ver, o único absolutamente neutro, absolutamente imparcial, porque não emite opinião, porque limita-se a retratar fielmente os trabalhos realizados pelos três Poderes da República: pelo Legislativo, pelo Executivo e pelo Judiciário.

Digo, até mesmo, que nunca ouvi da sociedade, de nenhum popular do Brasil reclamação contra a Voz do Brasil. Já ouvi, por exemplo, muitos protestos contra o horário reservado aos partidos políticos, mas nunca ouvi nenhuma voz, nenhum reclamo contra o noticioso Voz do Brasil.

Contra ele se diz, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que teve origem no regime ditatorial de Getúlio Vargas, período compreendido entre 1930 a 1945. Mas quanta coisa nasceu nesse período. Lembro, por exemplo, que as primeiras leis trabalhistas neste País, de proteção ao trabalho e ao trabalhador, são oriundas do período da ditadura. O fato inconteste que - não posso testemunhar esse período de 30 a 45 -, se antes pudesse a Voz do Brasil ter sido instrumento ou porta-voz de propaganda do regime ditatorial, era esse o sistema que vigia em nossa Pátria.

Hoje, analiso os fatos de forma diferente. A Voz do Brasil não distingue parlamentares, mas retrata fielmente os trabalhos da Câmara dos Deputados e do Senado da República, principalmente. Com certeza, todos os que passaram hoje pela tribuna terão vez em a Voz do Brasil.

Penso no povo, no cidadão humilde do Acre, por exemplo, que a Senadora Marina Silva representa tão bem, do meu Mato Grosso do Sul, das muitas localidades que não têm energia elétrica, onde não chega a transmissão da televisão, onde só se pode ouvir o rádio a pilha. Como esse cidadão vai ter notícia do que acontece no seu País?

A Voz do Brasil é um noticioso neutro, isento, imparcial, que leva informação a todos os quadrantes da nossa Pátria, àqueles lugares esquecidos onde os bens mais comuns da civilização ainda não chegaram. A Voz do Brasil cumpre esse papel democrático.

Pergunto: em toda a imprensa televisionada e falada, que horário temos para a transmissão daquilo que acontece na nossa Pátria e nos três Poderes da República?

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não quero alongar-me, mas levanto a minha voz em nome da Justiça, para dizer que a Voz do Brasil constitui-se até em fator de integração. E todos nós, aqui, no Senado da República, deveremos, no momento oportuno, lutar para que esse noticioso continue chegando a todos os rincões da nossa Pátria.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 15/08/1995 - Página 13899