Discurso no Senado Federal

PARTICIPAÇÃO, EM RECIFE, DA ASSINATURA DO CONVENIO DE COOPERAÇÃO TECNICO-CIENTIFICA ENTRE A TELEBRAS E A UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.

Autor
Joel de Hollanda (PFL - Partido da Frente Liberal/PE)
Nome completo: Joel de Hollanda Cordeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TELECOMUNICAÇÃO.:
  • PARTICIPAÇÃO, EM RECIFE, DA ASSINATURA DO CONVENIO DE COOPERAÇÃO TECNICO-CIENTIFICA ENTRE A TELEBRAS E A UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.
Publicação
Publicação no DCN2 de 12/09/1995 - Página 15674
Assunto
Outros > TELECOMUNICAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, SOLENIDADE, ASSINATURA, CONVENIO, COOPERAÇÃO TECNICA, COOPERAÇÃO CIENTIFICA, TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS S/A (TELEBRAS), UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE), OBJETIVO, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, PESSOAL, EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES.
  • COMENTARIO, DECLARAÇÃO, SERGIO MOTTA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DAS COMUNICAÇÕES (MC), PRESENÇA, SOLENIDADE, ASSINATURA, CONVENIO, DEFESA, NECESSIDADE, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO NORTE, REGIÃO NORDESTE, MODERNIZAÇÃO, SISTEMA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, APOIO, INTEGRAÇÃO, UNIVERSIDADE, EMPRESA, IMPORTANCIA, TECNOLOGIA, QUALIFICAÇÃO, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, TECNICO.

O SR. JOEL DE HOLLANDA (PFL-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, meus ilustres Pares, em 18 de agosto próximo passado, participei, no Recife, de solenidade que me sensibilizou e renovou minha confiança nos caminhos que nosso País está agora trilhando. Naquela ocasião, foi assinado Convênio de Cooperação Técnico-Científica entre a TELEBRÁS e a Universidade Federal de Pernambuco, visando formar pessoal qualificado para a empresa. Esse convênio significa o lançamento de uma sólida ponte entre dois entes tão diversos, a empresa e a Universidade.

Empresa e universidade giram cada qual, geralmente, em seu próprio espaço. São dois mundos distintos, de relacionamento apenas indireto. Mas são mundos que precisam se encontrar com mais freqüência e proximidade, que precisam estabelecer laços mais diretos, que conduzam a uma saudável fertilização mútua frutificadora: a empresa, usufruindo do conhecimento e do saber da Universidade; a Universidade, absorvendo o sentido real do mundo concreto da empresa, onde é aplicado esse saber. A Universidade, dando consultoria especializada, ou treinando quadros da empresa. A empresa, fornecendo receita adicional à Universidade, ao mesmo tempo em que melhor se capacita. Ambas conciliando e somando suas visões de mundo.

O Vice-Presidente da República, Marco Maciel, quando Ministro da Educação, demonstrava essa mesma preocupação. Procurando estimular um relacionamento mais estreito entre a empresa e a Universidade, lançou as primeiras sementes para uma integração entre as universidades brasileiras e a TELEBRÁS. Com esse objetivo foi assinado convênio de cooperação técnico-científico entre a UNICAMP e a TELEBRÁS, envolvendo mais precisamente o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento dessa empresa.

É essa a perspectiva feliz que se abre com o Convênio de Cooperação Técnico-Científica firmado entre a TELEBRÁS e a Universidade Federal de Pernambuco. A TELEBRÁS, empresa maior do sistema nacional de telecomunicações, tem uma tradição de grande seriedade na questão da formação dos técnicos do sistema. Mantém excelentes centros de treinamento no País. Seu Centro Regional de Treinamento no Recife, por exemplo, administrado com competência e dedicação por uma eficiente equipe técnica, tendo à frente o engenheiro Lauro Montarroyos, treinou, nos últimos 15 ano, mais de 20.000 pessoas, do nível básico ao superior. É uma imensa atividade de formação profissional, presente em todas as regiões do país, a serviço da telefonia e das telecomunicações em geral.

Agora, a TELEBRÁS recorre aos professores da Universidade Federal de Pernambuco e aos seus laboratórios para ampliar essa ação, na forma de cursos de alta qualificação em Telecomunicações para seus mais destacados técnicos. Naturalmente, está aí presente a antevisão de um forte desenvolvimento das telecomunicações na Região Nordeste, como fruto e como semente, simultaneamente, do desenvolvimento sócio-econômico dessa região.

Sim, não há desenvolvimento sem que o acompanhe uma sólida expansão das telecomunicações. Não se pode conceber a expansão das atividades, dos negócios, em todos os setores, sem que esteja presente a comunicação telefônica local, interurbana e internacional. Na atualidade, além do tradicional telefone, existem serviços outros, como a transmissão de dados, a telefonia celular, a TV a cabo, o serviço de bip. É um universo tecnológico esse das telecomunicações, estreitamente entrelaçado com o progresso em geral, em parte significando maior conforto para as pessoas, mas em grande parte simplesmente inseparável, passo a passo, do crescimento econômico.

Na solenidade a que me referi, de assinatura do Convênio, o Reitor Éfren Maranhão, da Universidade Federal de Pernambuco, muito bem definiu e reconheceu a importância dessa tecnologia, a importância da formação profissional aprimorada e, particularmente, o alto significado e sinergia da integração universidade-empresa.

O Dr. Lélio Viana Lobo, Presidente da TELEBRÁS, corroborou as palavras do reitor, chamando ainda a atenção para o extraordinário crescimento que o sistema nacional de telecomunicações vem enfrentando. Ressaltou a importância de se investir em treinamento, até mesmo para que não venha a se frustrar a sociedade; e, especificamente, mencionou a necessidade de formar profissionais na Região Nordeste, para enfrentar os desafios do crescimento que irá ocorrer nessa região.

A assinatura do Convênio foi prestigiada pela presença do Ministro das Comunicações, Dr. Sérgio Motta, que destacou, na oportunidade, a necessidade de a ação do Estado brasileiro em favor do desenvolvimento do Norte e Nordeste dar-se sob um enfoque global, em todas as frentes. É compromisso que decorre, até mesmo naturalmente, do compromisso maior de construir uma sociedade irreversivelmente comprometida com a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. É nesse contexto que deve ser visto o estratégico setor de telecomunicações.

Assegurou o Ministro Sérgio Motta que o Brasil, já dotado por governos anteriores de poderoso e extenso sistema de telecomunicações, tratará de expendi-lo e atualizá-lo: em termos de satélites, cabos óticos submarinos para todo o mundo, cabos de fibras óticas em território brasileiro, e de fortalecimento técnico das empresas de telefonia. O esforço que será feito nesses setores será imenso. O Brasil, o sistema TELEBRÁS, as universidades, têm notáveis centros de excelência que precisamos apoiar, reforçar, fazer com que difundam seus conhecimentos.

Sr. Presidente, como disse no início, a assinatura desse Convênio, o contato com os dirigentes universitários e das empresas brasileiras de telecomunicações, as palavras do Ministro Sérgio Motta, convenceram-me de que devemos manter a confiança em nossa capacidade de desenvolvimento. O caminho para isso passa indispensavelmente pela educação, pelo treinamento, pelo esforço constante de avançar em ciência e tecnologia. Temos o exemplo de países como a Coréia do Sul que, no espaço de duas ou três décadas, deu um salto extraordinário de progresso investindo nesses fatores.

O Brasil talvez seja o maior mercado de telecomunicações do mundo considerando o tamanho e a aceleração de seu ritmo de crescimento. Os investimentos projetados são enormes. Serão investimentos a serem realizados não só pelo setor público, que erigiu um sistema elogiado no mundo, mas também pela iniciativa privada, que sem dúvida se interessará em assumir partes do sistema, e saberá fazê-lo com eficiência.

Essa evolução positiva tem como condição indispensável a qualificação e o aperfeiçoamento constante do fator humano - sua valorização. A pavimentar esse caminho está a opção de aproximar universidade e empresa. É o caminho trilhado com felicidade pelos que promoveram Convênio de Cooperação Técnico-Científica entre a TELEBRÁS e a Universidade de Pernambuco.

O setor de telecomunicações é a própria modernidade. Primeiro, ele se associa ao esforço de trazer os segmentos retardatários para a modernidade que os segmentos mais atualizados já conhecem. Num segundo passo, o setor de telecomunicações nos lança em uma nova modernidade que há poucos anos não concebíamos e nos apresenta novas tecnologias, novos horizontes, às vezes surpreendentes, novas maneiras de se ligarem pessoas, atividades econômicas, regiões, países.

O Brasil há de ter sucesso na conquista dessas duas modernidades: a já conhecida telefonia, que é preciso compartilhar com todos os brasileiros, com todas as nossas regiões; e essa nova modernidade que bate às nossas portas, que também saberemos conquistar e difundir.

Confiemos em nossa capacidade, confiemos em nosso caminho. É hora de firmarmo-nos na esperança, no esforço conjunto, na visão positiva e solidária.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 12/09/1995 - Página 15674