Discurso no Senado Federal

REGISTRO DA REUNIÃO DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO COM OS MINISTROS DE ESTADOS E GOVERNADORES, OCORRIDA ONTEM, PARA EXPLICAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL.

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ORÇAMENTO.:
  • REGISTRO DA REUNIÃO DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO COM OS MINISTROS DE ESTADOS E GOVERNADORES, OCORRIDA ONTEM, PARA EXPLICAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL.
Publicação
Publicação no DCN2 de 07/09/1995 - Página 15576
Assunto
Outros > ORÇAMENTO.
Indexação
  • COMENTARIO, REUNIÃO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MINISTRO DE ESTADO, LIDER, PARTIDO POLITICO, APOIO, GOVERNO, ESCLARECIMENTOS, PLANO PLURIANUAL (PPA), DESTINAÇÃO, RECURSOS, INVESTIMENTO, SETOR, ADMINISTRAÇÃO, ENCAMINHAMENTO, EXAME, CONGRESSO NACIONAL.

O SR. EDISON LOBÃO (PFL-MA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Presidente da República reuniu, ontem, os Ministros de Estado e os Líderes dos Partidos que o apóiam para uma explicação sobre o Plano Plurianual que Sua Excelência encaminha ao exame do Congresso Nacional.

Neste documento o Presidente da República expressa que nos próximos quatro anos serão investidos, nos diversos setores da administração do País, cerca de R$900 bilhões. O que equivale a mais de R$200 bilhões por ano, algo próximo do Produto Interno Bruto brasileiro.

Sem dúvida alguma, é uma meta ousada, extremamente audaciosa, sobretudo considerando-se as dificuldades por que passa o País neste momento.

Informou o Presidente da República e, em seguida, o seu Ministro do Planejamento, José Serra, que esses recursos serão gerados no bojo da reforma tributária, com a melhor arrecadação, também recursos externos, a poupança interna mas, sobretudo, investimentos privados. Uma associação, por conseguinte, de várias origens de recursos.

O Ministro do Planejamento, incumbido pelo Presidente da República de fazer um relato sobre esses investimentos, mostrou que diversos são os setores para aplicação de tais recursos, e de maneira racional e produtiva. O setor rodoviário será contemplado, embora com recursos menores; como também os setores ferroviário e hidroviário; também para o setor social, intensamente, incluindo-se aí educação, saúde, etc.

Entre as obras previstas para a integração do Nordeste, e afirmou o Presidente que o Nordeste será o maior privilegiado com esses recursos - esperamos que assim seja -, mencionou Sua Excelência o prosseguimento da Ferrovia Norte-Sul, imediatamente no trecho entre Imperatriz e Estreito. Em seguida poder-se-á imaginar uma inflexão da ferrovia para a Bahia e também em direção ao extremo sul do Estado do Maranhão. Nessas regiões situam-se as maiores possibilidades de produção de soja, que hoje se constitui num produto de exportação de grande intensidade no Brasil.

Sr. Presidente, essas notícias são altamente alvissareiras, porque elas incluem também a Hidrovia Araguaia-Tocantins, que será tocada nesse período com tais recursos. A Hidrovia Araguaia-Tocantins será de grande importância para a integração de Estados como o próprio Tocantins, Goiás, Mato Grosso, cuja economia agropastoril é intensa, e que poderá ter novas possibilidades econômicas na medida em que os produtos agrícolas e também pecuários possam ser exportados pelo porto de São Luís, através da Ferrovia Norte-Sul e da Ferrovia dos Carajás, com integração a partir de Imperatriz.

Não há dúvida, Sr. Presidente, que essas informações transmitidas pelo Presidente da República e pelo Ministro do Planejamento como que restauram o ânimo do povo brasileiro. Nesse instante em que o desemprego é em massa em razão de uma recessão negada, mas ela está às vistas do povo, ainda que não em grande intensidade no momento, uma informação presidencial no sentido de que investimentos de tal monta serão feitos nos próximos 4 anos, já significa que vamos ter um profundo e benéfico desafogo na economia do País na geração de empregos e no bem-estar social.

Se as palavras do Presidente da República puderem ter correspondência na realidade, nos próximos anos este País passará por um grande desenvolvimento, podendo inclusive ultrapassar a sua posição atual entre as economias do mundo. O Brasil é hoje a oitava maior economia do mundo e se tais investimentos forem feitos, ao cabo de 4 anos, poderemos comemorar - quem sabe - uma posição mais vantajosa para o Brasil, a sexta economia do mundo.

Trago essas palavras para dizer que o PFL congratula-se com o Presidente da República pelas notícias alvissareiras que transmite à Nação e fica torcendo para que elas, de fato, se transformem em realidade em benefício de todo o povo brasileiro.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 07/09/1995 - Página 15576