Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO EX-GOVERNADOR DA PARAIBA, ANTONIO MARIZ.

Autor
Humberto Lucena (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Humberto Coutinho de Lucena
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO EX-GOVERNADOR DA PARAIBA, ANTONIO MARIZ.
Aparteantes
Eduardo Suplicy, Hugo Napoleão, Ney Suassuna, Pedro Simon.
Publicação
Publicação no DCN2 de 21/09/1995 - Página 16251
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ANTONIO MARIZ, EX GOVERNADOR, ESTADO DA PARAIBA (PB).

O SR. HUMBERTO LUCENA (PMDB-PB. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estando na Paraíba na última segunda-feira, cumprindo missão oficial delegada por V. Exª, não pude participar das homenagens que o Senado prestou à memória do inesquecível Governador Antonio Mariz, falecido no dia 16 do corrente mês, após pertinaz moléstia que lhe esgotou, aos poucos, todas as energias vitais.

É bem verdade que o Senador Ronaldo Cunha Lima fez-me presente, ao falar também por mim, no seu brilhante discurso.

Entretanto, pela grande vinculação pessoal e política que mantinha com Antonio Mariz, não posso silenciar após a sua morte.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Antonio Mariz foi um homem público excepcional, cuja inconfundível personalidade destacavam-se como principais ornamentos: a dignidade pessoal e política, o espírito público e a competência.

Filho de José Marques da Silva Mariz e Noemi de Holanda Mariz, herdou a genuína vocação política do pai, nome de grande repercussão na Paraíba, deixando viúva Maria Mabel Dantas Mariz, sua grande companheira, não apenas no seio da família, mas também no curso de sua brilhante trajetória de homem público, e, bem assim, suas filhas queridas, Adriana e Luciana.

Esposo dedicado e pai exemplar, Mariz, entretanto, pela inata vocação política que já ressaltei, desde muito jovem entregou-se, de corpo e alma, muito mais às causas do povo de que aos interesses de sua própria família.

Após ter atuado como universitário na permanente luta dos estudantes pelo aperfeiçoamento de nossas instituições políticas, destacando-se, sobretudo nas mobilizações da UNE, a nível nacional, quando fazia Direito no Rio de Janeiro, Antonio Mariz fez um curso de pós-graduação em Ciência Política, em Nancy, na França, em 1959.

Regressando ao Brasil, ingressou no Ministério Público, mas, sobretudo, iniciou sua atuação político-administrativa.

Sub-Chefe da Casa Civil do Governo (1961-1962), Prefeito Municipal de Sousa - PB (1963 a 1969); Secretário de Estado da Educação e Cultura (1969-1970) no Governo João Agripino; Deputado Federal, em quatro legislaturas, candidato ao Governo da Paraíba em 1982; Diretor do Desenvolvimento Urbano do Banco Nacional da Habitação (1985-1986); Senador eleito em 1990 e, afinal, Governador do Estado em 1994.

O Sr. Hugo Napoleão - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. HUMBERTO LUCENA -  Ouço V. Exª, nobre Senador Hugo Napoleão.

O Sr. Hugo Napoleão - Senador Humberto Lucena, V. Exª traz, através do seu discurso, a imagem do que foi Antonio Mariz. Tive a felicidade de conviver com S. Exª na Câmara dos Deputados e, depois, neste Senado da República. Era de temperamento afável, mas sempre muito firme, cordial e determinado. Foi um homem que, por onde transitou, deixou suas posições muito claras. S. Exª, eu e outros companheiros assumimos perante o grupo que convencionamos chamar, na época, de os "renovadores" da ARENA. Era um grupo de jovens parlamentares que pensava de uma maneira mais liberal do que aquela que estava presente naquele momento, naquele instante da vida pública brasileira. Tínhamos uma identidade com relação a determinados pontos da nacionalidade, da questão da presença do Estado, da questão da sociedade como um todo. A partir daí, passamos a nos entender. Vi em S. Exª uma trajetória de um homem combativo, que teve, por certo, seus revezes - como temos todos nós - mas um homem de família extremamente bem constituída, um homem que tinha a Paraíba sempre em primeiro lugar - como, aliás, o fazem V. Exª e o Senador Ronaldo Cunha Lima - e o seu País no âmago do seu coração, da sua mente, com aquele espírito altruísta voltado para o bem comum. Gostaria de consignar, com muita saudade, esta pequena intervenção no discurso de V. Exª, lembrando Antonio Mariz.

O SR. HUMBERTO LUCENA - Muito obrigado a V. Exª pela sua solidariedade.

O Sr. Pedro Simon - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. HUMBERTO LUCENA - Ouço V. Exª, nobre Senador Pedro Simon.

O Sr. Pedro Simon - Senador Humberto Lucena, também não pude estar presente aqui na segunda-feira para me manifestar como fizeram a unanimidade dos Srs. Senadores. Permita-me que, através do grande amigo de Antonio Mariz que é V. Exª, eu traduza ao povo da Paraíba, aos seus representantes e a esta Casa a minha manifestação de carinho, de afeto, de admiração e de respeito a esse grande homem. Em mais de uma oportunidade, inclusive quando se despediu do Senado para assumir a governança do seu Estado, disse em aparte a S. Exª:-" V. Exª é uma das pessoas mais íntegras, mais digna, mais correta, de conteúdo mais profundo que já conheci na vida pública. Realmente, repito aqui, Antonio Mariz foi daquelas pessoas que tinha fidelidade à verdade, tinha fidelidade às suas causas, à busca do bem; onde quer que estivesse, estava preocupado em se esforçar na busca do bem comum. Antonio Mariz foi uma daquelas pessoas que podemos colocar como padrão da sociedade. Que bom se na vida pública todos nós, políticos, fôssemos constituídos pelo menos de uns 10% de "Antonios Mariz", para que pudéssemos ter uma orientação, uma firmeza, uma maneira de ser, um caráter no sentido de o cidadão ser o mesmo em qualquer lugar que esteja. Sinceramente, tinha em Antonio Mariz uma das pessoas que mais admirava, uma das pessoas que mais apreciava, uma das pessoas por quem tinha mais reverência pela sua maneira de ser. E tem razão V. Exª, pois quando a doença o atingiu, suportou-a com dignidade, com firmeza. Inclusive, quando na ameaça das interrogações, aceitou o embargo da luta, aceitou a candidatura, elegeu-se e, até o fim, a expectativa e a esperança o dominavam. Morreu Antonio Mariz, mas não tenho dúvida de que seu exemplo e seu gesto, não apenas a V. Exª, mas a mim e aos seus amigos, não apenas a nós, Senadores seus colegas, mas a todos aqueles que cuidam de reverenciar o que é sério e o que é digno, haverão de reverenciar a memória desse extraordinário companheiro nosso, que foi o Senador, o Governador Antonio Mariz.

O SR. HUMBERTO LUCENA - Sou grato a V. Exª, nobre Senador Pedro Simon, que, inclusive, nos deu a honra da sua presença na Paraíba durante as últimas homenagens que o povo do meu Estado prestou ao seu querido ex-Governador.

Prossigo, Sr. Presidente.

Na Assembléia Nacional Constituinte (1987-1988), foi Presidente da Sub-Comissão de Direitos e Garantias Individuais e Membro da Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher.

O ex-Governador desempenhou importantes missões parlamentares no exterior e publicou trabalhos que bem caracterizam a autenticidade do seu pensamento político, como: Autonomia Municipal (1971), Aposentadoria dos Trabalhadores Rurais (1971), Uma Política Brasileira de Proteção aos Direitos Humanos (1973), Nordeste (1977), Sistema Político Brasileiro (1978) e Constituinte - Congresso Democrático (1988).

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, são esses os principais traços biográficos de Antonio Mariz.

Mas, para nós, que o conhecíamos de perto e, por isso, tínhamos por S. Exª uma crescente admiração, muito mais do que os altos cargos e funções que ocupou, o que verdadeiramente caracterizou Mariz foram os seus gestos, suas atitudes, suas posições políticas.

Preocupado em ser fiel ao povo que o elegeu, S. Exª dava tudo de si para não decepcionar a opinião pública, que sempre foi a sua bússola.

Como Prefeito de Sousa, nos idos dos anos 60, apesar das dificuldades financeiras do Município, nunca deixou de pagar o salário mínimo aos funcionários, o que representava, como ainda hoje, sobretudo no Nordeste, uma honrosa exceção.

Ligado aos movimentos de esquerda da época, sob a legenda do PTB, deu à sua atuação política um cunho progressista, apoiando, por isso mesmo, as reformas de base do então Presidente João Goulart, sobretudo reforma agrária que despertava paixões e acirrava ânimos, nos campos e nas cidades.

Por isso mesmo, ao eclodir o Movimento Militar de 1964, foi afastado da Prefeitura e preso na capital do Estado. Não fosse a mão amiga do ex-Governador João Agripino Filho, seu parente e um dos chefes civis do referido Movimento, e as suas qualidades de administrador justo e correto não teriam sido reconhecidas, assegurando-lhe a retomada do poder municipal.

Daí em diante, Mariz passou a viver momentos de angústia, já que as peculiaridades da política estadual, sobretudo pela suas ligações pessoais com Agripino, não lhe permitiram, desde logo, tomar o caminho do MDB.

Mesmo assim, porém, pelas arraigadas convicções democráticas, nunca deixou de ser uma voz discordante do lado de lá. Todos os projetos de cunho anti-social, particularmente os referentes ao emprego e à renda dos trabalhadores, sempre tiveram nele um ferrenho opositor.

Verberou veementemente contra as cassações e suspensões de direitos políticos e contra as prisões, as torturas e os desaparecimentos. Lutou tenazmente pela anistia, afinal vitoriosa.

Como seu amigo e admirador, acompanhava-o de longe, observando que ele, embora prisioneiro das conveniências políticas locais, cada vez mais agigantava seus passos na busca de uma saída honrosa que o libertasse pessoal e politicamente de compromissos que não se compatibilizavam com o seu pensamento político.

E a hora chegou. Candidato ao Governo da Paraíba, em 1978, detentores do poder não absorveram o seu nome, o que o levou a assumir uma atitude de rebeldia, mesmo sob a ameaça de cassação do mandato parlamentar e de ter suspensos os seus direitos políticos.

Lançou-se candidato à sucessão governamental contrariando os Deuses do Olimpo.

A sua derrota o engrandeceu e nos aproximou. Abriu uma dissidência no seu partido, ao lado de João Agripino, e fez uma coligação branca com o MDB, possibilitando a minha eleição para o Senado.

Daí para cá, nunca mais nos separamos.

Mariz passou uns tempos no PP, mas com a incorporação do seu partido ao MDB, fundou conosco o PMDB, sob cuja legenda disputou o Governo do Estado em 1982, numa campanha desigual, pois o voto vinculado assegurou, de antemão, a vitória esmagadora da ARENA. O PMDB só elegeu os Governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Mas ele não perdeu o ânimo de luta e, em 1986, consagrado pelos votos dos paraibanos, voltou à Câmara dos Deputados, para uma atuação marcante na Assembléia Nacional Constituinte, onde instituiu o Imposto sobre Grandes Fortunas.

E mais adiante, em 1990, a Paraíba o promoveu ao Senado, na mesma eleição que levou Ronaldo Cunha Lima ao Governo do Estado.

Senador, Antonio Mariz destacou-se pelos seus pareceres e pelos seus discursos brilhantes, oportunos e corajosos, como aconteceu, por exemplo, na luta que empreendi em defesa do meu mandato de Senador reeleito pela Paraíba em 1994, quando afirmou, enfaticamente desta tribuna:

      "Se a Paraíba fosse incapaz de reagir à violência que se comete contra o mais ilustre dos seus filhos, se faltasse à Paraíba a capacidade de indignar-se, de revoltar-se diante de tão torpe injustiça, então, eu seria o primeiro a não querer ser o seu Governador de Estado. Preparei-me a vida toda para governar a minha terra. Dediquei-me a vida inteira a esse objetivo. Talvez, contudo, o que me distinga, o que me diferencie da maioria dos políticos, seja o fato marcante de que não adulo os poderosos, não cortejo sequer a opinião pública, tantas vezes enganada pelos interesses escusos da imprensa nacional. Ajo em nome de princípios e valores, que julgo expressarem as mais profundas aspirações e padrões de conduta do nosso povo. Não pago qualquer preço para chegar ao poder."

Líder do PMDB e da Oposição no Senado, durante o Governo Collor, foi, para mim, uma honra escolher Antonio Mariz para ser o Relator do processo de impeachment contra o ex-Presidente da República, tarefa que o engrandeceu, ainda mais, perante a opinião pública.

Candidato ao Governo da Paraíba, em 1994, Mariz fez a sua luta num ambiente de entusiasmo popular, tendo, ao seu lado, eu e Ronaldo como postulantes ao Senado, numa campanha em que a unidade foi o segredo do nosso triunfo eleitoral.

Vitorioso, assumiu o Governo do Estado sob o slogan da solidariedade, voltado para o combate à fome e à miséria, num Estado cujas finanças haviam sido saneadas pela eficiência administrativa de Ronaldo Cunha Lima e, depois, de Cícero Lucena, e já começa a dar importantes sinais de recuperação administrativa, na medida em que realizava importantes ações de governo, através dos projetos "Cooperar", "Água de Beber, "Meio de Vida", "Luz na Terra", "Vida Criança", "Anda Paraíba", e tantos outros, cujo prosseguimento constante era uma das metas de Antonio Mariz.

O Sr. Ney Suassuna - Senador Humberto Lucena, V. Exª me permite um aparte?

O SR. HUMBERTO LUCENA - Ouço V. Exª, nobre Senador Ney Suassuna.

O Sr. Ney Suassuna - Excelência, falar de Antonio Mariz para nós da Paraíba é muito fácil e para mim, especialmente, porque, como seu suplente e como seu amigo de 25 anos, militei lado a lado de Antonio Mariz. Lembro-me do dia em que ele escreveu esse discurso. Varávamos a madrugada, e ele, com indignação, redigia esse discurso, que faria no dia seguinte, pela manhã, em sua defesa. A Paraíba perdeu o seu Governador; o PMDB perdeu um governador; nós perdemos o nosso amigo e o nosso líder pacato, tranqüilo, mas firme, sempre firme. Muitas e muitas vezes mudei posição por convencimento de Mariz. E algumas vezes eu o fiz mudar de posição, como foi o caso do apoiamento à candidatura de Fernando Henrique Cardoso, que quase ele não apoiou, mas que terminou apoiando, principalmente por pressão minha. A Paraíba perdeu o seu Governador; o PMDB perdeu um governador; nós perdemos - como eu disse - um líder tranqüilo, mas sempre muito firme; e eu perdi um amigo de 25 anos, como V. Exª e Ronaldo da Cunha Lima. Só temos pranto.

O SR. HUMBERTO LUCENA - Ninguém mais do que V. Exª para dar esse testemunho em nome do PMDB e da Paraíba.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o homem público vale pela sua atuação e pelo seu pensamento.

O que fez Antonio Mariz já o lembrei.

Mas, para completar o seu perfil, registro nos Anais do Senado algumas de suas sentenças:

      "Eu vejo o governo como um instrumento de resgate da pobreza. Acho que a função primordial do governo é exatamente procurar eliminar essas diferenças."

      "Os números do IBGE são escandalosos na denúncia do problema de concentração de renda, da qual o Nordeste é a vítima por excelência."

      "O problema nordestino deve ser visto numa perspectiva nacional. Interessa ao País restabelecer índices de crescimentos regionais que permitam acreditar na integração das unidades federadas que ali se situam no plano de trabalho, no mesmo plano de prosperidade que o País ambiciona."

      "O traço característico dominante dos Governos do Brasil, das elites dirigentes, dos dirigentes dos quadros que detêm o poder econômico, a característica dessa cúpula nacional é a crueldade, é a incapacidade de agir com senso de humildade, de bondade. É uma classe dirigente cruel".

      "Os Governos democráticos não são os que realizam apenas as grandes obras, mas, sobretudo, os que melhoram as condições de vida do povo."

      "O fundamental é entendermos e vencermos a afronta de tanta fome num Estado que sequer produz, em seu território, nem mesmo o alimento para a minoria que pode comprar."

      "Tentarei um Governo de equipe, voltado, antes de tudo, para a solidariedade que faz da dor de um a dor de todos, e da alegria de todos a alegria de cada um."

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, que Deus conforte Mabel, Adriana, Luciana e demais familiares nessa hora de dor e ilumine o Governador José Maranhão nessa traumática transição do poder na Paraíba.

O Sr. Eduardo Suplicy - V. Exª me concede um aparte?

O SR. HUMBERTO LUCENA - Pois não, Senador Eduardo Suplicy.

O Sr. Eduardo Suplicy - Já tive, na segunda-feira, a oportunidade de externar o sentimento de pesar, de respeito, de amizade, enfim de tudo o que representou para o Senado e para mim próprio, como exemplo, o Senador Antonio Mariz. Subscrevo inteiramente a análise que V. Exª faz da extraordinária pessoa que era o Senador Antonio Mariz. Gostaria de dar um testemunho também de algo que me impressionou, relativo à pessoa de V. Exª, porque poucas pessoas foram tão amigas de V. Exª quanto o foi tão intensamente o Senador Antonio Mariz, principalmente no episódio que V. Exª sabe, eu lhe expliquei, quanto à decisão que o Senado teve sobre a pessoa de V. Exª. Apesar de o Senador Antonio Mariz viver com a sua moléstia, como candidato, ele veio a Brasília para realizar um esforço extraordinário de alguém que, percebi, tinha um conhecimento, uma amizade e um respeito, de grande profundidade, pelo Senador Humberto Lucena.

O SR. HUMBERTO LUCENA - Agradeço o aparte do nobre Senador.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 21/09/1995 - Página 16251