Discurso durante a 160ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

PARABENIZANDO O JORNAL GAUCHO CORREIO DO POVO PELO TRANSCURSO DO SEU CENTENARIO.

Autor
Emília Fernandes (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RS)
Nome completo: Emília Therezinha Xavier Fernandes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • PARABENIZANDO O JORNAL GAUCHO CORREIO DO POVO PELO TRANSCURSO DO SEU CENTENARIO.
Publicação
Publicação no DSF de 03/10/1995 - Página 17222
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CENTENARIO, JORNAL, CORREIO DO POVO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).

A SRª EMILIA FERNANDES (PTB-RS. Para uma comunicação.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, neste espaço, somando-nos às manifestações das autoridades e do povo gaúcho, gostaria de deixar registrados os nossos cumprimentos à direção, jornalistas e funcionários do jornal Correio do Povo, do Rio Grande do Sul, que ontem, dia 1º de outubro, completou o seu centenário.

Atualmente sob a direção de Renato Bastos Ribeiro, o Correio do Povo, em seu novo formato, é hoje um dos mais ágeis, dinâmicos e informativos jornais do País, com presença cada vez mais marcante entre os gaúchos de todos os rincões.

Fundado em 1º de outubro de 1895, por Francisco Antônio Vieira Caldas Júnior, sendo posteriormente dirigido por Breno Caldas, o Correio do Povo nasceu impresso em papel cor-de-rosa, que lhe valeu o apelido de "O Róseo", ainda hoje na lembrança dos mais velhos.

Pela sua presença em todos os fatos relevantes dos últimos cem anos, no Estado, no País e no mundo, o Correio do Povo é o registro vivo e também agente da história social, política e econômica do Rio Grande do Sul.

Nas páginas do Correio do Povo, os gaúchos acompanharam as sucessivas guerras locais do final do século passado e do início do século XX, a Revolução de 30, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, e tantos outros fatos em todos os outros campos da vida, que fizeram a história do Estado e do Brasil.

Na legalidade, a emissora oficial utilizada pelo então Governador Leonel Brizola, para comandar a rede de emissoras na mobilização em favor da posse de João Goulart, desde o Rio Grande do Sul, foi a Rádio Guaíba, empresa do mesmo grupo jornalístico.

Ao longo de sua existência, o Correio do Povo também enfrentou, em diversos momentos, a censura com dignidade, quando demonstrou profundo compromisso com a liberdade de imprensa, com a respeito à verdade e aos leitores.

Entre esses momentos, vale destacar duas situações que dimensionam a grandeza que encerra a história do jornal: a primeira delas, em 1918, quando o Correio do Povo se viu proibido de divulgar notícias e dar orientações sobre a gripe espanhola, uma epidemia de grande proporções, que ameaçou e tirou a vida de milhares de brasileiros; a segunda, em 1972, quando teve sua edição apreendida, por ter publicado telex do jornalista Rui Mesquita, do jornal O Estado de S. Paulo, ao então Ministro da Justiça, denunciando a censura prévia à imprensa e os malefícios que aquela situação trazia para o País.

Nesse episódio, merece destaque o papel de uma anônima funcionária, que ludibriando a prepotência das armas, no caminho da rotativa para o caminhão, escondeu 20 jornais, os únicos exemplares que ficaram para a história.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao finalizar, gostaria de reafirmar os nossos cumprimentos ao jornal, sua direção, jornalistas e funcionários, dizendo a todos que o jornal Correio do Povo é hoje referência para a história do Rio Grande do Sul, especialmente.

Àqueles que quiserem conhecer a história de meu Estado, dizemos, com certeza, que ela está registrada com extrema fidelidade nas páginas, nos arquivos, nos artigos e matérias do Correio do Povo.

Uma história que continua sendo escrita, com a mesma competência, independência e fidelidade aos leitores nos dias de hoje.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/10/1995 - Página 17222