Discurso no Senado Federal

REFERENCIAS AO PRONUNCIAMENTO DO SR. GERALDO MELO ACERCA DA RESPONSABILIDADE E CONSEQUENCIAS NACIONAIS DAS VOTAÇÕES NO CONGRESSO NACIONAL.

Autor
Levy Dias (PPR - Partido Progressista Reformador/MS)
Nome completo: Levy Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA TRIBUTARIA.:
  • REFERENCIAS AO PRONUNCIAMENTO DO SR. GERALDO MELO ACERCA DA RESPONSABILIDADE E CONSEQUENCIAS NACIONAIS DAS VOTAÇÕES NO CONGRESSO NACIONAL.
Publicação
Publicação no DSF de 07/10/1995 - Página 639
Assunto
Outros > REFORMA TRIBUTARIA.
Indexação
  • APOIO, POSIÇÃO, SENADOR, DEFESA, NECESSIDADE, RESPONSABILIDADE, CONGRESSO NACIONAL, APERFEIÇOAMENTO, PROPOSTA, REFORMA TRIBUTARIA, GOVERNO.

O SR. LEVY DIAS (PPR-MS. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não vou usar os 5 minutos, mas como não pude apartear o Senador Geraldo Melo e fui citado nas suas palavras, queria dizer aos companheiros, à Mesa, aos órgãos de imprensa deste País que levantei esse assunto, hoje pela manhã, ouvindo o pronunciamento de outros companheiros, pela sua seriedade.

Uma vírgula, uma palavrinha, um parágrafo, um inciso, enfim, uma mudança em uma lei causa um estrago tão grande, se não for correta, que não temos como medir.

Vou dar um exemplo - e levantei para dar este exemplo, acontecido quando fazíamos a Constituição de 88. Eu era Deputado Federal e trabalhava na Constituinte junto com o então ilustre Deputado Bernardo Cabral. Quando tiramos da Constituição o Fundo Rodoviário Nacional, jogamos pelo ralo 50 mil quilômetros de rodovias pavimentadas. Estou dando este exemplo para mostrar o tamanho da responsabilidade que temos ao votar uma lei no Parlamento.

Cinqüenta mil quilômetros de rodovias pavimentadas do nosso País foram destruídos porque acabaram-se os recursos para a sua manutenção. O Fundo Rodoviário Nacional era vinculado à rodovia, como o FNDE é vinculado à educação.

Naquele dia eu disse a companheiros que lideravam o Partido que estávamos cometendo uma loucura, mas não houve clima para sermos ouvidos. Estou dando este exemplo para mostrar a responsabilidade que temos ao votar uma lei.

O pronunciamento do Senador Geraldo Melo é muito importante, muito sério, e colhemos as suas palavras como colhemos aquelas do Senador Bernardo Cabral. V. Exªs, hoje, foram dois mestres para nós.

E fizemos esta interrupção apenas para lembrar o Fundo Rodoviário Nacional, o que custam, para o País, 50 mil quilômetros de estradas. E o transporte da nossa produção, ainda hoje no País, infelizmente, é feito em cima de pneus, enquanto o resto do mundo o faz por via fluvial, marítima ou através de ferrovias. Aliás, temos de falar também que o Governo precisa, com urgência, definir o problema do transporte ferroviário. Nós transportamos sobre pneus, acabamos com 50 mil quilômetros de estradas e não temos nada a dizer a ninguém.

Portanto, eu quis fazer esta interrupção para cumprimentar os companheiros que falaram aqui hoje. Acho que esta é a nossa tarefa, nossa missão, nossa responsabilidade. Tomara que ela tenha eco, porque muitas vezes falamos e não há repercussão. Além do paradoxo que expus há pouco, de fazermos campanha contra a fome e não estimularmos a produção de alimentos, eu citei, também nesta semana, o paradoxo da imprensa: a nossa imprensa, que tem prestado grande trabalho ao Parlamento, ao País, com a crítica construtiva, também precisa - eu disse aqui num pronunciamento esta semana - oferecer espaço para se falar sobre a agricultura. Eu queria 10% do espaço dado ao "Bráulio", eu queria 1% do espaço dado ao julgamento do O. J. Simpson, para entregá-lo, com amor, a este grande País que um dia haverá de ser justo. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/10/1995 - Página 639