Pronunciamento de Valmir Campelo em 27/10/1995
Discurso no Senado Federal
IMPORTANCIA DA PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL QUE REFORMA O SISTEMA TRIBUTARIO E APOIO AO FUNCIONAMENTO DO SESC, SENAI E SENAC.
- Autor
- Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
- Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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TRIBUTOS.
POLITICA SOCIAL.:
- IMPORTANCIA DA PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL QUE REFORMA O SISTEMA TRIBUTARIO E APOIO AO FUNCIONAMENTO DO SESC, SENAI E SENAC.
- Publicação
- Publicação no DSF de 28/10/1995 - Página 2011
- Assunto
- Outros > TRIBUTOS. POLITICA SOCIAL.
- Indexação
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- IMPORTANCIA, EMENDA CONSTITUCIONAL, REVISÃO, TRIBUTOS, INCIDENCIA, CLASSE, TRABALHADOR, ASSALARIADO, CONTROLE, EVASÃO FISCAL.
- COMENTARIO, SEMINARIO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), AVALIAÇÃO, CUSTO, ATIVIDADE ECONOMICA, BRASIL.
- CRITICA, OBJETIVO, GOVERNO FEDERAL, EXTINÇÃO, OBRIGATORIEDADE, EMPRESA, CUSTEIO, MANUTENÇÃO, SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO (SESC), SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI), SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC), SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI).
O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, daqui a poucos dias o Senado Federal estará examinando, por seu turno, a emenda constitucional que altera o Capítulo do Sistema Tributário Nacional.
Este será o momento ideal para que o País repense a carga tributária imposta sobre os trabalhadores assalariados e para que adote um método definitivo de controle sobre a evasão fiscal.
Também será a grande oportunidade, Sr. Presidente, para reduzir o chamado custo-Brasil: esse problema experimentado pela economia brasileira, que tem acumulado, ao longo de muitos anos, um conjunto de ineficiências e distorções lesivas ao setor produtivo.
A Confederação Nacional da Indústria realizou recentemente um seminário sobre esse tema e concluiu que o custo- Brasil está embutido nas distorções do nosso sistema fiscal, impondo uma carga tributária desigual e com a sobretaxação do setor industrial.
O custo-Brasil está também embutido na legislação trabalhista e na precariedade de nosso sistema de saúde. Está na arcaica infra-estrutura de transportes, nos elevados custos portuários, na rápida deterioração das telecomunicações e no estrangulamento do sistema energético.
Tudo isso redunda em inaceitável tributação sobre as exportações, sobre os investimentos e implica altos custos administrativos.
Entretanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para minimizar esse custo, o Governo pretende desonerar a folha de pagamento das empresas - que, notoriamente, sofrem acréscimos acima de 100% -, abolindo os encargos destinados à manutenção dos serviços de relevância social, mantidos pela indústria e pelo comércio.
A conseqüência da desoneração desses cargos será a extinção do SESI e SENAI, SESC e SENAC.
Essas entidades, Srªs e Srs. Senadores, conhecidas por todos nós em razão do excelente trabalho que desenvolve em benefício das famílias da indústria e do comércio, representam um acréscimo de apenas 2,5% na folha de pagamento das empresas.
Não podemos concordar com a extinção destinada aos "quatro Ss", fonte eficiente de cultura, lazer e saúde para a comunidade.
Aonde funciona uma unidade do SESC ou do SESI, não falta atenção para com as pessoas mais carentes. Estes órgãos oferecem à comunidade, sem nenhuma discriminação, esporte, assistência médica e odontológica, ensino básico e fundamental com alto grau de eficiência.
Nas cidades e bairros em que se encontram um SENAI e um SENAC, o índice de profissionalismo é sobressaltante, pois estas entidades nunca se descuidaram dos seus objetivos. Ou seja, a especialização do homem, a custos mínimos e mediante a oferta de cursos diversificados, tanto na área da indústria quanto na do comércio.
O Brasil não pode cruzar os braços diante da ameaça de extinção dessas instituições. Ao contrário, necessita injetar nelas, o capital necessário para que nunca lhes faltem o ânimo de bem servir e amparar o trabalhador, sua família e a comunidade carente de um modo geral.
O aniquilamento das entidades sociais da indústria e do comércio em nada contribuirá para a redução do custo-Brasil que, antes de tudo, demanda uma ação coordenada a fim de vencer os desafios enfrentados atualmente pela economia brasileira.
Antes de tudo, é preciso rever o Sistema Tributário Brasileiro, que se revela favorável à concentração da carga fiscal sobre um universo reduzido de contribuintes. É preciso acabar com os impostos em cascata que oneram as exportações e os investimentos. É preciso repensar os encargos trabalhistas e corrigir os problemas de infra-estrutura social, que acabam por comprometer os sistemas de educação e saúde.
Não nos pode faltar a lucidez neste momento. Essa contribuição de 2,5% sobre a folha de pagamento, ao contrário do que se possa imaginar, representa um grande benefício para o Brasil e um importante investimento para as empresas, que, a cada dia, contam com trabalhadores mais saudáveis e melhor preparados profissionalmente.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.*