Questão de Ordem no Senado Federal

INDAGANDO DA PRESIDENCIA SE HA CENSURA NA REDAÇÃO DO JORNAL DO SENADO, POR NÃO TER PUBLICADO DISCURSO DE SUA AUTORIA, SOBRE DECISÃO TOMADA PELO SENADOR CARLOS WILSON NA COMISSÃO DE OBRAS INACABADAS, CANCELANDO VISITA AO PARA.

Autor
Ademir Andrade (PSB - Partido Socialista Brasileiro/PA)
Nome completo: Ademir Galvão Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Questão de Ordem
Resumo por assunto
SENADO.:
  • INDAGANDO DA PRESIDENCIA SE HA CENSURA NA REDAÇÃO DO JORNAL DO SENADO, POR NÃO TER PUBLICADO DISCURSO DE SUA AUTORIA, SOBRE DECISÃO TOMADA PELO SENADOR CARLOS WILSON NA COMISSÃO DE OBRAS INACABADAS, CANCELANDO VISITA AO PARA.
Publicação
Publicação no DCN2 de 23/09/1995 - Página 16466
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, PRESIDENCIA, SENADO, EXISTENCIA, CENSURA, JORNAL, JORNAL DO SENADO, DISTRITO FEDERAL (DF), INEXISTENCIA, PUBLICAÇÃO, DISCURSO, AUTORIA, ORADOR, CRITICA, ATUAÇÃO, CARLOS WILSON, SENADOR, COMISSÃO ESPECIAL, APURAÇÃO, OBRA PUBLICA, AUSENCIA, CONCLUSÃO, CANCELAMENTO, VISITA OFICIAL, ESTADO DO PARA (PA).

O SR. ADEMIR ANDRADE (PSB-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero dizer a V. Exª que, em boa hora, foi criado pelo Presidente José Sarney o Jornal do Senado, encarregado da divulgação dos trabalhos desta Casa. 

No entanto, queria indagar da Presidência desta Casa se existe censura à palavra dos Senadores nesse jornal. Porque, levando em conta o que aconteceu na sessão de ontem e o que foi publicado no jornal de hoje, para mim, está claro que existe uma censura. E isso, como Senador desta Casa, não vou admitir.

Estou levantando essa questão para exigir da redação do Jornal do Senado que publique o discurso que fiz pela Liderança, na sessão de ontem. Não que eu faça questão de que se divulgue o que se faz aqui, mas porque está claro, para mim, que houve uma censura àquilo que mencionei aqui, ontem.

Fiz um discurso falando pela Liderança do meu Partido - portanto, a minha palavra deveria ser divulgada -, colocando o problema da Comissão Especial de Obras Inacabadas, do Senado Federal, presidida pelo Senador Carlos Wilson, que havia estabelecido conosco uma programação pela qual essa Comissão passaria em Tucuruí, estando tudo acertado para isso. De repente, na última hora, o Senador Carlos Wilson foi pressionado por um mau político, que deseja ver a cizânia, o desentendimento, que mentiu para o Senador Carlos Wilson. Infelizmente, S. Exª acreditou na mentira e suspendeu a passagem da Comissão pelo Município de Tucuruí.

Hoje, o Jornal do Senado aborda a viagem da Comissão: "Comissão vê obras inacabadas em Macapá". Não cita uma linha sobre o meu discurso de ontem e sobre o fato de o Senador Carlos Wilson ter tido um comportamento errado, apolítico, ter cedido à pressão de um cidadão sem escrúpulos, cujo nome S. Exª não quis citar. O certo seria dizer quem inventou a mentira e fez com que S. Exª, sozinho, como Presidente da Comissão, tomasse a decisão de que ela não passaria por Tucuruí. O Senador Carlos Wilson deveria dizer quem foi essa pessoa, esse político que mentiu para S. Exª, e deveria reconhecer, inclusive, o seu erro de decisão.

Não aceito a censura do Jornal do Senado e exijo, como Senador desta Casa, que o discurso que fiz ontem, aqui, pela Liderança do meu Partido, seja publicado no jornal desta Casa e tenha o mesmo destaque da palavra de todos os demais Senadores. Se isso não for feito, voltarei ao assunto na segunda-feira, porque não aceito censura de ninguém! Esse jornal não foi feito para ser censurado, o direito aqui é igual para todos os Senadores. Se fiz críticas à ação de um Senador, é um direito que tenho. Se o Senador entender que não estou certo, que venha à tribuna e exponha o seu posicionamento. Contudo, o jornal não pode deixar de divulgar a minha manifestação e o meu pensamento.

Portanto, exijo que a minha manifestação de ontem seja devidamente publicada no Jornal do Senado, na sua edição de segunda-feira - não o que estou dizendo hoje, mas o discurso que fiz na sessão de ontem. Não aceito que ele não seja publicado. Se não for publicado na próxima edição do jornal - repito -, voltarei ao tema na próxima segunda-feira.

Sr. Presidente, era essa a questão que gostaria de colocar a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 23/09/1995 - Página 16466