Pronunciamento de Guilherme Palmeira em 19/10/1995
Discurso no Senado Federal
COMEMORAÇÃO DOS 120 ANOS DE NASCIMENTO DE AURELIANO CANDIDO TAVARES BASTOS.
- Autor
- Guilherme Palmeira (PFL - Partido da Frente Liberal/AL)
- Nome completo: Guilherme Gracindo Soares Palmeira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- COMEMORAÇÃO DOS 120 ANOS DE NASCIMENTO DE AURELIANO CANDIDO TAVARES BASTOS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/10/1995 - Página 1325
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, AURELIANO CANDIDO TAVARES BASTOS, EX-DEPUTADO, ESCRITOR, ESTADO DE ALAGOAS (AL).
O SR. GUILHERME PALMEIRA (PFL-AL. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Alagoas comemora os 120 anos de Aureliano Cândido Tavares Bastos.
Rui Barbosa, que conviveu com esse ilustre parlamentar brasileiro, no século passado, afirmou ser Tavares Bastos "a cabeça que comensurava todas as questões do nosso futuro."
Durante três legislaturas, iniciando com 21 anos, como representante de Alagoas na Câmara dos Deputados, em 1871, "abordou os assuntos mais palpitantes e fê-lo com mestria inigualável", como registrou o saudoso Senador Petrônio Portella ao apresentar o livro Discursos Parlamentares, que esta Casa editou em 1977, comemorando o centenário de morte de Tavares Bastos.
Aliás, Sr. Presidente e Srs. Senadores, tive a honra de, quando Presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas, no Palácio Tavares Bastos, em 1975, lançar o livro Tavares Bastos Visto por Alagoanos, uma coletânea de 25 trabalhos de alagoanos, sob a coordenação do historiador Moacir Sant'Ana, sobre essa figura tão expressiva de minha terra e tão significativa para o Brasil.
Nascido a 20 de abril de 1839, na cidade de Alagoas, hoje Marechal Deodoro, já aos 20 anos doutorava-se em Direito, na histórica Faculdade de Direito de São Paulo, defendendo a importante tese: "Sobre quem recaem os impostos lançados sobre os gêneros produzidos e consumidos no País? Sobre o produtor ou sobre o consumidor; o que sucede quanto aos gêneros importados e exportados."
Embora não tenha vivido por muito tempo, pois faleceu em 3 de dezembro de 1875, aos 37 anos, Tavares Bastos produziu uma obra cujos "trabalhos são bem uma pista para começos da compreensão dos muitos problemas sérios nacionais", na afirmativa do jornalista Arnoldo Jambo. Como compreendia Roquete Pinto, Tavares Bastos era desses homens que marcam a "nossa nacionalidade, um desses varões cuja vida aquilina cortina ao longe o futuro dos magnos problemas econômicos e sociais da sua pátria, para ir doutrinando e encaminhando os contemporâneos e porvindouros".
Esse liberal, Srs. Senadores, na profundidade de seus escritos e na dinâmica participação neste Parlamento, tratou de assuntos que até hoje carecem de aprofundamento de todos nós brasileiros a fim de equacionarmos nossos problemas de hoje e do futuro.
Há mais de cem anos, Tavares Bastos estudava "Os males do presente e as esperanças do futuro", cujo conteúdo merece ser analisado por toda a atual geração.
Mas não é só esta obra que carece de estudo. Tavares Bastos estudou a descentralização no Brasil; a questão eleitoral; a reforma administrativa; o ensino religioso; a participação dos negros do Brasil; a utilização de nossos rios; a riqueza da Amazônia; as relações exteriores, entre outros temas.
Várias são as obras de estudiosos brasileiros que precisam de difusão para compreender-se o valor da contribuição de ontem, e que é válida hoje, desse liberal parlamentar brasileiro.
Por isso, Sr. Presidente, é que ocupo esta tribuna, para parabenizar as instituições alagoanas, lideradas pelo Governo do meu Estado, que se juntaram a várias universidades de outros estados brasileiros para estudarem o político, o publicista, o patrono da Cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras, o alagoano Aureliano Cândido Tavares Bastos.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.