Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM PELOS 49 ANOS DO JORNAL PARAENSE O LIBERAL.

Autor
Coutinho Jorge (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Fernando Coutinho Jorge
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM PELOS 49 ANOS DO JORNAL PARAENSE O LIBERAL.
Publicação
Publicação no DSF de 15/11/1995 - Página 3059
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, O LIBERAL, ESTADO DO PARA (PA).

O SR. COUTINHO JORGE - (PMDB-PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Câmara dos Deputados, em sessão realizada hoje pela manhã, prestou homenagem pelo transcurso dos 49 anos de fundação do grande jornal O Liberal do Pará.

Nada mais justo e coerente do que, nos dias de hoje, parlamentares reunidos prestarem um tributo à imprensa livre e comprometida com o fortalecimento da democracia e do desenvolvimento em nosso País.

Ao homenagear o jornal O Liberal, estendemos congratulações à imprensa do Brasil como um todo. E é claro que o Senado Federal não poderia ficar alheio a essas justas homenagens. Por isso, queríamos, de forma bastante sucinta, tecer algumas considerações a respeito deste evento.

Na verdade, O Liberal é hoje um dos jornais mais modernos do País, considerado o jornal da Amazônia, com excelente editorial e tiragem, que chega, em média, a 100 mil exemplares diários, atingindo aos domingos cerca de 140 mil exemplares. A sua nova sede foi estruturada a partir de avançados métodos de administração empresarial e dispõe de equipamentos de informática capazes de tornar muito mais rápido e eficiente o acesso dos leitores às informações analisadas pelo corpo de editores. A evolução do padrão tecnológico vem complementar uma qualidade editorial que serve de referência em toda a região Amazônica.

Mas, como sabemos, um veículo de comunicação deste nível não se faz em um dia. Nesses quarenta e nove anos de existência houve muita luta para conquistar o respeito e a credibilidade dos leitores, o discernimento necessário para levar a notícia ao seio da sociedade com a preocupação de não agredir, não acirrar ânimos nem desfraldar falsas bandeiras e iniciar lutas inglórias. Mas, sobretudo, informar bem, informar a verdade e lutar em favor do progresso de sua região.

No nosso entender, este foi e tem sido o lema deste grande jornal O Liberal.

Numa visão sucinta da sua evolução, podemos dizer que três etapas caracterizam o nascimento até a situação atual deste jornal. A primeira etapa, da implantação, foi mais político-partidária, uma vez que O Liberal nasceu em 1946, em meio ao espírito da redemocratização que ampliava os horizontes brasileiros e coincidia com o ânimo renovador e libertário dos homens que se associaram para conduzir o projeto que poderia concretizar as promessas daquele momento histórico.

A força do trabalho solidário manifestou-se logo no primeiro momento quando os companheiros do antigo Partido Liberal, então extinto - uma vez que os partidos regionais foram extintos e substituídos por partidos nacionais -, cotizaram-se para comprar máquinas que iriam colocar no papel suas idéias. E ofereceram-no ao grande Líder da época, o Major Magalhães Barata, que, na verdade, foi o maior político do Pará neste século. Ele, por sua vez, usou o jornal como um grande instrumento para exercer a liderança que já consolidara a partir das mudanças trazidas pela Revolução dos anos 30.

Em 1955, Magalhães Barata foi eleito Governador do Pará e teve no jornal O Liberal a sua grande força, o seu grande apoio. Na verdade, O Liberal, naquela altura, passaria a ser, como dizem, o diário oficial do governo.

Com a morte de Magalhães Barata, momento difícil e tumultuado no jornal e com uma curta administração do engenheiro Alcyr Proença, ele foi vendido em 1966 e adquirido por Rômulo Maiorana, empresário nordestino que fez sucesso no comércio paraense. Naquele momento, iniciava-se a segunda etapa de evolução do jornal, que seria uma etapa inovadora, criativa e mais empresarial, começando a arrancada para a consolidação de um potente complexo jornalístico que acompanharia, a passos largos, a modernização das comunicações brasileiras.

Lembro que, naquela altura, foi introduzido o primeiro off-set da Amazônia no jornal O Liberal. A partir daí, o jornal passou a ser a matriz de um sistema de comunicação que cresceu para atender as exigências do público, daí o natural desenvolvimento do grupo dos setores de rádio e televisão, cujas emissoras ocupam hoje lugar de destaque no Pará e no Amazonas.

O falecimento do jornalista e empresário Rômulo Maiorana, em 1986, foi sentido por todos que o acompanharam na sua grande trajetória, particularmente, jornalística.

Hoje, as homenagens destinam-se, em especial, a ele, ao seu espírito empreendedor, de empresário que acreditou no Pará, embora lá não tenha nascido.

Também as homenagens são creditadas aos seus familiares, à sua mulher e aos seus filhos, que passaram a conduzir esse grande veículo de comunicação da Região Norte.

Nesse sentido, enquadramos a terceira etapa da evolução desse grande veículo de comunicação que chamamos de consolidação e modernização desse jornal. Por isso, a sua família procurou continuar a grandiosa obra iniciada em 15 de novembro de 1946, e o soube fazer com firmeza, bem como a sua equipe que faz o jornal O Liberal teve a competência e a força para cumprir essa difícil missão, mantendo vivo o compromisso de continuar lutando, para que a imprensa brasileira cumpra o seu papel na construção de uma nação democrática e livre. Livre, sim, dos equilíbrios e das injustiças econômicas e sociais que ainda campeiam em nosso País.

O jornal O Liberal lutou e tem lutado em favor do desenvolvimento do Pará e da Amazônia. Por isso, aqui estamos, em nome do Senado Federal, parabenizando o grupo que fez e faz O Liberal, pelo exemplo e pelo grande serviço que tem prestado em favor daquele Estado da Amazônia e do Brasil.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, era o nosso registro, em favor desse evento tão importante para o nosso Estado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/11/1995 - Página 3059