O SR. EDISON LOBÃO (PFL-MA. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com prazer que registro a próxima implantação do sistema de Discagem Direta à Distância (DDD) no Município maranhense de Presidente Juscelino, distante cerca de 80 quilômetros de São Luís. Lá irão instalar 120 terminais, esperando-se para o fim deste mês de novembro a conclusão dos trabalhos de acabamento.

Essa informação, Sr. Presidente, pode parecer irrelevante para merecer um discurso da tribuna do Senado. No entanto, é da maior significação para populações que, há vários anos, aguardam o direito de merecer um pouco da moderna tecnologia que já envolve todo o mundo.

Do mesmo modo que um Município, porventura ilhado pela falta de rodovias, tem atravancado o seu progresso, também hoje em dia se considera ilhada uma região não alcançada pelos avanços da comunicação telefônica.

Industriais, comerciantes, empresários e povo em geral, aos quais não é dada a possibilidade de comunicações imediatas, situam-se num patamar abaixo daqueles que já contam com as avançadas tecnologias. Estes levam vantagem sobre os primeiros nos negócios, nas consultas, no estoque das informações necessárias e decisões do seu interesse.

Nos tempos modernos, em que a evolução tecnológica atinge extraordinária rapidez - ou melhor dizendo, a revolução tecnológica é fulminante, incontida e irreversível -, o telefone, o computador, o CD-Rom, a televisão e tantos outros novos instrumentos da inventiva humana deste fim de século deixaram de ser luxo e se transformaram em necessidade vital para os que precisam estar informados ou que precisam informar.

Infelizmente, a maioria dos brasileiros ainda não tem condições de possuir tais instrumentos, pois linhas, aparelhos e tarifas são caros para o nosso padrão médio de vida. Essas dificuldades, porém, não devem comprometer os nossos esforços para nos inserirmos entre as Nações possuidoras dessas tecnologias e porfiarmos no sentido de que seus benefícios se estendam a toda a população brasileira.

No período em que governei o meu Estado, em São Luís e em outras grandes cidades maranhenses foram instalados muitos novos terminais telefônicos, mas a implementação desse serviço foi em número insuficiente. Bairros da Capital e populações do interior reclamam mais terminais, e agora esperamos que, com a flexibilização das comunicações, tais reivindicações possam ser atendidas.

Precisamos democratizar cada vez mais o uso do telefone, senão de toda a nova parafernália da comunicação. Que todos possamos nos comunicar com liberdade, democraticamente.

Recentemente, em discurso desta tribuna, já deixei consignada a minha opinião deque as grandes empresas, que se candidatarão aos serviços privatizados de comunicações, procurarão naturalmente explorar as regiões mais lucrativas.

Se essa é uma pretensão natural de empresas privadas, também legítimo será o dever do poder público de exigir das empresas a contrapartida de, ao lado das regiões sabidamente lucrativas, cuidarem também das menos lucrativas e até mesmo das deficitárias.

Registro aqui, portanto, na pessoa do seu dinâmico Prefeito José Ribamar Alves Oliveira, os meus cumprimentos ao Município de Presidente Juscelino pela conquista de mais esta etapa tão necessária ao seu desenvolvimento.

Juntemos forças - nas áreas municipal, estadual e federal - para que novos avanços sejam alcançados por Presidente Juscelino e outros Municípios do nosso Maranhão.

Embora distante dos centros de decisão, a terra maranhense oferece importante contribuição à unidade e ao desenvolvimento do Brasil, merecendo que até ali chegue o progresso obtido em outras regiões do País.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.