Pronunciamento de Valmir Campelo em 04/12/1995
Discurso no Senado Federal
SITUAÇÃO CRITICA DA MALHA VIARIA DO PAIS.
- Autor
- Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
- Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA DE TRANSPORTES.:
- SITUAÇÃO CRITICA DA MALHA VIARIA DO PAIS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/12/1995 - Página 4694
- Assunto
- Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
- Indexação
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- ANALISE, PRECARIEDADE, SITUAÇÃO, SISTEMA VIARIO, PAIS.
- NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, RECUPERAÇÃO, RODOVIA, FERROVIA, OBJETIVO, INTEGRAÇÃO, NATUREZA ECONOMICA, NATUREZA SOCIAL, NATUREZA POLITICA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, BRASIL.
O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, as perdas materiais que o Brasil sofre anualmente em decorrência de uma malha rodoviária em estado caótico são estimadas em cerca de US$5 bilhões.
Em razão da má conservação das estradas, são expressivos os prejuízos decorrentes do consumo adicional de combustível e do desgaste acelerado dos veículos e equipamentos.
Também são alarmantes os prejuízos sucedidos com mercadorias deterioradas, roubadas e avariadas.
Com isso, elevam-se os custos das empresas transportadoras, e a sociedade, de modo geral, revela-se como sendo a maior prejudicada, ao ter que consumir produtos depreciados em conseqüência das más condições de transporte e assumir os custos com reposição de peças e serviços de oficinas mecânicas.
Evidentemente que nesses custos não estão computados o enorme desgaste humano, os congestionamentos e o tempo perdido.
Srªs e Srs. Senadores, a simples relação de custo-benefício já indicaria a necessidade imediata - ou melhor, com alguns anos de atraso - de recuperarmos nossas estradas.
Porém, o maior dos prejuízos verifica-se no lamentável número de vítimas fatais que são ceifadas aos milhares, a cada ano, em todas as regiões do País. Famílias são destruídas, dezenas de milhares de pessoas são mutiladas e motoristas profissionais perdem o seu meio de vida.
Não podemos permitir esse verdadeiro genocídio nas estradas.
Para for fim a essa tragédia e, pelo menos, tapar os buracos das estradas, necessitamos, hoje, de algo em torno de R$32 milhões.
Porém, o problema parece estar predestinado ao agravamento. Sem garantir os recursos mínimos necessários para a conservação e recuperação das estradas, a previsão orçamentária para o ano de 1996 não prioriza esse item.
Uma boa rodovia, construída tecnicamente, atendendo a objetivos econômicos e sociais, naturalmente, é auto-financiável.
O investimento realizado retorna em termos de crescimento de produção, de impostos gerados e e do aumento da arrecadação federal, estadual e municipal, de novos empregos criados, e do aumento dos níveis de produtividade da economia, do consumo, do investimento, da renda, do patrimônio e do estoque de bens do País.
Um país como o Brasil, para sua integração econômica, social e política, precisa de um sistema eficiente de transporte ferroviário, hidroviário, marítimo e aéreo.
Contudo, em relação às rodovias, nossa necessidade ainda é maior. Precisamos construir uma malha rodoviária, no mínimo o dobro da atual.
Estamos cientes de que temos que encontrar o equilíbrio orçamentário e que os recursos são escassos, mas não podemos relegar a segundo plano a necessidade de recuperação da malha rodoviária. Caso contrário, estaríamos admitindo a continuidade das mortes nas estradas brasileiras. E isso seria muito triste, pois a moeda não vale mais do que vidas humanas.
Uma só vida humana vale muito mais que todo o Orçamento Federal, uma só vida humana vale mais do que os R$32 milhões necessários para tapar buracos nas rodovias e evitar que as pessoas continuem a morrer, que as famílias sejam destroçadas e que os jovens do nosso País desapareçam de forma trágica.
É a minha preocupação e o meu pensamento, Sr. Presidente.