O SR. SEBASTIÃO ROCHA (PDT-AP. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quatro de novembro de 1995. Foi golpeada a paz. Um extremista judeu atingiu o Primeiro Ministro israelense Yitzhak Rabin com três tiros à queima-roupa. Quero registrar minha consternação diante desta tragédia, da verdadeira materialização do ódio e da intolerância que embriaga o coração dos homens.

            Yitzhak Rabin foi morto por um de seu próprio povo, por ser considerado um traidor. Por ter celebrado um memorável acordo com um outro ícone da paz no oriente-médio, o palestino Yasser Arafat, que também vive sob ameaça de muitos dos seus, que o consideram, da mesma forma, um traidor.

            Neste fim de século o mundo parece estar revivendo de forma drástica antigos ódios, que têm levado povos irmãos a guerras devastadoras. Os conflitos étnicos e o fundamentalismo religioso ameaçam diariamente a paz mundial. Devemos zelar para que o Brasil mantenha-se distante dessa realidade bizarra.

            Quero deixar aqui meu voto para que o primeiro ministro interino, Shimon Peres, dê continuidade ao processo de paz e que a morte de Yitzhak Rabin, de Anwar Sadat e de tantos outros árabes, judeus e palestinos não tenham sido vãs.