Discurso no Senado Federal

PROGRAMA DE CAPTAÇÃO DE INVESTIMENTOS PARA IMPLANTAÇÃO DE NOVAS INDUSTRIAS NO ESTADO DE ALAGOAS.

Autor
Guilherme Palmeira (PFL - Partido da Frente Liberal/AL)
Nome completo: Guilherme Gracindo Soares Palmeira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • PROGRAMA DE CAPTAÇÃO DE INVESTIMENTOS PARA IMPLANTAÇÃO DE NOVAS INDUSTRIAS NO ESTADO DE ALAGOAS.
Publicação
Publicação no DSF de 10/11/1995 - Página 2744
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, DESENVOLVIMENTO, GOVERNO FEDERAL, ESTADO DE ALAGOAS (AL), PROGRAMA, CAPTAÇÃO, INVESTIMENTO, OBJETIVO, IMPLANTAÇÃO, INDUSTRIA.

            O SR. GUILHERME PALMEIRA (PFL-AL Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Governo de Alagoas vem desenvolvendo um ousado programa para captação de novos investimentos, notadamente no que diz respeito à implantação de novas indústrias, dentro da meta perseguida pelo Governador Divaldo Suruagy de gerar emprego e renda, retirando o Estado da histórica e incômoda posição de dependência da agroindústria sucro-alcooleira.

            Neste próximo dia 10 de novembro a Secretaria da Indústria e Comércio de meu Estado promove um vôo charter com cerca de 100 empresários do Sudeste brasileiro que, saindo de São Paulo, irão conhecer as incomparáveis vantagens que o Pólo Multi-Fabril de Marechal Deodoro oferece aos investidores nacionais e internacionais. Trata-se de uma iniciativa inovadora, cujo objetivo é o de demonstrar ao empresariado visitante um Estado preparado para o grande passo de sua industrialização, tendo em vista a avançada estrutura em que se assenta essa área industrial e aos modernos mecanismos de incentivo fiscal oferecidos pelo atual Governo.

            Criado no início dos anos 80, quando eu tive a honra de governar Alagoas, o Pólo Cloro-Álcool-Químico de Marechal Deodoro surgiu da perspectiva de dotar o Estado de um parque industrial de grande porte, valendo-se da presença da Salgema Indústrias Químicas S/A e da vocação natural do território para o fornecimento de matéria prima derivada da cana-de-açúcar. Tratava-se, na sua concepção inicial, de uma feliz associação entre a sofisticada indústria química e a tradicional indústria sucro-alcooleira, permitindo-nos supor, por vários estudos técnicos realizados, que Alagoas alcançaria, pioneiramente, no Nordeste, patamares de desenvolvimento econômico e social.

            No meu Governo e no que me sucedeu - o segundo mandato de Divaldo Suruagy -, o Pólo teve implantada sua infra-estrutura básica, permitindo receber as primeiras unidades fabris - Alclor - Química de Alagoas Ltda, CPC - Companhia Petroquímica Camaçari e a Cinal - Companhia Alagoas Industrial. A partir, contudo, do ano de 1990, atingido pelo descaso governamental e por um longo período de crise econômica nacional, o Distrito Químico de Alagoas mergulhou num processo de desaquecimento. De lá para cá não surgiu nenhuma indústria e o empresariado deixou de manifestar interesse em se instalar no território alagoano.

            Coube ao Governo atual convencer os acionistas da Companhia Alagoas Industrial - Cinal, detentora da administração e dos serviços prestados ao Distrito, que essa área deixasse de ser restrita à indústria química e passasse a ser um Pólo Multi-Fabril, recebendo indústrias de todos os segmentos. Cedendo aos apelos do governo alagoano, esses empresários deram uma contribuição extraordinária ao desenvolvimento de Alagoas e do Nordeste, pois, a simples reversão da destinação possibilitará ao Estado oferecer aos investidores brasileiros e internacionais um Distrito Industrial pronto, montado, completo, com uma infra-estrutura de serviços que nenhuma outra Unidade da Federação pode dar. Isso assegura ao investidor uma economia de pelo menos 20% do total de seus projetos, o que, aliado a mecanismos de incentivo, profundamente atraentes, dão aos empresários condições privilegiadas.

            O que esse grupo de empresários do Sudeste verá em Alagoas esta semana é algo muito estimulante e convincente. Localizado a 18 quilômetros de Maceió e a 16 quilômetros do porto de Jaraguá, o Pólo Multi-Fabril de Marechal Deodoro está a 250 quilômetros de Recife, a 600 de Salvador e a menos de dez quilômetros da Salgema. Administrado pela Cinal, oferece aos investidores uma verdadeira central de utilidades nos seus mais de 750 hectares, otimizando as operações da unidades fabris e reduzindo drasticamente os custos para seus usuários.

            O empresário que decidir implantar seus projetos no Pólo Multi-Fabril de Marechal Deodoro encontrará a sua disposição água bruta, clarificada, desmineralizada e potável; vapor de 15 e de 42 kgf; ar de instrumento e de serviço; tratamento de efluentes líquidos, orgânicos, inorgânicos e águas pluviais; tratamento e disposição de resíduos sólidos, comuns, industriais comuns, especiais e lixo hospitalar; serviços de incineração de compostos orgânicos e não-clorados, de compostos organoclorados e de compostos organoclorados tipo escarel, e oferece, ainda, a transferência por tubovias de dicloro-etano, eteno, nitrogênio e monocloreto de vinila e, finalmente, a distribuição de nitrogênio.

            Alegra-me observar que o Governo de Alagoas, ao convencer os acionistas do Polo Químico a darem nova destinação àquela importante área, optou por uma solução inteligente que, com certeza, será capaz de atrair muitas indústrias a se instalarem em Alagoas. Tenho a impressão de que, com esse passo, o nosso Estado encontrará o caminho para o seu desenvolvimento industrial, possibilitando, com isto, mudar o perfil econômico e social de nossa população. 

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/11/1995 - Página 2744