Pronunciamento de Eduardo Suplicy em 29/11/1995
Discurso no Senado Federal
ANALISE DO CONTEUDO DA EXPOSIÇÃO DO MINISTRO PEDRO MALAN E DO PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, GUSTAVO LOYOLA, SOBRE OS CUSTOS DA INTERVENÇÃO DO BANCO ECONOMICO, DO BANCO NACIONAL E DIVERSOS OUTROS BANCOS.
- Autor
- Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
- Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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BANCOS.:
- ANALISE DO CONTEUDO DA EXPOSIÇÃO DO MINISTRO PEDRO MALAN E DO PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, GUSTAVO LOYOLA, SOBRE OS CUSTOS DA INTERVENÇÃO DO BANCO ECONOMICO, DO BANCO NACIONAL E DIVERSOS OUTROS BANCOS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/11/1995 - Página 4185
- Assunto
- Outros > BANCOS.
- Indexação
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- ANALISE, CRITICA, EXPOSIÇÃO, PEDRO MALAN, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), GUSTAVO LOYOLA, PRESIDENTE, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), NEGAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, CUSTO, INTERVENÇÃO, BANCO PARTICULAR.
O SR. EDUARDO SUPLICY (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero registrar a estranheza diante daquilo que se observa hoje na imprensa. A Gazeta Mercantil, a Folha de S. Paulo, entre outros, revelam fatos importantes, objeto de perguntas, ontem, por parte de diversos Senadores.
Os Senadores Esperidião Amin, Roberto Requião, Vilson Kleinübing, Pedro Simon e eu formulamos perguntas ao Ministro Pedro Malan e ao Presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, sobre os custos, seja por ter colocado sob intervenção o Banco Econômico, seja por ter colocado sob regime de administração especial temporária o Banco Nacional e diversos outros bancos. E os Ministros se negaram a responder, a não ser mencionar que existiam créditos prestados a taxas como TR, mais 10%, que seria o custo.
Quando o Senador Esperidião Amin mencionou, distinguiu corretamente, que uma coisa era o valor injetado numa instituição financeira e outra seria o custo para o Tesouro, a ressalva foi de que havia essa diferença, mas não quis dizer qual o valor injetado em qualquer das instituições financeiras que, porventura, estivessem em dificuldade.
Pois bem, para o Senado Federal, para a Comissão Mista do Congresso Nacional, a informação foi negada. Ambos disseram que só mais tarde poderiam fornecê-las; entretanto, para a imprensa foi possível. Não será isso um desrespeito ao Congresso Nacional? Qual é a dificuldade de o Ministro Pedro Malan dizer os fatos tais como são?
Aqui está explicitado que houve um rombo superior no Banco Nacional de R$2 bilhões; a estimativa ainda preliminar do Banco Central é de que o desequilíbrio patrimonial do referido banco deve superar R$2 bilhões daquilo que foi colocado no Banco Econômico, ou seja, R$1,8 bilhão. O mais grave, pelo que apurou esse jornal, é que "há algumas indicações ainda não confirmadas de que entre os ativos do Nacional podem existir alguns fictícios".
Sr. Presidente, voltarei amanhã à análise do conteúdo da exposição do Ministro Pedro Malan e do Presidente do Banco Central, que, inclusive, anunciaram, no domingo, no jornal Estado de S. Paulo, nas palavras de Gustavo Loyola, que iriam dar aqui a informação completa sobre os custos e o valor das ações do Banco Central e do Tesouro, para proteção das instituições financeiras e - na acepção dos Ministros - para que haja estabilidade das instituições no interesse dos correntistas, dos investidores.
Sr. Presidente, é preciso que o Ministro Pedro Malam seja mais claro, especialmente porque afirmou, ontem, que jamais estaria agindo em defesa de qualquer banqueiro, mas em defesa da sociedade brasileira. É preciso que, ao agir dessa forma, faça-o com mais transparência do que ontem, perante as comissões que se reuniram para ouvi-lo.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.