Discurso no Senado Federal

CONSEQUENCIAS DA POLITICA DE ESTABILIZAÇÃO MONETARIA DO GOVERNO.

Autor
Ronaldo Cunha Lima (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ronaldo José da Cunha Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • CONSEQUENCIAS DA POLITICA DE ESTABILIZAÇÃO MONETARIA DO GOVERNO.
Publicação
Publicação no DSF de 06/02/1996 - Página 1345
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • APREENSÃO, EFEITO, POLITICA MONETARIA, ESTABILIZAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, ONUS, AUXILIO, BANCOS, SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL, MANUTENÇÃO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, RECESSÃO, DESEMPREGO.
  • APOIO, SOLICITAÇÃO, SINDICATO, CATEGORIA PROFISSIONAL, BANCARIO, CAMARA MUNICIPAL, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, MANUTENÇÃO, AGENCIA, BANCO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO S/A (BANERJ), MUNICIPIO, CAMPINA GRANDE (PB), JOÃO PESSOA (PB), ESTADO DA PARAIBA (PB).

O SR. RONALDO CUNHA LIMA (PMDB-PB.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, as conseqüências da política de estabilização monetária do governo, reclama a nossa atenção, nos últimos dias por dois motivos fundamentais.

De uma, porque o socorro ao sistema financeiro nacional foi tocado com um ônus considerável ao Erário, e sempre pela via da "delegação implícita" da Medida Provisória. A estabilidade da moeda e a manutenção de seu poder de compra, deve ser tão imprescindível, quanto o imediato resgate da dívida social, especialmente em áreas onde ainda predominam um nível de miséria alarmante.

De outra, porque o sentido da atividade pública deve ser o bem comum. Olvidando essa variante, o governo insiste em dar seguimento à uma política financeira de forte teor recessivo. Podemos constatar, que a despeito de todo o investimento do governo na área bancária, o resultado tem sido o desemprego de vários profissionais ligados a essa atividade. Some-se a isto, a queda do nível de emprego nos bancos, à custa de inovações tecnológicas. Aliás, temos um dos mais, ou talvez o melhor, serviço bancário informatizado, do mundo.

As tentativas de encontrar soluções, diga-se de passagem, sempre confortáveis aos banqueiros, passam, inexoravelmente, pela perda de emprego.

Agora enfrentamos, de modo bem particular na Paraíba, as conseqüências da política de saneamento do Banco do Estado do Rio de Janeiro, agora sob a administração do Banco Bozzano Simonsem.

As agências deste banco nas cidades paraibanas de João Pessoa e Campina Grande estão na iminência de serem fechadas, levando à rua, mais de cinqüenta chefes de famílias. Ambas as agências, é bom que se diga, encontram-se no momento com superávit. Tanto na Capital quanto em Campina Grande o Banerj tem trabalhado como agência de fomento, contribuindo, sensivelmente, com programas de revitalização do comércio e da indústria locais.

Recebi apelos de várias entidades da Paraíba, inclusive e notadamente do Sindicato dos Bancários, da Câmara Municipal de Campina Grande e da Assembléia Legislativa do Estado, reclamando uma providência perante as autoridades da área econômica do Governo, e junto ao banco gestor, bem assim ao Governador Marcelo Alencar do Rio de Janeiro. Ressaltam a importância da agência do BANERJ para a o Município, e a luta que está sendo promovida por toda a sociedade campinense para mantê-la funcionando.

Vi nos últimos dias as reações dos bancários de São Paulo e Porto Alegre, para evitar o fechamento das agências do Banco em suas cidades, com sensível prejuízo ao emprego.

O apelo que faço da tribuna do Senado Federal, de uma forma específica, é para salvar a atuação do BANERJ nessas cidades paraibanas, bem assim, de uma maneira mais ampla, para que sejam repensadas as medidas adotadas no socorro às instituições financeiras, condicionando-as a manutenção do emprego dos trabalhadores a elas vinculados.

Estarei mantendo contato, diretamente ou por correspondência com o Presidente do Banco Central, do Governo do Rio de Janeiro, e do Banco Bozzano Simonsem, para que sejam audientes às reclamações dos bancários paraibanos.

É extremamente necessário, antes de mais nada, salvar a nação, para garantir o equilíbrio do sistema financeiro.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/02/1996 - Página 1345