O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o turismo tornou-se um fenômeno tão marcante no século XX que, segundo previsões feitas por especialistas, ele se constituirá na primeira atividade mundial, em termos de receita, e no maior empregador de mão-de-obra, por volta do ano 2000.

Estas previsões se traduzem na prática por grandes movimentos de pessoas que se deslocam para realizarem seus desejos culturais e suas necessidades de lazer.

Com estas palavras, o catedrático Geraldo Castelli, da Universidade de Caxias do Sul, expressa a grande importância da atividade turística para o desenvolvimento regional.

Reconhecendo, inclusive, o lugar de destaque que o turismo passou a ocupar nas relações internacionais, o eminente professor, sem exagero, chega a afirmar que o turismo tornou-se, neste século, uma atividade marcante na sociedade industrial e que, nesta atividade, se engajam milhares de pessoas de todas as nações do mundo.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, consciente da importância da atividade turística no contexto sócio-econômico de uma nação, quero alertar as atividades públicas para o quanto o Brasil está perdendo, ao dispensar pouca atenção para este promissor segmento da economia.

Possuidor das mais belas faunas do mundo e de uma flora inclusive com grandes propriedades terapêuticas, o Brasil, terra de clima tropical, muito sol e privilegiado por suas belezas naturais, poderia estar faturando, no mínimo, dez vezes mais com a exploração dessa atividade geradora de tão rentáveis lucros.

Não é preciso fugir das imediações do Distrito Federal para constatar o quanto temos desperdiçado os nossos potenciais turísticos.

Esta região do Planalto Central, em que se localizam várias cidades de características históricas, em contraste com Brasília, exemplo de audácia arquitetônica, é riquíssima em cachoeiras, grutas e atrações variadas.

Apesar disso, o Planalto Central não está recebendo seu merecido valor, em termos de exploração turística. A região vem sendo esquecida por nossas autoridades públicas e, com isso, passando despercebida por aqueles que buscam no turismo uma fonte de lazer e de investimento.

O Distrito Federal, por si, já justifica qualquer excursão turística em seu território.

Entretanto, este fato não dispensa a atenção do Governo do Distrito Federal no sentido de provocar com urgência um entendimento com os Governos de Minas Gerais e Goiás e com os prefeitos das cidades de Unaí, Corumbá de Goiás, Formosa, Pirinópolis, Planaltina, São Domingos e outros municípios que representam a zona de influência desse pólo turístico visando uma ação conjunta de desenvolvimento da atividade turística da região.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o turismo é uma riqueza nacional e por isso o meu apelo deve ser dirigido a todas as autoridades brasileiras. Mas, com maior insistência, peço ao Governo do Distrito Federal que não se descuide do turismo em nossa cidade.

O potencial de nosso território, em termos turísticos, se for bem explorado, poderá representar uma grande fonte de receita e, mas que isso, uma grande fonte de emprego, capaz de absorver a mão-de-obra hoje disponível no Distrito Federal.

Para finalizar, Sr. Presidente, afirmo com convicção e certeza: o turismo é um produto de exportação. E como tal não deve ser desprezado.

Para se ter uma idéia, a participação do turismo no total das exportações brasileiras, a partir da década de 80, foi sempre superior a 7%

Com o desenvolvimento do turismo, estaremos sobretudo gerando consideráveis efeitos sócio-econômicos entre os Estados e as nações e ainda fomentando o intercâmbio cultural e a paz entre os povos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.