Discurso no Senado Federal

FALTA DE MATERIAL DE EXPEDIENTE EM SEU GABINETE.

Autor
Ernandes Amorim (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Ernandes Santos Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • FALTA DE MATERIAL DE EXPEDIENTE EM SEU GABINETE.
Publicação
Publicação no DSF de 23/02/1996 - Página 2124
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • COMENTARIO, FALTA, MATERIAL DE ESCRITORIO, PAPEL, GABINETE, SENADOR, ESTADO DE RONDONIA (RO).

O SR. ERNANDES AMORIM (PMDB-RO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, liguei, há poucos minutos, para o meu gabinete solicitando que fosse datilografada uma ação, que daria entrada na Justiça, e fui surpreendido com a resposta de que não tem papel, não tem material de expediente para cumprir com minhas obrigações.

Fiquei paralisado, até porque, como membro da Mesa, estou cansado de fazer essas reclamações em várias reuniões. Quase toda a semana, desde quando cheguei a esta Casa, há uma grande falta de material, falta de apoio aos trabalhos dos Senadores.

O Senador, atualmente, ganha R$5.200 e não tem condições de, legalmente, manter o seu mandato e ainda comprar material para trabalhar, até porque esta Casa tem um orçamento maior do que o do meu Estado e de vários outros Estados do País.

Portanto, diante da magnitude do mandato de Senador, não se justifica faltar material no gabinete de Senador; não se justifica o Senador ter apenas quatro funcionários a sua disposição; não se justifica, tampouco, que o Senador não tenha o direito de ter um chefe de gabinete particular; nem se justifica que um Senador tenha que ter um motorista imposto - embora tenha muito respeito aos motoristas desta Casa.

É preciso que haja uma reforma no Senado, mas não aquela que foi solicitada à Fundação Getúlio Vargas, que já tem um ano e nada aconteceu, não se resolveram os problemas. O que está faltando, Sr. Presidente, é que os membros da Mesa tomem determinadas atitudes no sentido de viabilizar a administração desta Casa, haja vista o tamanho de seu orçamento, como já disse, maior até que o orçamento de Rondônia, do Acre e de vários outros Estados do País.

O que vemos, no entanto, é que todo esse orçamento está concentrado na mão de apenas um cidadão nesta Casa, que deita e rola, atendendo a quem acha que deve e da maneira que quer.

Sendo assim, penso que nós, Senadores, não devemos aceitar esse tipo de administração, esse tipo de condução dos serviços desta Casa, já que o povo cobra dos Senadores um trabalho bem feito.

Não é admissível que tenhamos que entrar com ações, vender patrimônio - como já está acontecendo comigo - para que possamos manter o mandato de Senador.

Esse é o apelo que faço ao Presidente da Casa, aos nobres colegas Senadores.

Se alguém disser que, com um salário de R$5.200,00, tem condições de manter o mandato de Senador, de manter uma assessoria no Estado, de ser eleito no Estado e chegar aqui e aceitar funcionários que nem conhecem o Estado ou o campo de atuação do Senador - que, no meu caso, é todo o Estado de Rondônia - sinceramente, ou está querendo agradar alguém, ou é desonestidade ou é falta de habilidade ou desinteresse da Casa em querer fazer a coisa correta.

Por isso, Sr. Presidente, como Membro da Mesa e como Senador, solicito que essas distorções sejam imediatamente corrigidas e essas obrigações sejam distribuídas na Casa aos demais Senadores, inclusive nós da Mesa, que estamos ociosos, a mercê de uma administração errônea, na mão de um só cidadão.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/02/1996 - Página 2124