O SR. EPITACIO CAFETEIRA (PPB-MA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ao receber hoje na minha residência a mídia impressa, encontrei, no Jornal do Brasil, uma nota que vale a pena destacar, porque comprova que o fisiologismo continua existindo.

O Presidente da Casa em exercício hoje, o nobre Senador Teotonio Vilela Filho, é do PSDB e, portanto, do Partido do Presidente da República. A notícia que passo a ler se refere ao PSDB:

      "A Bancada governista ameaça novamente o Palácio do Planalto com uma rebelião em mais uma votação importante: a da reforma da Previdência. Depois do PSDB do Ceará reclamar por cargo regionais, agora é o PFL do Maranhão, com sete Deputados, que se mobiliza para retirar-se do plenário no dia 6, caso o Ministro das Comunicações, Sérgio Motta, nomeie um tucano para o cargo, em prejuízo do apadrinhado do PFL."

Ora, Sr. Presidente, essa notícia pode ser destacada por mim porque sei, Sr. Presidente, que todos os cargos do Maranhão estão nas mãos do PFL. O PSDB, que é o Partido do Presidente da República, não tem nenhum cargo. Na hora em que o Presidente ameaça nomear um tucano no Maranhão, o PFL promete represálias.

Ora, o Partido do Presidente da República é o PSDB, e o PFL maranhense, que tem todos os cargos, não aceita que nomeiem um tucano. Isso é uma demonstração de que o PFL está interferindo no que não lhe pertence, apresentando-se como dono do alheio.

Parece-me que os cargos estão sendo disputados da maneira mais incoerente possível. No Ceará, são os tucanos que prometem represálias porque não nomeiam um tucano para o Ceará. No Maranhão, ocorre o contrário. O "dono" do Presidente é o PFL. Se for para nomear um tucano, o PFL rompe.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, tudo isso é triste. Entrar no plenário e votar é dever do parlamentar. Ele deve votar não pelos cargos que recebe mas pelos projetos que lhe são apresentados. Notícias como essas constrangem não apenas o povo, mas também, e principalmente, os políticos que exercem suas funções na vida pública sem usar, sem aceitar o fisiologismo.

Era o que tinha a dizer.