Discurso durante a 17ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

FIM DOS TESTES NUCLEARES FRANCESES.

Autor
Bernardo Cabral (S/PARTIDO - Sem Partido/AM)
Nome completo: José Bernardo Cabral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA NUCLEAR.:
  • FIM DOS TESTES NUCLEARES FRANCESES.
Publicação
Publicação no DSF de 31/01/1996 - Página 1059
Assunto
Outros > POLITICA NUCLEAR.
Indexação
  • REGISTRO, INFORMAÇÃO, EMBAIXADOR, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, SUSPENSÃO, TESTE, ARMA NUCLEAR, ACEITAÇÃO, CRITICA, DESARMAMENTO, MUNDO.

O SR. BERNARDO CABRAL ( - AM. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é uma comunicação inadiável, porque, há algumas semanas, por sugestão minha e acolhimento da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional - que contou com o voto favorável de V. Exª -, foi convidado o Embaixador da França, o Exmº Sr. Philippe Lecourtier, para dizer a essa Comissão qual era a posição da França sobre os testes nucleares.

O mundo inteiro estava a protestar e o Brasil não ficou atrás no seu protesto, uma vez que nosso texto constitucional é claro: aprovamos atividades nucleares apenas para fins pacíficos.

Hoje, tive oportunidade de ler na imprensa que o Presidente Jacques Chirac estava a anunciar o fim dos testes nucleares. Telefonei ao Embaixador da França para confirmar se o fato era realmente coberto da mais ampla veracidade, e S. Exª me disse que, felizmente, para alegria sua, pessoal, tinha comparecido à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, estava-se pondo um termo, um ponto final, na França, nesse tipo de experiência.

O que a imprensa noticiou, Sr. Presidente, é que essa é uma grande vitória do mundo inteiro pela manifestação contrária a esses testes nucleares. Quatro meses antes do que havia sido previsto, e depois de seis explosões subterrâneas terem sido levadas a efeito nos últimos cinco meses, a França, por ter sofrido críticas do mundo inteiro, eu não diria que recuou, mas pelo menos manteve o bom senso mundial de terminar com isso.

De modo que entendo, Sr. Presidente, que a explosão no atol de Mururoa, que colheu da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional o seu protesto, que foi registrado e que teve eco neste plenário, não poderia ter o seu fim, dada a coerência de quem fez o convite ao Embaixador da França para prestar esclarecimentos em derredor da matéria, silenciado.

De forma que, pessoalmente, sinto-me regozijado em saber que o Presidente da França deu um basta nisso, para a tranqüilidade mundial.

Era o registro, Sr. Presidente, que eu não poderia deixar de fazer. Agradeço ao Senador Mauro Miranda a sua compreensão, dada a relevância do assunto.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/01/1996 - Página 1059