O SR. BERNARDO CABRAL (...-AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quando da feitura dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte - e V. Exª foi um dos seus integrantes - ali, com uma plêiade de companheiros Constituintes, conseguimos tornar realidade o inciso I do art. 5º da Constituição Federal de 1988, cujo texto é o seguinte:

      "I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição".

Quem viveu nessa época sabe do trabalho intenso, árduo, penoso de um grupo de Constituintes mulheres, apoiadas por aqueles que tinham sensibilidade para ver que não era mais possível a mulher continuar sendo uma espécie de objeto, condicionada a um "não pode" ou "não deve", para se transformar na realidade palpável dos dias de hoje. Uma companheira que ajuda, que protege e que tantas vezes é a construtora da vitória do seu parceiro.

O poeta Lamartine construiu uma frase que se espalhou pelo mundo: "atrás de um homem sempre está uma grande mulher". Fui um dos que tentaram corrigi-la, e contra ela protesto. Acho que ela está ao lado, e tantas vezes à frente, puxando, para que o seu marido, noivo ou companheiro possa ser um vitorioso.

E esta comunicação é tão inadiável, Sr. Presidente, porque hoje é o Dia Internacional da Mulher.

Ainda que o Texto constitucional tenha sido vitorioso, que a mulher hoje esteja lado a lado de seu companheiro, a grande verdade, que não pode ser em nenhum instante ofuscada por uma caricatura que não traduz a realidade, é que ela sofre na pele um tratamento desigual, que vai desde a jornada de trabalho até o espancamento que sofre tantas vezes em casa pelos seus próprios familiares.

É nessa condição que quero emprestar a minha solidariedade por data tão significativa. E peço àqueles que têm sensibilidade que possamos construir juntos, distanciados de quaisquer preconceitos, um mundo melhor, para que a mulher seja aquilo que ela realmente é: a companheira que está firme na condução do lar, na criação dos filhos e na proteção do seu marido, do seu noivo, do seu esposo.

Com essas palavras, Sr. Presidente, quero traduzir, porque já se vão oito anos, a sensibilidade dos Constituintes que fizeram inscrever no texto da nossa Carta Magna o inciso I do art. 5º. E, ao fazê-lo, cumprimento as nossas companheiras Senadoras, as taquígrafas e todas as funcionárias que integram o corpo do Senado Federal.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.