Pronunciamento de Eduardo Suplicy em 05/03/1996
Discurso no Senado Federal
ENCAMINHA VOTAÇÃO DE REQUERIMENTO DE VOTO DE PESAR E APRESENTAÇÃO DE CONDOLENCIAS AS FAMILIAS DOS INTEGRANTES DO GRUPO MUSICAL MAMONAS ASSASSINAS, VITIMAS DE ACIDENTE AEREO.
- Autor
- Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
- Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- ENCAMINHA VOTAÇÃO DE REQUERIMENTO DE VOTO DE PESAR E APRESENTAÇÃO DE CONDOLENCIAS AS FAMILIAS DOS INTEGRANTES DO GRUPO MUSICAL MAMONAS ASSASSINAS, VITIMAS DE ACIDENTE AEREO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 06/03/1996 - Página 3465
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, PARTICIPANTE, BANDA DE MUSICA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
O SR. EDUARDO SUPLICY (PT-SP. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, desde a madrugada do último dia 3, domingo, o Brasil está triste com a tragédia que vitimou os cinco integrantes da banda Mamonas Assassinas. Assim como já se expressou o Senador Sebastião Rocha, hoje, e diversos Senadores, ontem, mesmo os que não apreciavam as músicas pop rock do grupo, não ficaram indiferentes à morte prematura dos alegres rapazes da banda, um dos maiores fenômenos da música brasileira dos últimos tempos.
Polêmicos, conquistaram ídolos entre crianças, adolescentes e adultos. Conseguiram dividir as opiniões no centro do poder do País. Por sua rebeldia, irreverência no sentido mais saudável, humor e ousadia, tocaram fundo em todos, principalmente nas crianças, que, ao elegerem como ídolo os Mamonas, deram um sinal claro da maturidade dessa nova geração.
Os Mamonas Assassinas também não escaparam dos problemas com a censura no País. Afinal, a crônica política também era tratada com a mesma irreverência com que falavam de temas até então proibidos entre os jovens. Tudo isso só serviu para difundir ainda mais a sua música entre eles.
A incursão da banda na vida política brasileira começou cedo. Eu próprio sou testemunha das vezes em que, durante diversas campanhas eleitorais, os Mamonas Assassinas alegraram comícios de candidatos do Partido dos Trabalhadores gratuitamente.
Muito já se falou nesses últimos três dias dos garotos da classe média baixa de Guarulhos, ex-office boys, técnicos instrumentistas, controladores de produção de fábricas. Colocaram nestes últimos dias a cidade de Guarulhos melhor conhecida em todo o Brasil. Na memória do seu público, de Alecsander Alves, o Dinho, Julio César Barbosa, Alberto Hinoto, Sérgio Reis de Oliveira e seu irmão Samuel Reis de Oliveira, ficará a forma descontraída e irreverente com que encaravam a vida, perdida no acidente aéreo na Serra da Cantareira. Creio que as músicas de seu único disco, que venderam dois milhões de cópias, não serão esquecidas. Esse sucesso meteórico, mas efêmero dos Mamonas Assassinas só provou que a "Utopia", nome inicial da banda, está perto de todos nós. Basta apostar nela.