O SR. RAMEZ TEBET (PMDB-MS. Para comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje ocupamos esta tribuna com consternação para registrar a perda irreparável para a educação sul-mato-grossense do ex-Reitor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Dr. Fauze Scaff Gattass Filho, falecido, há 8 dias, em acidente automobilístico.

Embora engenheiro civil de formação, Gattass demonstrou singular vocação para o ensino. Sua trajetória profissional testemunha grande amor e dedicação à causa, chegando ao ponto de transformar o ambiente da universidade em sua segunda casa.

Nos seus 25 anos de luta em favor da educação de Mato Grosso do Sul, seu espírito irrequieto e persistente ajudou a vencer as dificuldades da época.

A opção de Fauze pela educação encontrou ambiente propício para prosperar, ao unir seu temperamento forte e determinado à busca da realização humana, que é a seiva do fazer universitário.

Formado no Rio de Janeiro, Fauze iniciou sua vida profissional como professor na Universidade Estadual de Mato-Grosso em 1970. Um ano depois, em 1971, assumia a chefia do departamento. De 1972 a 1975, foi Diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. De 1975 a 1979, tornou-se Vice-Diretor do CCET. Em 1980, foi Secretário de Estado da Educação. Em 1981, foi Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Estudantis. De 1981 a 1985, foi Chefe da Coordenadoria-Geral de Planejamento. Entre 1985 e 1986, assumiu a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e, dois anos depois, em 1988, foi indicado Reitor, com mandato de 4 anos. Tinha 48 anos e preparava-se para disputar a eleição para a reitoria.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço esse registro com imenso pesar e profunda consternação, uma vez que conheci Fauze Gatass pessoalmente e que, quando professor da universidade estadual, hoje Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, pude atestar o quanto ele amava a universidade, o quanto se dedicou à causa da educação sul-mato-grossense. Fui professor dessa universidade enquanto ele foi reitor e posso dizer, sem dúvida alguma, que hoje há um vazio na educação sul-mato-grossense. O mundo universitário, os alunos da Universidade Federal do Estado do Mato Grosso do Sul, todos lamentam a morte desse engenheiro civil, professor por vocação, professor por idealismo, professor de espírito irrequieto, sempre atento às causas para a integração da universidade com a sociedade sul-mato-grossense.

Cumpro, assim, como representante de Mato Grosso do Sul no Senado da República, o dever de fazer constar nos Anais desta Casa a morte trágica, em acidente automobilístico, daquele que muito fez pela educação e cujo exemplo haverá de nortear as gerações do meu querido Estado.