O SR. RAMEZ TEBET (PMDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho um pouco de sorte, porque sucedo, nesta tribuna, um Parlamentar da envergadura do Senador Bernardo Cabral, que, mesmo defendendo o Estado do Amazonas, também promove a defesa de toda a Federação, inclusive do meu Estado.

Eu queria agradecer ao Senador Bernardo Cabral por aludir a um fato que realmente está inquietando o Estado de Mato Grosso do Sul, que é a zona franca, o comércio que é exercitado pelo Paraguai e pela Bolívia nas fronteiras com municípios do Estado sul-matogrossense. Realmente, a concorrência é profundamente desleal, e nas cidades limítrofes, como Bela Vista e Ponta Porã, vizinhas do Paraguai, e Corumbá, vizinha da Bolívia, os comerciantes estão fechando suas portas, não conseguem competir.

Então, Senador Bernardo Cabral, nós, que temos lutado por uma solução para esses municípios que atenda aos interesses nacionais, não podemos deixar de nos solidarizar com V. Exª que, defendendo o Estado do Amazonas, defende também um Estado como o nosso, que é Mato Grosso do Sul.

No entanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que me traz a esta tribuna é a volta às minhas origens. Sou um homem que não consigo esquecer minhas origens. Sou realmente um homem vinculado à minha aldeia. E hoje fui sacudido por um telefonema de um cidadão de um município pequeno, do qual esta Casa talvez ainda não tenha ouvido falar, lá da minha região, ligado à minha cidade de Três Lagoas, que é o meu torrão natal. Município onde eles dizem que nunca ninguém bradou por eles neste Senado da República e que, no próximo dia 04, completa mais um ano de emancipação político-administrativa. Trata-se do município de Inocência.

Venho a esta tribuna de forma diferente hoje. Quero apagar velinhas, sim. Venho para dar o meu testemunho da força desse município, que jé está ligado à capital do Estado de Mato Grosso, Campo Grande, por estrada pavimentada, aliás, com recursos da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste, ao tempo em que eu presidia esse órgão de desenvolvimento da região do Centro-Oeste.

Esse município que está ligado à Paranaíba, do qual se desmembrou, mas que ainda quer se unir a um outro município importante para o seu desenvolvimento, o de Três Lagoas, clama pela pavimentação asfáltica que virá ligar o município de Inocência ao de Três Lagoas.

Venho a esta tribuna por isto: para cantar os parabéns para 6.800 habitantes, aos 4.800 eleitores que compareceram e sufragaram maciçamente o meu nome. Entendo que esse é um dever do Parlamentar, mas, mais que um dever, é algo que brota do meu coração.

Aproveito esta antevéspera da Semana Santa para fazer a saudação desta tribuna, para dizer que essa Inocência, a quem eu dei, ao tempo em que governei Mato Grosso do Sul por dez meses, o seu maior colégio, àquele município que fiz transformar em comarca, quero dizer, desta tribuna do Senado da República, que ainda haverei de, junto com autoridades federais, arrumar os recursos necessários para o atendimento de suas mais justas e legítimas reivindicações.

Peço vênia aos companheiros que estão aqui hoje nesta sessão abordando assuntos importantes, mas quero dizer que, para mim, é muito importante o aniversário de uma cidade do meu Estado, de uma cidade que sempre me recebeu como filho, que me ajudou a trazer para o Senado da República a fim de defender os interesses do meu Estado e os interesses maiores do meu País, deste nosso querido Brasil.

Por isso, ocupo esta tribuna para fazer este registro. E o faço com alegria e com satisfação, na certeza de que a população do município de Inocência, que, no próximo dia 4, comemorará seus 37 anos de emancipação política e administrativa, tem aqui um seu representante a lutar por seus mais altos e legítimos interesses.

Por fim, quero agradecer aos Senadores que estão aqui presentes por terem tolerado que eu ocupe esta tribuna para homenagear os antepassados do município de Inocência, as famílias que ajudaram a construir Inocência: Leal, Garcia, Ferreira, Maia, Queirós, Azambuja e tantas outras que lá estão ainda com os pés fincados, com raízes profundas, acreditando no progresso e em dias melhores.

Os meus agradecimentos a todos os presentes.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.