Discurso no Senado Federal

SOLICITANDO A MESA TRANSCRIÇÃO NOS ANAIS DA INTEGRA DO ARTIGO DO SENADOR JOSE SARNEY, INTITULADO O MONSTRO E SEUS DESTROÇOS, PUBLICADO HOJE NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BANCOS.:
  • SOLICITANDO A MESA TRANSCRIÇÃO NOS ANAIS DA INTEGRA DO ARTIGO DO SENADOR JOSE SARNEY, INTITULADO O MONSTRO E SEUS DESTROÇOS, PUBLICADO HOJE NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE.
Publicação
Publicação no DSF de 29/03/1996 - Página 5277
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BANCOS.
Indexação
  • TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), RELAÇÃO, COMPETENCIA, CONGRESSO NACIONAL, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.
  • INFORMAÇÃO, IMPETRAÇÃO, MANDADO DE SEGURANÇA, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), RELAÇÃO, LIMINAR, DETERMINAÇÃO, SENADO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BANCOS.

O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (PSB-SE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna por este breve tempo para pedir à Mesa que determine a transcrição nos Anais desta Casa de um artigo intitulado O Monstro e seus Destroços, de autoria do Presidente do Senado Federal, escritor e intelectual, José Sarney.

O Presidente José Sarney, em momento de grande inspiração, discorreu - de forma inteligente, preparada e de conformidade com a estatura política de um homem que ocupa o mais elevado cargo do Congresso Nacional - considerações que merecem o acolhimento de quantos trabalham pelo fortalecimento da democracia, pelos valores que determinam um Legislativo forte, respeitado e, acima de tudo, pela prevalência, na condução dos trabalhos do Senado, das regras inscritas na Constituição e no Regimento Interno, garantindo o funcionamento normal dos nossos trabalhos em plenário e de nossas Comissões, sem permitir, em tempo algum, que o Governo ou a Oposição possa utilizar-se de estratagemas e esquemas, obscuros ou não, no intuito de impedir o exercício pleno de nossas atribuições constitucionais.

Sr. Presidente, lamentavelmente, não poderei ler, em toda a sua inteireza, o artigo do nosso Presidente José Sarney. Entretanto, para que fique registrado para a nossa história o posicionamento de um Presidente, para cuja eleição teve o meu voto, e o voto de todos os seus companheiros, um posicionamento marcante, pois cuida, acima de tudo, da valorização do Poder Legislativo frente às pressões que vêm de fora para que o Senado não cumpra o seu papel. E pelo fato de o Presidente José Sarney obedecer estritamente ao que está determinado na Carta Magna e no nosso Regimento Interno, S. Exª tem sido alvo de muitas críticas, de muitos ataques injustos, que certamente merecem o repúdio de todos aqueles que professam o ideário democrático.

É, portanto, Sr. Presidente, como integrante daquele bloco de parlamentares independentes nesta Casa, que querem ver o bom funcionamento do Senado Federal, daqueles 29 Senadores que assinaram a CPI dos Bancos para valer, que falo na certeza de que estou cumprindo um desiderato não apenas meu, mas de todos aqueles companheiros que lutam aqui, e, agora, no Supremo Tribunal Federal, como poucos instantes atrás fizemos, para que a CPI venha a ser instalada definitivamente e possa, representando o anseio de toda a Nação, investigar, em todos os seus pormenores, as mazelas acontecidas no Sistema Financeiro nacional.

Estivemos no Supremo Tribunal Federal e demos entrada a um mandado de segurança. Quero crer que sendo essa a última porta a batermos, não nos será fechada. Atrás do nosso pedido, 17 Senadores das mais diferentes siglas partidárias assinaram o mandado de segurança, ao lado de Antonio Carlos Valadares; José Eduardo Dutra, Marina Silva, Eduardo Suplicy, Lauro Campos e Benedita da Silva, do Partido dos Trabalhadores; do PMDB, cinco Senadores também assinaram, Roberto Requião, Ronaldo Cunha Lima, Pedro Simon, Ernandes Amorim e Gilvam Borges; do PTB, a Senadora Emilia Fernandes, do Partido de V. Exª, Senador Valmir Campelo, numa prova evidente de que V. Exª dirige, nesta Casa, o seu Partido sem uma tendência ditatorial, antes pelo contrário, admitindo a divergência democrática.

Além disso, Sr. Presidente - não sei se já disse os dezessete nomes ou se estou cometendo alguma injustiça - o Senador Osmar Dias, do PSDB, do Partido do Presidente da República, também teve ocasião de prestar a sua assinatura para esse protesto legal e constitucional perante a mais alta Corte de nosso País.

De modo que, Sr. Presidente, agradecendo a benevolência com que se conduziu à frente dos trabalhos desta Casa, eu gostaria que determinasse ao setor competente do Senado Federal que incluísse nos seus Anais este artigo do Presidente José Sarney, que, tenho absoluta certeza, repercutirá não só no julgamento que temos do político José Sarney, mas, perante a história, mostrará que o Presidente José Sarney está cumprindo religiosamente os ditames da nossa Constituição e assegurando o funcionamento normal do Poder Legislativo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/03/1996 - Página 5277