A SRª MARLUCE PINTO (PMDB-RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é deplorável a triste notoriedade que o Estado de Roraima vem alcançando nesta Casa, e por via de conseqüência em toda a Nação Brasileira!

O plenário do Senado Federal está sendo o sítio indevido de um sistemático processo de lavagem de roupa suja, que sequer encontrou guarida na Assembléia Legislativa do meu Estado ou na Câmara Municipal de Boa Vista.

Uma CPI que investigou a existência de práticas administrativas em desacordo com a legislação que normatiza licitações e contratos, no âmbito da Prefeitura de Boa Vista, foi considerada motivo suficiente para enxovalhar a imagem do Estado, colocando-o perante o povo brasileiro, como um reduto de violências, arbitrariedades, perseguições etc. Em verdade são absolutamente improcedentes as acusações.

Não se mostra, não se exibe aqui no Senado Federal a saga dos colonos, brasileiros de todos os quadrantes, que buscam refúgio em Roraima, como a terra onde existem oportunidades para todos.

Não se diz no Brasil que o Governo do Estado e seu povo, arrostando mil e uma dificuldades, esta honrando, com seus parcos recursos, compromissos do Governo brasileiro em relação à Venezuela, e superando sacrifícios, constrói a pavimentação asfáltica da BR-174, importante segmento da rodovia Pan-Americana.

Não se diz aqui nesta Casa, nada, cousa alguma, a respeito do extraordinário intercâmbio, tanto no setor público, como no cultural, desportivo e comercial, entre Brasil e Venezuela, dinamizado pelo constante e incansável esforço do Governo do Estado, no âmbito da competência que a lei lhe assegura.

Sem querer entrar no mérito da questão das pesquisas eleitorais, não se pode deixar de salientar que o esforço principal do atual governo tem buscado privilegiar o interior do Estado, no apoio às comunidades interioranas, aos assentamentos de colonos, à organização do trabalho produtivo comunitário e, como já mencionei à pavimentação da BR-174, tudo isso absorvendo o anêmico e débil orçamento estadual.

Estradas vicinais estão sendo abertas, pontes de madeira substituídas por pontes de concreto, implantação de sistemas de água tratada em vilas e pequenas cidades, interiorização das ações de saúde e também no interior, o programa de construção de casas - PROMORAR - objetivando a fixação do camponês em sua gleba, no seu lote.

Um vigoroso programa de eletrificação rural está sendo implementado no sul do Estado, a maior vocação regional para agricultura e produção de laticínios. Um programa que reforma, profundamente, os métodos, os processos, as práticas agrícolas e até mesmo a cultura daqueles concidadãos, que passam a ter acesso permanente à luz elétrica, à parceria da energia na produção, à televisão, à geladeira etc.

Vivemos um momento que exige de todos os brasileiros dedicação irrestrita, permanente, ao trabalho. É a hora da busca da convergência, do amortecimento das tensões, de sopesar as divergências, em favor do Brasil, com as necessárias e indispensáveis reformas em favor de Roraima, no seu anseio de crescer e prosperar.

O eminente estadista Georges Pompidou cunhou o seguinte pensamento: "O estadista é um político que se coloca ao serviço da nação. O político é o estadista que coloca a nação ao seu serviço".

Sirva esta oração emblemática, de norma de conduta para todos nós. Somos poucos os Representantes de Roraima no Congresso. A competição pelos recursos federais para investimentos em Estado e Municípios é muito mais importante que as nossas eventuais divergências regionais. Precisamos exibir ao Brasil, ao Senado, a face altiva, generosa, pacífica e honrada do Estado de Roraima, seu Governo e seu povo. Sem essa postura de união, dignidade e seriedade, já chegamos derrotados à arena da luta por mais recursos para a construção da prosperidade e do desenvolvimento de nosso Estado. Essa luta é de todos nós. Nela haverá espaço para todos. Roraima não admite exclusões.

Encerro Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, lembrando versos do poeta nordestino Catulo da Paixão Cearense:

"Todos cantam sua terra

também vou cantar a minha

Nas débeis cordas da lira

Hei de torná-la rainha..."

Era o que tinha a dizer.

Obrigada.