Pronunciamento de Hugo Napoleão em 09/04/1996
Discurso no Senado Federal
HOMENAGEM DE PESAR A MEMORIA DO SECRETARIO DE COMERCIO DOS EUA, SR. RON BROWN.
- Autor
- Hugo Napoleão (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
- Nome completo: Hugo Napoleão do Rego Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- HOMENAGEM DE PESAR A MEMORIA DO SECRETARIO DE COMERCIO DOS EUA, SR. RON BROWN.
- Publicação
- Publicação no DSF de 10/04/1996 - Página 5958
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, RON BROWN, SECRETARIO, COMERCIO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
O SR. HUGO NAPOLEÃO (PFL-PI. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores. Trata-se de uma comunicação de natureza inadiável, tendo em vista ser essa a primeira sessão deliberativa após o ocorrido. Refiro-me ao acidente aéreo, envolvendo cidadãos dos Estados Unidos e da Croácia. Nele faleceu o Secretário de Comércio Ron Brown, no momento em que o avião se preparava para pousar em Dubrovnik, na Croácia, cumprindo missão oficial, juntamente com outros trinta e três americanos e dois croatas. O acidente que foi do conhecimento internacional, levou à comoção o Presidente Bill Clinton e toda a nação americana.
Estou usando da tribuna, neste momento, para dizer que privei do relacionamento do Sr. Ron Brown, ao tempo em que eu era Ministro de Estado das Comunicações. Tive dois encontros com S. Exa., na Venezuela, sendo um deles, demorado, onde tratamos dos assuntos relativos às telecomunicações nas Américas, especificamente nos dois países. Tenho um livro, que guardo em minha biblioteca, sobre o Estado do Oregon, que me foi dedicado pelo Secretário Brown.
Era um homem de elevação, um homem respeitado, diferentemente do que alguns órgãos de imprensa divulgaram: de que seria, juntamente com os demais membros de sua comitiva, um mero "caixeiro viajante". Não o era. Ron Brown era um homem com foro de estadista; foi Presidente do Partido Democrata nos Estados Unidos, partido do Presidente Bill Clinton, de quem, aliás, era excepcional conselheiro e colaborador conduzindo sua vida, quem sabe até, para ser candidato à Presidência. Se houve acusações quanto à sua vida pública, eu perguntaria: qual de nós políticos já não foi alvo de ataques e não teve que se defender em diversas oportunidades?
Externo as minhas condolências pessoais, e pretendo transmiti-las ao Embaixador Melvijn Levitsky. Tenho a certeza de que houve uma perda lamentável, para o Governo dos Estados Unidos, de alguém que estava preocupado com o andamento da Paz.
Nós, que conhecemos os Estados Unidos, sabemos que os agentes oficiais, a partir do presidente, num país capitalista como é aquele, tratam de assuntos de empresas privadas sem constrangimento algum, não costumando confundir os interesses particulares com os interesses públicos. E se ele defendeu essa tese não considero um erro, mas é a expressão de prática deles, que é diferente da nossa; e é preciso que a nossa ótica seja uma ótica universalista e não uma ótica nanica.
Por isso, acredito, Sr. Presidente, que o comércio internacional tenha perdido um grande negociador.
Era o que tinha a dizer.