Pronunciamento de Valmir Campelo em 15/04/1996
Discurso no Senado Federal
SOLIDARIEDADE A DIREÇÃO DO BANCO DO BRASIL NAS TENTATIVAS DE SANEAMENTO FINANCEIRO DA INSTITUIÇÃO. CONTRARIO AO FECHAMENTO DA AGENCIA DO BANCO DO BRASIL NA CIDADE-SATELITE DO GAMA - DF.
- Autor
- Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
- Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
BANCOS.:
- SOLIDARIEDADE A DIREÇÃO DO BANCO DO BRASIL NAS TENTATIVAS DE SANEAMENTO FINANCEIRO DA INSTITUIÇÃO. CONTRARIO AO FECHAMENTO DA AGENCIA DO BANCO DO BRASIL NA CIDADE-SATELITE DO GAMA - DF.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/04/1996 - Página 6326
- Assunto
- Outros > BANCOS.
- Indexação
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- SOLIDARIEDADE, DIRETORIA, BANCO DO BRASIL, ADOÇÃO, MEDIDAS ADMINISTRATIVAS, OBJETIVO, SANEAMENTO, RECUPERAÇÃO, INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
- SOLICITAÇÃO, DIRETORIA, BANCO DO BRASIL, MANUTENÇÃO, AGENCIA, BANCOS, CIDADE SATELITE, DISTRITO FEDERAL (DF).
O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, recentemente, destaquei aqui, neste plenário, a importância de um formidável conjunto de ações adotadas pelo Banco do Brasil para ajustar-se à realidade do Plano Real, corrigir deficiências e recuperar-se dos vultosos prejuízos acumulados nos últimos semestres.
Naquela ocasião, lembrei que a estabilização econômica proporcionada pelo Real encontrou o Banco do Brasil com pesada estrutura de custos, elevado estoque de créditos de difícil recuperação e perdas cambiais consideráveis, devido ao descompasso entre seus ativos em dólar e passivos em moeda nacional, decorrentes de seus investimentos no exterior e do carregamento da dívida externa brasileira.
Na verdade, Srªs e Srs. Senadores, as dificuldades do Banco do Brasil são decorrentes de um volume de inadimplência gigantesco, de fatores estruturais que se acumularam e de um mal que afeta o Estado brasileiro como um todo: a descontinuidade administrativa.
Continuo achando oportunos e continuo apoiando os esforços da atual administração do Banco do Brasil para recuperar e sanear a instituição. O programa de reestruturação em execução na empresa é digno dos maiores elogios. Têm-se relevado eficazes as ações destinadas a reduzir despesas, ampliar negócios e combater a inadimplência.
De igual importância foram as inovações levadas a efeito no Conselho de Administração do Banco do Brasil e o aumento de capital da ordem de R$8 bilhões.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a maioria dos brasileiros apóia as medidas saneadoras adotadas pela administração do Banco do Brasil. A Nação precisa de um Banco do Brasil forte, moderno e rentável. A Nação brasileira quer, sobretudo, um Banco do Brasil que seja o parceiro que sempre foi no processo de desenvolvimento e de estabilização da economia.
Tradicionalmente, o Banco do Brasil tem sido o grande indutor de desenvolvimento econômico do nosso País, notadamente naquelas regiões onde as instituições bancárias privadas não têm interesse em instalar-se, por não apresentarem condições de retorno imediato.
Graças à presença sempre atuante do Banco do Brasil, regiões antes despovoadas e praticamente abandonadas do nosso País tornaram-se centros de produção expressivos e núcleos urbanos pujantes e desenvolvidos.
Refiro-me a esse aspecto mais comprometido e mais social da atuação do Banco do Brasil, Srªs e Srs. Senadores, para abordar uma questão que afeta diretamente os interesses de uma comunidade das mais expressivas do Distrito Federal, unidade da Federação que muito me orgulha representar nesta Câmara Alta.
Trata-se da comunidade do Gama, cidade-satélite de Brasília com cerca de 250 mil habitantes. Segundo o Deputado Distrital César Lacerda, importante líder político da região e, como eu próprio, ex-administrador regional da Cidade, o Banco do Brasil pretende fechar a sua única agência na localidade, dentro do seu programa de estabilização.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, conheço profundamente a realidade do Gama, uma cidade em processo acelerado de crescimento, que apresenta intensa atividade comercial e cujo setor industrial vem ganhando cada vez mais expressão na região, com a instalação de diversas indústrias e de inúmeros empreendimentos.
Acrescente-se, ainda, que o Gama possui, além disso, uma extensa e bem desenvolvida zona rural, onde proliferam pequenos produtores de hortifrutigranjeiros e a agropecuária de corte.
Toda a atividade econômica do Gama sempre foi maciçamente apoiada pelo Banco do Brasil, cuja presença na cidade é marcante, subsidiando a instalação de novos negócios e ajudando na ampliação do mercado de trabalho, dando, conseqüentemente, empregos à população.
O fechamento da agência do Banco do Brasil no Gama representará um duro golpe para a cidade, especialmente para a classe empresarial. Perdem, igualmente, os pensionistas e aposentados, que terão que deslocar-se a grandes distâncias para receberem os seus já minguados proventos e benefícios.
Faço, em razão disso, um veemente apelo à direção do Banco do Brasil, no sentido de reavaliar a decisão de fechar a agência da cidade do Gama.
Não se trata, Sr. Presidente, de manter uma agência que não apresenta resultados ou que dê prejuízos. Tenho certeza - porque já estudamos o assunto- de que a agência do Banco do Brasil no Gama, até pelo volume de negócios realizados na cidade, não está comprometendo o plano de reestruturação da empresa.
Apelo à sensibilidade do Dr. Paulo César Ximenes, o dinâmico Presidente da Instituição, que como morador de Brasília conhece bem a nossa realidade e sabe das dificuldades e dos esforços das nossas cidades satélites para consolidar-se e desenvolver-se, que determine novos estudos para reavaliar a viabilidade de manter a agência do Banco do Brasil do Gama. A manutenção dessa agência é do interesse de uma comunidade de mais de 250 mil pessoas.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.