Pronunciamento de Romero Jucá em 18/04/1996
Discurso no Senado Federal
SUCATEAMENTO DA POLICIA MILITAR DO ESTADO DE RORAIMA. LAMENTANDO O ATO BARBARO DE ASSASSINATO DE SEM-TERRA NO PARA, RESSALTANDO A URGENCIA DE UMA POLITICA GLOBAL DE REFORMA AGRARIA PARA O PAIS.
- Autor
- Romero Jucá (PFL - Partido da Frente Liberal/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL.
REFORMA AGRARIA.
:
- SUCATEAMENTO DA POLICIA MILITAR DO ESTADO DE RORAIMA. LAMENTANDO O ATO BARBARO DE ASSASSINATO DE SEM-TERRA NO PARA, RESSALTANDO A URGENCIA DE UMA POLITICA GLOBAL DE REFORMA AGRARIA PARA O PAIS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/04/1996 - Página 6555
- Assunto
- Outros > ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL. REFORMA AGRARIA.
- Indexação
-
- PROTESTO, ATUAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE RORAIMA (RR), TRATAMENTO, SERVIDOR, POLICIA MILITAR, PERDA, GRATIFICAÇÃO, PREJUIZO, QUALIDADE, SEGURANÇA, MUNICIPIO, INTERIOR.
- PROTESTO, VIOLENCIA, CONFLITO, SEM-TERRA, ESTADO DO PARA (PA), NECESSIDADE, APURAÇÃO, RESPONSABILIDADE, PUNIÇÃO, DEFESA, GOVERNADOR, ANTERIORIDADE, INVESTIGAÇÃO, URGENCIA, REFORMA AGRARIA.
O SR. ROMERO JUCÁ (PFL-RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, numa breve comunicação, abordarei dois temas distintos, que, na verdade, se complementam.
Primeiramente, quero lamentar o tratamento que está sendo dado à Polícia Militar do Estado de Roraima, minha querida Polícia Militar de Roraima, que já foi a melhor da região Norte do País. Uma Polícia Militar exemplar, equipada, em condições de dar proteção à sociedade, hoje está sucateada, recebendo um tratamento da pior categoria, em desrespeito, inclusive, ao trabalho, ao esforço e ao risco de vida por que passam os seus integrantes, diariamente, para proteger nossa sociedade.
Gostaria de registrar, com tristeza, a ação do Governador do Estado, Neudo Campos, que está cortando a gratificação dos policiais militares que estão destacados para o interior. Como se diz, no jargão da Polícia Militar, as etapas de alimentação e subsistência desses militares foram simplesmente cortadas pelo Governador, atingindo 1/3 de toda a corporação no Estado.
Isso não podemos aceitar. No momento em que municípios são criados em Roraima, no momento em que o Estado se estrutura, a Polícia Militar deveria ampliar sua atuação no interior, ao invés de regredir. Isso tem causado outro problema grave aos policiais, pois eles têm de ser removidos para a capital. Ora, se estavam morando no interior, se suas famílias estão radicadas no interior, se suas esposas trabalham e seus filhos estudam naqueles municípios interioranos, como é que esse policial militar ao ser deslocado para a capital tem cortada a sua gratificação? Isso criará um enorme problema de manutenção para sua família.
Registro e repudio a ação irresponsável e incompetente do Governador, que mantém essa perseguição aos policiais da Polícia Militar.
Sr. Presidente, queremos também lamentar o que tem ocorrido no Pará. E, ao lamentar, cobrar esclarecimentos e punição para quem é responsável, gostaríamos de destacar que é muito prematuro culpar o Governador do Estado do Pará simplesmente por conta desse conflito. Almir Gabriel, ex-Senador, um homem de formação séria, democrata, com longa história neste Senado e na vida pública do País.
Acho que as questões devem ser esclarecidas, e deve efetivamente ser punido quem comandou ou quem determinou esse ato bárbaro de assassinato desses sem-terra.
É prematuro querer imputar essa questão ao Governador do Estado. Sabemos que polícias despreparadas podem atuar de forma errada. Quero aqui só criar um precedente, fazer uma comparação: há alguns dias vimos a Polícia Militar do Distrito Federal, comandada pelo Partido dos Trabalhadores, bater em estudantes que faziam uma manifestação também pacífica. Nem por isso viemos aqui acusar o Governador Cristovam Buarque, que é um homem sério, nosso amigo, um pernambucano que tem também uma história política no País.
De modo que desejamos fazer essa ressalva, pedir a punição, dizer que efetivamente esse ato demonstra que a situação em que se encontram os sem-terra e a questão da reforma agrária devem ser encaminhadas seriamente, em regime de urgência no País, com responsabilidade, seriedade, com o cuidado necessário de averiguar, para aí, sim, apontar os verdadeiros culpados.
Muito obrigado, Sr. Presidente.