Pronunciamento de José Sarney em 23/04/1996
Fala da Presidência no Senado Federal
HOMENAGEM PELOS 36 ANOS DE BRASILIA E DO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE.
- Autor
- José Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
- Nome completo: José Sarney
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- HOMENAGEM PELOS 36 ANOS DE BRASILIA E DO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/04/1996 - Página 6740
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CAPITAL FEDERAL, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF).
O SR. PRESIDENTE (José Sarney) - Antes de encerrar esta sessão, quero agradecer a presença honrosa da Vice-Governadora de Brasília, Drª Arlete Sampaio, aqui representando o Governador; quero agradecer a presença do Diretor-Geral dos Diários Associados e do Correio Braziliense, Dr. Paulo Cabral; das ilustres autoridades que aqui estão, Diplomatas, membros dos Poderes Executivo e Legislativo de Brasília, e as senhoras e os senhores que nos honram com suas presenças nesta Casa.
A voz do Senado Federal foi ouvida por meio dos Senadores José Roberto Arruda e Valmir Campelo, que aqui disseram do nosso sentimento por Brasília. O Senado aprovou esta sessão justamente para marcar o quanto a vida de Brasília está ligada à vida do Senado Federal. Por 28 anos, como bem ressaltou a Vice-Governadora, fomos o Poder Legislativo de Brasília.
O Senado quis marcar essa aliança, associando-se às alegrias do povo brasiliense e do Governo de Brasília pelo transcurso do 36º aniversário da cidade.
A transferência da capital para Brasília foi uma vontade política do Presidente Juscelino Kubitschek; foi o ideal do Presidente Juscelino Kubitschek; foi um compromisso do Presidente Juscelino Kubitschek. Mas o instrumento, o braço com que ele executou essa mudança, foi o Congresso Nacional.
Participei da saga da construção institucional do que foi a transferência da capital. Dentro desta Casa foi possível construir-se, num tempo realmente pequeno, todo o arcabouço jurídico que fez com que a transferência para Brasília se tornasse possível e fosse concretizada. Portanto, o Congresso Nacional está ligado, profundamente, à transferência da capital. Sem ele, seria impossível que ela se realizasse.
Por outro lado, dos Poderes da República, o poder símbolo da Capital Federal é, sem dúvida, o Congresso Nacional. O Poder Executivo tem seus braços localizados no País inteiro, mediante a sua ação executiva. Também o Poder Judiciário, por meio dos Juízes Federais, dos Tribunais Superiores, derrama-se por todo o território nacional. Mas o Poder Legislativo, em nível federal, todo ele, está concentrado na cidade de Brasília. Todo ele aqui está, aqui exerce as suas funções e daqui irradia para todo o País o que tem cumprido ao longo da história.
Foi no Congresso Nacional que se construiu a nacionalidade. Aqui se construíram as nossas instituições. Ao longo do tempo, desde os primórdios da independência até hoje, o nosso Congresso tem cumprido o seu dever; muitas vezes, sofrendo incompreensões, algumas justas e outras injustas; mas ele percorre o seu caminho. Portanto, nada mais faz hoje do que cumprir o seu dever, associando-se às alegrias da população e do Governo de Brasília.
Quero também ressaltar que a história de Brasília confunde-se com a história do Correio Braziliense. O Correio Braziliense é o diário da cidade. Não o diário como uma palavra jornalística, mas o diário como aquela peça íntima, em que os sentimentos das pessoas e das cidades permanecem indeléveis. É no Correio Braziliense que a cidade tem escrito todas as suas esperanças, todos os seus amores, todos os seus desafetos, todas as suas mazelas e, ao mesmo tempo, todas as suas grandezas. É um jornal que, desde o princípio, tem marcado o registro da cidade de Brasília. E os Diários Associados aqui plantaram, como marco pioneiro, esse grande instrumento da liberdade de imprensa do nosso País. Chateaubriand tomou o título de Hipólito José da Costa e colocou o nome no seu jornal, aqui, na Capital Federal.
Falou-se de pioneiros de Brasília. Quero também falar dos pioneiros do Correio Braziliense e dos Diários Associados. Aqui temos alguns deles. Hoje, somos poucos. Digo "somos" porque vejo aqui João Calmon, que foi, durante tanto tempo, Diretor-Geral dos Diários Associados e acompanhou, naquela época, como um grande executivo que era da empresa, a construção do Correio Braziliense. Vejo Paulo Cabral, que era "Vice-Rei do Norte" e que, agora, é "Vice-Rei do Centro-Oeste" dos Diários Associados.
Lembro-me dos pioneiros do Correio Braziliense: de Edilson Varela, que já desapareceu; ali vejo Ari Cunha, que também tem sido um operário constante nas colunas e na direção do jornal.
A atual mudança do Correio Braziliense, sem dúvida, coloca-o à frente das grandes mudanças gráficas e jornalísticas empreendidas na imprensa brasileira.
Recordo que isso ocorreu no Rio de Janeiro, tendo reflexos no Brasil inteiro, com Odylo Costa Filho, o grande pioneiro da mudança e da modernização da imprensa brasileira. Odylo, no Jornal do Brasil, e Pompeu de Sousa, no Diário Carioca.
No Correio Braziliense, também hoje inscreve-se o nome do jornalista Ricardo Noblat e de todos aqueles que participaram do projeto gráfico que hoje coloca o Correio na vanguarda dos grandes jornais brasileiros.
Ao falar dos Diário Associados, tenho a honra e a alegria de dizer que meu primeiro emprego foi de repórter de setor nos Diários Associados, em O Imparcial, do Maranhão. (Palmas) Liguei-me à família Associada, onde tenho e construí, ao longo da vida, grandes amigos, alguns deles aqui presentes. Tenho a minha carteira de repórter policial dos Diários Associados ainda aberta. Talvez isso preocupe um pouco Paulo Cabral, porque ele pode ficar pensando em ações trabalhistas (risos) - ele, que tem sido um especialista nessas ações. Mas, pelo contrário, a minha carteira está assinada como um motivo de orgulho na minha vida de que até hoje permaneço ligado à família dos Diários Associados.
Congratulações a Brasília e congratulações ao Correio Braziliense.
Está encerrada a sessão. (Palmas)